PROFANE ANGER – Riffs Mórbidos e obscuro Sem Rótulos

Entrevista

Com riffs arrastados, de expressões obscuras, Profane Anger tem uma proposta de sonoridade death/black; porém não se prendendo a rótulos, traz também influências do heavy metal e progressivo. O que pode-se ser citado de influências de bandas para resultar a obra final?

Muito bem observado. Temos a base do Death Black Metal noventista como parâmetro para o nosso som, porém não nos prendemos a isso. No primeiro EP (Fall of the Liar), fizemos questão de colocar nossas influências fora do metal extremo, por mais que não esteja tão claro assim. Somos bastante influenciados pelo rock progressivo dos anos 1970, música clássica, Blues e etc. Entre uma composição e outra, surge um arranjo ou riff que venha dessas influências. Bandas fora da vertente Metal como Eloy, Camel, Pink Floyd, Stevie Ray Vaughan tiveram influência direta em nossas composições. O Black Sabbath é o nosso expoente maior em influência, ao lado do Masters Hammer, além de outras como Acheron, Mortuary Drape, Necros Christos, Samael (old), Abysmal Grief e Paul Chain. A idéia é fazer com que a junção de tudo isso soe o mais obscuro possível.

A banda sempre esteve firmada como um power trio desde seus primórdios, quando surgiram em 2009 e segue firme em seu ideal. A formação hoje, é a mesma da sua formação original até os dias atuais? Ser um trio, se deu por escolha ou por dificuldade de recrutar membros, tendo em vista que vocês também fazem parte de outros projetos.

No ano de 2010 nos apresentamos pela primeira vez no evento Culto ao Macabro e a formação fora um quarteto, contando com LC Hunter, no vocal, Rômulo na bateria, Paulo Death na guitarra e Lucinaldo Lopes (Shedim) no baixo. Fizemos apenas uma apresentação com esse line up, e em seguida contamos com Ivan Sabbath no contra baixo no lugar do Lucinaldo. Após a segunda apresentação, no ano de 2013, reformulamos a formação da banda, o qual Rômulo assumiu o Vocal e contra baixo, Ivan Sabbath a bateria e Paulo Death continuou na guitarra. Passamos de um quarteto para um trio, e durante todo esse período preferimos continuar assim, pois unindo nossos gostos pessoais e ideais conseguimos lapidar melhor o nosso som, e concretizar nossas ideias.

Em 2015, veio o material de estreia; “Fall of the Liar”, em versão Tape e CD-R (lançado pela Death Voice), sendo a versão tape bastante limitada. A ideia de sair em duas versões, foi para tender o público que gosta do modelo analógico também? Ou era algo pessoal de vocês em ter um lançamento em formato tape? Que inclusive sou fã!

Além de músicos somos consumidores de música e o seu formato físico sempre será o nosso objetivo, tanto na produção quanto no consumo e os velhos formatos analógicos são de nosso maior apreço, por isso todos nossos lançamentos vem sempre em alguma tiragem mesmo que pequena, mas existente em formato k7. Ainda não conseguimos o tão sonhado vinil mas um dia ainda irá acontecer sem dúvidas.

Anteriormente falamos das influências da banda, e quem acompanha a trajetória da Profane Anger, percebe que não traz apenas influências de bandas de fora. Eu mesma quando ouço, sinto influências de grandes bandas nacionais, como por exemplo; Luvart e Goat Emperor. As bandas nacionais fazem parte da construção sonora de você?

Sim, sem dúvidas podemos citar nomes como Pentacrostic, Embalmed Souls, Mystifier, Songe d’enfer, Amen Corner, Sarcófago, Mausoleum, Grave Desecrator, Impurity entre outras, e claro as que você citou Goat Emperor e os mestres do peso Brasileiro Luvart.

Profane Anger conta com um split lançado em 2019 com a banda Teresinense Devil (Death Voice); A participação no formato CD no tributo a renomada horda Mausoleum lançado em 2021 (Brazilian Ritual Records), e mais recente; agora em 2024 vocês participaram do tributo ao Amen Corner (Belial Songs). Vocês poderiam comentar, como se deu os convites, e como foi a escolha das músicas na participação dos tributos.

Bom, o split com os maníacos da Devil, foi bem natural e certeira, nosso irmão de batalha Chakal é um cara nota 666 e sem dúvidas um grande representante do underground nacional, esse split saiu primeiro em formato e tape no ano de 2019 e ganhou versão em CD em 2021. O tributo ao Mausoleum veio pela amizade que tenho com o Douglas e a horda em si, já que trabalhei em vários relançamentos em tape da banda e a convite dele pudemos entrar na versão em CD, apresentando a faixa Dethroned Christian. No tributo ao Amen Corner, assim que eu vi o folder de divulgação do projeto já entrei em contato com o  Claudinei P. (Belial Songs), e demonstrei interesse pois sim o Amen Corner é uma grande influencia pro nosso som, escolhemos a faixa “Heir of Lust, Heir of Pleasure” e tanto nessas gravações ou em faixas covers que tocamos ao vivo, nós sempre fazemos versões, trazendo nossos elementos e imprimindo nossa identidade ao som, mas claro sem tirar o conceito inicial da obra.

Foi mencionado que você (Rômulo), teve participação em relançamentos do Mausoleum com a Death Voice, seu selo. Death Voice tem um peso com vários lançamentos e relançamentos de bandas de peso do nosso cenário. Você poderia contar um pouco deste início da Death Voice, e citar alguns dos seus lançamentos?

A Death Voice Records, teve seu início justamente para lançamentos do Profane Anger, mas logo em seguida por minha paixão pelo formato analógico Tape K7, comecei a trabalhar com outras bandas e fiz vários relançamento e lançamentos de peso como você citou: Mausoleum, Inferus, Sabaoth, Mystical Fire, Nekkrofuneral, Expose your Hate, Pantáculo Místico, Deuszebul, Mahanvhantara, Pralaya, Open The Coffin, Blasphemaniac, Cristo em Chamas, Vazio, Mötim, Deformity BR, Sanctifier entre vários outros, mas acabei não me prendendo somente a tape k7, e fiz CD-R como o proprio Profane Anger, Abiotix, Svlfvr, Pessimista, Odisséia dos Loucos, Umbral dos Martires e tambem CD prensado como Blazing Corpse, Torment the Skies, o grandioso split Hardegon / Moloch, uma grande revelação que é o Ìsinkú, Naughty Dog e um desses lançamentos foi o Lugubrious Hymn, que particularmente tenho uma grande satisfação e apreço pois foram anos de contato, trabalho e dedicação juntamente ao seu front man Wanderson Pacato (RIP).

Hoje em dia a (DVR) está voltada a seu objetivo primal que é o Profane Anger, talvez ainda faça algum lançamento que já foi no mínimo pensado por mim, mas não farei mais novos lançamentos de outras bandas em que eu não faça parte.

Como mencionado, a Death Voice, surgiu para lançamentos da Profane Anger, e assim a Death Voice irá permanecer. Quando surgiu esta ideia, foi pela dificuldade de encontrar selos? Tendo em vista que muitos lançamentos são em parceria de vários selos. Ou por querer fazer tudo ao gosto de vocês nos mínimos detalhes?

A DVR, surgiu exatamente para ter mais controle na distribuição dos lançamentos da banda e sim para fazer tudo exatamente como queremos, quantidade, qualidade e tudo o mais.

De alguns meses para cá, vocês vieram com uma sucessão de apresentações, e algumas vem sendo negociadas. Pude está presente na última apresentação de vocês (The Ripper Fest), ao lado de bandas locais e bandas de fora do Estado como Witching Altar e Ancestral Malediction. Na apresentação vocês tocaram sons e anunciaram que seriam músicas que estariam presente no próximo material, expelindo toda esta raiva profana. O que vocês podem adiantar do que está por vir? Quanto músicas, arte, processo de gravação e o que mais possam revelar.

De fato, apresentamos algumas faixas novas que estarão no nosso Full Length intitulado “Posthumous Memories”. Sempre incluímos nas apresentações a faixa homônima e algumas outras, como Five Stages of Death, God is Still Dead e Burn the Christian Faith, que também farão parte do disco. Quanto ao álbum podemos adiantar que será na nossa pegada mórbida, blasfêmica e sombria de sempre. A captação está sendo feita no Black Hole estúdio de nosso parceiro Flávio França, no controle e Mixagem nosso também aliado de longa data Adriano Gore Sabino e a Master mais uma vez com nosso amigo Zé Misanthrope. A arte da capa está a cargo do grande artista local e tatuador Diego Germano. Ele nos mostrou uma prévia do que está por vir e podemos dizer que será uma arte realmente incrível e que superará todas nossas expectativas

Estou ansiosa para poder ter este novo opus em mãos. Falando em material, recentemente vocês fizeram uma leva de camisetas, em duas versões. Ainda se encontra disponível?

Não, todas as camisas esgotadas ainda na pré-venda e sem chance de novas tiragens. Fizemos dois modelos com as artes dos materiais lançados “Fall of the Liar” e “Pact With the Devil”. Para o novo material iremos seguir o mesmo protocolo e abrir pré-venda logo mais.

Como moradora de Natal-RN, de uns tempos para cá, me parece que aquela euforia de outrora no cenário Potiguar vem ressurgindo, embora engatinhando. Não é uma particularidade de Natal, a dificuldade de espaço para eventos underground, público que não sai de casa e apenas critica quem “arregaça as mangas” para poder produzir, e muitas vezes a falta de apoio, faz com que as pessoas desistam, para mais uma vez quem não apoiava, falar rsrsrs…. mas se percebe que os eventos tem voltado a ter um maior número de público, pouco a pouco. E muitas vezes, nos deparamos com caras novas. Vocês concordam? Falando em shows, Anteriormente mencionei que existiam algumas negociações,  existe turnês, shows agendados?

Natal, sempre teve uma ótima cena, isso está estampado na história do metal na cidade e nos comentários de bandas de fora que tocam aqui e sempre elogiam seja o local, aparelhagem, recepção e tudo o mais. O grande problema da cidade não é novidade nem aqui nem em outros cantos do pais, que no caso é o público consumidor, mas sim ultimamente o mesmo tem ressurgido e algumas caras novas tem aparecido e isso é muito bom, essa reciclagem é necessária sem dúvidas. Recentemente na cidade temos o Backstage, do batalhador Fred, que já se tornou o local certo de eventos e espero que o mesmo consiga continuar com ele pois sabemos o quanto é dificil manter um local destinado a esse público especifico. Novas apresentações do Profane Anger vem sendo planejadas e pretendemos tocar em algumas cidades no nordeste  que ainda não tocamos como Salvador, Aracaju, João Pessoa, e vendo algumas outras tambem, tudo está sendo estudado e analisado com parceiros e produtores locais, que aliás se quiserem entrar em contato, vamos fazer acontecer.

Por fim, quero agradecer imensamente por vocês terem colaborado com este papo, marcando nossa tela. “GOD IS DEAD!”

Nós que agradecemos o convite a você Raíssa, e ao portal Lucifer Rex, pela oportunidade de falarmos um pouco de nossas palavras profanas.

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