Esse é o primeiro trabalho dessa lenda do War Metal mundial, após o passamento do fundador, baixista e vocalista Evandro Sabbaoth. E não tem como negar que ele passa uma certa angústia, um certo nó na garganta.
Esse sentimento é normal dentro de qualquer agrupamento humano onde exista uma sensação de pertencimento e camaradagem. E isso é perceptível nas fileiras do GOATPENIS e seus seguidores.
Tudo nesse álbum remete a um tributo – no sentido mesmo de honrar o legado – ao soldado caído, Sabbaoth. Tudo nesse álbum parece ser fruto de uma união em torno da sensação da necessidade, do dever, de prestar essa homenagem.
Desde o selo que lançou o álbum, a BRAZILIAN RITUAL RECORDS – tradicional aliada do GOATPENIS, tanto para eventos como para lançamentos – , passando pela capa do álbum, de autoria de Ron Seth, do IMPURITY – também aliado de longa data – , até a emocionante mensagem que o encarte de END traz, tudo remete a uma celebração.
E o clima de homenagem prossegue nas participações e na confecção do set-list:
-A intro é de autoria de Juliano Scharf, que foi membro do GOATPENIS entre os anos de 1996 e 1997.
-As faixas “The End Is Nothing”, “Sodomy in Enemy Territory”, “Black Nuclear Shadows ” e “Abysmal Commands” tem os vocais de Trevor Antichrist, da banda ANTICHRIST e que foi parceiro de Sabbaoth, no projeto BLASPHAMAGOATCHRIST.
-As faixas “Black Nuclear Shadows ” e, de novo, “Abysmal Commands” são covers do próprio BLASPHAMAGOATACHRIST.
-E o próprio SABBAOTH é o dono dos vocais nas faixas “Psychopathic Anal Terror” e “Jesus Coward”.
São 10 faixas em um tempo total de cerca de 37 minutos, dentro do já tradicional Bestial War Black Death Metal, com pitadas do black metal dos anos 90, que permeia a carreira do GOATPENIS.
Esse ponto é muito importante salientar, pois o chamado War Metal é, geralmente, relacionado à produções lo-fi, de certa maneira até muito semelhantes. Definitivamente não é o caso do GOATPENIS, que sempre teve todos os instrumentos muito bem definidos e audíveis. Ressalte-se, no caso de END, a produção do mago Kleber Hora.
Outra característica digna de menção é a dose de melodia que sempre encontramos em meio à massa sonora produzida pela banda. As guitarras do GOATPENIS abusam dos harmônicos e das escalas com aquela característica meio oriental, num tremolo picking brutal, bem visível na faixa “Sodomy in Enemy Territory“.
A bateria em vários momentos e em todas as faixas me remete à cadencias militares, principalmente a caixa. E a progressão de acordes é totalmente Wagneriana. Sério, vejo MUITO de música clássica nas progressões do GOATPENIS. Uma correlação que gosto de fazer é com a trilha sonora de STAR WARS.
O sentimento que a musica do GOATPENIS passa é esse: a de uma tropa marchando em formação de infantaria, durante efetiva progressão no terreno. Isso aliás fica muito claro nas faixas “The End is Nothing” e “Dante-s Inferno Living Cemetery”.
Todas essas faixas são destaques desse trabalho. Muito bem composto e estruturado. As regravações do BLASPHAMAGOATACHRIST estão sensacionais também. Mas não haveria escolha melhor, pra fechar o álbum, dos que as faixas “Psychopathic Anal Terror” e “Jesus Coward”, esta da segunda demo do GOATPENIS, “Blessed by the War“, de 1993.
Não existe maneira melhor de fechar uma celebração do que com a lembrança viva do celebrado e essas duas faixas, vociferadas por SABBAOTH, cumprem com maestria a missão.
Enfim, é isso! Missão cumprida soldado! Seu legado jamais será esquecido! HAIL GOATPENIS! Sabbaoth, Rest in Power! O Fim Não é Nada!
Obrigatório a todo admirador do War Metal!
Ouça o álbum aqui: https://brazilianritualrecords.bandcamp.com/album/end