O OBSESSED é uma antiga banda do cenário Death Black Metal nacional, formada ainda nos anos 80, mais propriamente no ano de 1988. Mudaram de nome no ano de 1994, deram uma parada e retornaram por volta de 2020. Com 01 demo, gravada ainda nos anos 80, 02 EPS, 01 split e 01 participação em Coletânea em sua discografia, a banda centraliza-se em torno do vocalista e baterista Guilherme Cosse, vulgo “Cabelinho”. E é ele que recebemos hoje no “06 Perguntas para”. Guilherme, seja bem vindo às paginas do portal da Lucifer Rex!
1 – Gostaria de iniciar essa entrevista falando sobre o próximo lançamento do OBSESSED que, segundo as informações que obtive, é uma compilação em k-7, contendo material de ensaios, de estúdio e, inclusive, material lá de 1988. Gostaria que você comentasse sobre como surgiu essa idéia das faixas em versão ensaio? É uma forma de reviver as “demo-reh”, tão comuns nos anos 80? E mais, o k-7 vai trazer músicas novas? Quem vai lançar?
Guilherme Cosse: Saudações a você Prophanator e a todos que lhes seguem! Primeiramente gostaria de agradecer a vocês da Lucifer Rex por mais essa oportunidade que estão nos dando para que possamos “falar” um pouco mais sobre o Obsessed. Quanto a resposta à pergunta, iremos sim lançar no 18 de abril (data de nossa próxima apresentação) a compilação “Losing My Humanity”, no formato fita K7. A mesma irá conter sons gravados desde o ano de 1988 e.v. até os dias atuais, esse material será composto por sons de estúdio e de ensaios.
Músicas inéditas também farão parte desta compilação. O lançamento desse material partiu da ideia que tive de criar um selo exclusivamente para lançar materiais da banda, e o nome escolhido para o selo foi “The Prophecy…” para homenagear o título da nossa primeira demo-tape, de 1989 e.v. Esperamos que com essa compilação possamos trazer à tona a atmosfera das gravações executadas pela banda em estúdio e também nos ensaios, em períodos destintos do tempo, podendo assim “contar” através das músicas, um pouco da história da banda.
2 – Continuando dentro desse contexto, bandas como o OBSESSED trazem para si o fato se manterem fiéis a um estilo que se encontra inscrito em um determinado recorte temporal. Definitivamente, o que podemos chamar de Escola do Metal brasileiro é o da escola dos anos 80. Você acredita que existe um cenário de gênero consolidado no Brasil hoje, ou apenas alguns antigos fiéis ? Se sim, como você vê esse cenário? Que bandas você consideraria como representantes da escola original?
Guilherme Cosse: Sim, eu acredito que haja hoje em dia um gênero consolidado, composto por fãs novos e antigos, bastante fiéis aos princípio do mesmo. Me refiro ao METAL extremo como um todo, erguido e sustentado pelos seus quatro pilares raiz, que são o Black Metal, o Death Metal, o Thrash Metal e o Heavy Metal. Com base nisso, eu percebo o METAL extremo inserido dentro de um cenário bem ativo e proativo, que se leva a sério cada vez mais. Dentro desse contexto é claro que há exceções, mas prefiro focar nos pontos positivos, sem fechar os olhos para a realidade que nos cerca. Na minha opinião, a banda da escola original que mais representa o METAL nacional é o Vulcano, principalmente pela importância e a riqueza de sua história e também pelo respeito que conquistaram ao longo do tempo, dentro do METAL extremo mundial.
3- Aproveitando o gancho da pergunta anterior, como vocẽ enxerga o evento underground no Brasil hoje? Organizadores, casas, público, etc. Qual sua percepção disso tudo?A propósito, falando em apresentações ao vivo, como está agenda do OBSESSED para 2025?
Guilherme Cosse: Eu enxergo com positividade o momento atual do nosso underground, pois com o passar dos anos e com as experiências internacionais adquiridas por alguns produtores, tudo se tornou mais profissional. Por consequência, o nível de exigência do público e o respeito para com as bandas nacionais também aumentou. Como exemplo, posso citar o Edu Lane (Tumba), que com maestria atende às necessidades e expectativas do público e das bandas que participam dos seus eventos, além de não perder em nenhum quesito para os festivais internacionais dentro do underground.
É claro que há exceções negativas, como tivemos o exemplo recente do festival M.A.D. Em contra partida, temos o Setembro Negro com grande referência de profissionalismo e respeito internacional. Quanto a agenda de shows do Obsessed, participaremos do evento “Profanvs Diaboli Art” no próximo dia 18 deste mês, aqui em Belo Horizonte. Além deste show estamos acertando nossa participação em outros eventos e logo mais haverão novidades em nossa agenda.
4-A pergunta que eu trago agora se compõe de algumas curiosidades pessoais: Como se deu essa retomada do OBSESSED? Não apenas essa volta de agora, mas a retomada em torno de 2020, quando você ainda fazia parte do poderoso IMPURITY? Alias, a formação atual do OBSESSED conta com mais um ex-membro do IMPURITY e outro de mais uma lendária banda da qual você fez parte. Você pode pode falar mais a respeito?
Guilherme Cosse: A ideia do retorno do Obsessed sempre esteve em minha mente, mas eu precisava encontrar o momento certo para fazer isso acontecer, sem que houvesse o risco de um novo hiato. Foi então que no fim do ano de 2019 resolvi convidar o Roberto Terminator e o Gustavo Azazel, para a guitarra e para o baixo respectivamente. Eles aceitaram o convite, porém, a pandemia se instalou pelo mundo logo no começo do ano seguinte e acabamos ficando impossibilitados de nos reunirmos pessoalmente. O tempo que passamos a ter disponível naquele momento foi aproveitado para que os novos sons fossem compostos, mesmo que à distância. Meses depois, com os devidos cuidados, começamos a ensaiar e ainda no ano de 2020 gravamos o split “Back From The South Of Hell“, junto ao Holocausto. O lançamento desse material foi feito pela gravadora Warcore.
5 – Nas perguntas anteriores comentamos sobre o próximo lançamento do OBSESSED e apresentações ao vivo. Eu gostaria de saber agora sobre o processo de divulgação do trabalho da banda: Nessa retomada, você pretender executar algum plano de trabalho envolvendo singles, eps, lyric-videos, etc??Ou você pretende seguir aquela linha mais old school e deixar fluir? Aliás, como você se relaciona com as redes sociais, quais você trabalha? E sobre merchandising e apresentações ao vivo, como contatar o OBSESSED? Gostaria, também, que você disponibilizasse suas redes sociais, canais de divulgação e contatos.
Guilherme Cosse: O nosso plano de trabalho consiste em divulgar nosso material no meio undeground especializado, utilizando as armas que temos ao nosso favor, seja através da internet ou como fazíamos nos anos 80, entregando o material em mãos ou os enviando pelos correios. Quanto as redes sociais eu utilizo tanto a do Obsessed quanto a minha pessoal, com a finalidade de divulgação dos trabalhos e as novidades da banda.
Inclusive, em primeira mão, informo que brevemente lançaremos e disponibilizaremos de forma virtual, o single “I Am My God”. O mesmo também fará parte de nosso próximo material físico, o “Losing My Humanity“. Com relação a merchandisig e também apresentações do Obsessed, nossos contatos são Instagram (instagram.com/obsessed_1988/), Facebook (facebook.com/obsessedbackfromthesouthofhell) e Youtube (youtube.com/@obsessedofficial6779).
6 – A ultima pergunta da seção é sempre uma pergunta padrão. Guilherme Cosse, você conta com quase 40 anos de militância nas fileiras do metal extremo nacional. Passou por bandas clássicas como o IMPURITY, LUSTFUL e o BONECRUSHER. Teve a oportunidade de viajar por outros continentes, levando a música extrema brasileira. Você, com certeza, teve seus triunfos e momentos de vitória. Mas, também com certeza, deve ter tido momentos de decepção e frustração, onde quis abandonar tudo. Por que você se mantém de pé? Em uma única pergunta: VALEU A PENA?
Guilherme Cosse: Valeu, vale e valerá sempre a pena a vivência, convivência e a experiência que venho obtendo dentro do Metal! Eu viveria tudo de novo sem pensar duas vezes… A pessoa que me tornei, o caráter que constitui e os amigos que conquistei, foi no METAL que tudo foi forjado e isso me manteve de pé e confiante até nos momentos mais adversos da vida. Por isso o METAL sempre será importante na minha jornada da vida, até se findarem os meus dias nesse plano terreno.
SEE YOU IN THE HELL ROAD HELLBANGERS!!!
Foi uma grande honra pra mim poder entrevistar este guerreiro vencedor do underground e do nosso metal extremo nacional. Enquanto não sai o anunciado proximo material, fique com uma amostra no Spotify: