Thrash Metal parte 13

Brazilian Attack – Uma máquina movida por muita ousadia, loucura e ácidas críticas aos sistemas político/religiosos

Dark Reflections

Finalmente, após um hiato forçado por alguns meses necessários a serem dedicados a outros compromissos, estamos de volta com nossos artigos semanais sobre o Thrash Metal. Me sinto muito lisonjeado de poder receber diversos “feedbacks” dos leitores do Portal Lúcifer Rex e incentivos para continuar escrevendo essas páginas tão importantes da história do estilo que, definitivamente, marcou uma divisão muito importante para o que hoje concebemos como Metal Extremo.

Como disse, esse hiato foi meio que forçado, porém muito necessário e pude oxigenar muitas ideias que tinha/tenho para esta série, assim como fortalecer a ideia de publicar um livro com estes artigos tem sido algo extremamente concreto nos últimos meses. Creio que com o passar dos artigos ainda estou em dívida com algumas bandas da cena, e acredito que duas delas devem ser lembradas, mesmo que não seja as que mais visibilidade tiveram durante sua carreira. Leviaethan de Porto Alegre/RS e Restless do Distrito Federal foram duas bandas que tiveram seu auge nos anos 1990 e a Leviaethan lançou, recentemente, seu terceiro álbum neste ano de 2024.

Comecemos pelo Leviaethan, uma das bandas mais antigas da cena Thrash Metal Nacional, diria que dos mesmos moldes do Dorsal Atlântica, principalmente por, em alguns aspectos, terem iniciado de forma muito parecida, assim como o Dorsal a Leviaethan inicio como uma banda de escola, de maneira espontânea e sem grandes compromissos e depois, assim conta seu baixista e vocalista Flavio Soares que, depois de algumas experiencias com seu instrumento e com estes caras que fizeram parte desta banda de escola eles iniciaram a jornada da Leviaethan.

Em comum eram as mesmas influencias da maioria das bandas de Thrash Metal da época, sobretudo as bandas de Speed Metal, porém a Leviaethan tinha alguma peculiaridade quanto a escolha do nome assim como o fato de, na sua logo, aparecerem duas cruzes invertidas, algo não muito comum para a identidade visual de uma banda brasileira naquela época, claro que bandas estrangeiras já haviam criado essa mesma identidade, talvez muito mais por causa das incursões nas blasfêmias que no ocultismo, mas sim, em algumas lá estavam aquelas cruzes invertidas.

A carreira deles foi muito recheada de poucas, mas preciosas, oportunidades e, junto com a banda de Heavy Metal Astaroth, aliás os nomes de demônios nas bandas parecia algo realmente transgressor nesta época, bom! Qual época isso deixou de ser transgressor no Metal? Leviaethan e Astaroth tinham histórias que se misturavam, Leviaethan pelo fato de alguns integrantes, antes de terem formado a banda, queriam formar o Astaroth, mas por algum desentendimento entre eles, não deu muito certo e o Leviaethan surgiu com o Flavio Soares assumindo o baixo. Astaroth acabou sendo formada e ambas as bandas faziam quase tudo juntas, ensaios, shows, encontros e ali estava se formando o embrião da cena Metal gaúcha com dois grandes representantes do Metal brasileiro, sendo uma de Extremo Thrash Metal e outra de Heavy Metal.

A primeira formação da Leviaethan foi, por tanto, em 1983, como diríamos hoje: quando tudo ainda era mato, mas existiam muitas dificuldades em ter uma banda de Metal no Brasil naquele momento, tudo, além de ser caro, era meio amador, não existia nenhuma gravadora, espaço para shows, estúdio, equipamento que fosse compatível com estilo de som que esses caras queriam fazer e era tudo muito artesanal. Mesmo ensaiando cinco dias por semana e sem fazer muitos shows, ou mesmo entrar num estúdio para gravar, era assim que se comportavam as bandas de Metal, claro que nessa perspectiva estava a fome de tocar, a adrenalina e a testosterona em níveis cavalares, pois estamos falando de adolescentes de 15, 16, 17 anos…

A primeira demo da banda foi gravada somente em 1987 e, como já disse em episódios anteriores, era natural as bandas brasileiras cantarem em português no início de tudo, e com a Leviaethan não foi diferente. Sua demo ensaio continha sete músicas sendo a última uma gravação ao vivo e todas cantadas em português. Flavio atribui as demoras em lançamentos da Leviaethan as mudanças de formação, segundo ele, a banda sofreu muito com essa inconstância de integrantes e isso atrapalhou muito o andamento da carreira. A demo foi gravada com a intenção de colocar uma música na Rádio Ipanema FM, rádio essa que teria programas especializados em Rock/Metal. Nessa época a banda era um trio, contando com Flávio Soares (vocais e baixo), Danilo Pizzato (Bateria) e Carmelo Zarbá (Guitarra). Diferente dos tempos atuais, existiam muitas iniciativas, ainda que amadoras, em apoio a estilos musicais não convencionais como o Metal, como programas de rádio que pudemos conferir no Rio de Janeiro e São Paulo, porém as bandas fora do eixo tinham muito mais dificuldade de aparecerem fora de suas cidades/estados o que ocorria com as bandas de outras regiões fora do eixo.

De qualquer modo, Leviaethan declarou que não tinha urgência nem pressão para fazer registros de álbuns, nem mesmo de demos, mas sim por alguma necessidade que parecia ser uma oportunidade ímpar. Isso foi fundamental para a maturação do som da banda, ao passo que se tornar notória levou um longo tempo. Foi de fato através de festivais e shows na região Sul que a banda cunhou seu nome, um destes grandes festivais foi o Rock Garagem e o festival Arena 1. Flávio diz que a banda chegou a tocar todo mês nessa época e até a ficarem hospedados em hotéis cinco estrelas (hospedagem de alto padrão), claro que isso soa estranho para uma banda de Metal que, em geral, não recebe esse tipo de tratamento. Estes festivais alavancaram a carreira da Leviaethan.

Provavelmente a Leviaethan foi a primeira banda a assinar com a gravadora Rock Brigade fora do eixo Rio/São Paulo e, além disso, tiveram um contrato dos sonhos, praticamente foi um tratamento de estrela. Vale ressaltar que lançar um LP nessa época era o ápice para qualquer banda, e isso atrairia mais público e mais shows para o Leviaethan. Já cantando em inglês, a banda lança sua demo oficial “Thrash Your Brain” que lhe rende o contrato com a Rock Brigade e um entusiasmo por parte da gravadora que fica empolgada com as músicas do Leviaethan. Em 1989 sai sua promo e em 1990 sai seu primeiro álbum “Smile” (Rock Brigade Records), neste disco, cheio de influencias do Metal norte americano, especificamente da Bay Area, é um requinte de técnica e agressividade que, na minha opinião, demorou muito de ser lançado, visto o tempo de existência da banda, somente após sete anos a mesma consegue lançar seu primeiro álbum, enquanto éramos bombardeados pelas bandas cariocas, paulistas e mineiras com seus álbuns ferozes, Leviaethan, talvez, já não conseguisse oferecer algo de novo aquela altura, mas teve grande repercussão, inclusive no volume de shows e de discos que conseguiram vender, sem sobras.

O que nos alenta é que a banda ainda não havia aderido algumas modernidades que apontavam no início daquela década do século vinte e ainda guardavam um arsenal poderoso do Thrash Metal cheio de fúria e destruição, anticristianismo, letras de cunho político e todos aqueles requisitos que um bom e velho Thrash Metal requer. No seu primeiro álbum Leviaethan já apresentava dois guitarristas: Carlos “Lots” (ex Sacrário, outra banda de thrash do Rio Grande do Sul) e Alexandre Colletti (também ex Sacrário). Muito provavelmente esses guitarristas trouxeram um folego novo para a banda, com suas experiencias e ideais que acrescentaram definitivamente para as composições deste álbum, ou quiçá, para os arranjos.

Contando com a mesma formação estabilizada, Leviaethan lança seu segundo álbum, também pela Rock Brigade Records em 1992, o fantástico “Disturbed Mind”. Apesar de ser um grande disco, os rumos da cena naquela época estavam tendenciando para novos estilos que se tornariam mais populares que já comentei em episódios anteriores como o grunge e o groove, além dos CDs darem seus primeiros passos ocupando um espaço antes ocupado apenas pelos LPs. Segundo Flavio conta em uma de suas entrevistas, quando perguntado sobre a repercussão do “Disturbed Mind”: “…ele recebeu ótimas críticas e uma ótima repercussão junto ao público, só que tivemos o azar de fazer um dos últimos lançamentos em vinil, pois na época o CD estava estourando aqui no Brasil, então a vendagem dele não foi tão boa…” https://whiplash.net/materias/entrevistas/001475-leviaethan.html consultado em 24/08/24

Esse álbum encerra a primeira fase da banda que, em 1997 paralisa suas atividades retornando por volta de 2001 com outra formação, mesmo porque houve a fatalidade do falecimento de Alexandre Colletti em 1994. Tudo isso tornou o Flavio Soares o único membro original da banda durante todos estes anos. Remando tudo novamente, Leviaethan batalhou para se reinserir na cena buscando novas apresentações e compondo para um futuro lançamento que de fato só veio acontecer em 2023, mais de vinte anos depois, através de um single lançado nas plataformas digitais através de selo do próprio Flavio True Metal, aliás cabe ressaltar que Flavio sempre foi um cara muito ativo na cena, já teve uma das lojas mais importantes da cena gaúcha de metal a Madhouse, programa na Arrasa Quarteirão na Rádio Ipanema que tocava basicamente Metal e por duas oportunidades distintas e o selo/produtora que foi criado devido ao festival True Metal, ou seja, são pessoas como o Flavio que dão gosto de ver na cena underground, aquele tipo de pessoa que fazem as coisas acontecerem e não apenas ficam na espreita de formularem críticas destrutivas.

Leviaethan foi uma banda que conseguiu dar sangue novo ao seu som e evoluir com a tecnologia oferecida na atualidade, mas conseguiu, ao mesmo tempo, manter a essência do Thrash Metal velharia dos anos 80 em sua célula principal, na criatividade, na selvageria, colocando no bolso um punhado de bandas que nunca viveram aquela essência, ou eram crianças ou nem tinham nascido ainda, e isso faz grande diferença. Após lançar mais um single o selo True Metal solta um full álbum da Leviaethan neste ano de 2024 sob o título “D-Evil in Me” disponível nas plataformas digitais, creio que também será lançado no formato físico, porém ainda não tenho essa notícia confirmada.

Antes de começar a falar do Restless, não tem como não falar do Panic, que talvez tenha sido uma banda mais bem sucedida na carreira que a Leviaethan, principalmente por ter conseguido lançar seu álbum primeiro, “Rotten Church” saiu em 1987 pela gravadora paulista Woodstock discos, e isso foi um marco muito importante para o Panic, assim como para as bandas fora do eixo. Existem algumas controvérsias sobre a sonoridade da banda, que flertou de maneira muito intensa com o Death metal feito especificamente no Brasil naquela época dos anos 1980. Isso foi suficiente para a banda ser reconhecida como uma banda que misturava os dois estilos, o Thrash e o Death, é bem verdade que “Rotten Church” traz em seu som toda essa peculiaridade e que a parte Thrash fica na velocidade impregnada nas músicas, mas o peso e a agressividades assim como uma afinação um pouco mais grave remete imediatamente ao Death metal.

O mais importante nisso tudo, não seria necessariamente as críticas e as análises externas, mas as declarações dos músicos, que são os verdadeiros credenciados para falarem sobre sua própria música e, sim, eles se declaravam Thrash Metal e é isso que importa no fundo. Panic foi formado em 1987 e neste mesmo ano saiu seu primeiro álbum tudo aconteceu muito rapidamente, comparando com a carreira do Leviaethan, por exemplo. Tudo indica que o Panic encontrou os caminhos das pedras com mais “facilidade” e fez com que seu primeiro lançamento fosse muito bem aceito na cena e é um álbum de referência do Metal Extremo brasileiro para muitos headbangers e muitas bandas.

Suas influências eram as mais naturais: Salyer, Venom e Motorhead, assim como a maioria das bandas do estilo. Nesta época a formação da banda contava com Regener Fortes (vocal), M. Russowky (bateria), R. Olsen (baixo), Eduardo Martinez (guitarra) e R. Terra (guitarra).

O fato de estarem em evidência e de lançarem álbum por um selo do eixo, fez com que oportunidades surgissem, inclusive de dividirem o palco com bandas como Sepultura e Ratos de Porão no final dos anos 80 e início dos 90, isso tudo acontecendo no seu estado Rio Grande do Sul. Passado algum tempo a banda sofre uma profunda alteração em sua formação, por volta de 1992, época em que muda de gravadora, passando a pertencer ao cast da lendária Cogumelo Records e ter lançado seu álbum melhor sucedido que o primeiro. Devemos levar em consideração, obviamente, o amadurecimento da banda e o espaço de cinco anos entre o primeiro e o segundo álbum isso provoca uma inevitável comparação e o seu “Best Before End” é um daqueles discos que revela uma face diferente das bandas como a conhecemos no começo e isso aconteceu com o Panic. Seu novo álbum revela uma banda com mais técnica e com incursões de novas influências que apontavam com grande incisão nesse período.

Contando com Paulo Neto (baixo e vocal), Eduardo Martinez (guitarra), Claudio Calcanhoto (bateria) e Victor Nichele (guitara), “Best Before End” pode ser considerado pela crítica e público como o melhor álbum da banda ainda que tenham inserido complexas conexões sonoras em sua música, e mantido a velocidade e fúria, é um álbum que deixa poucas evidências das características do seu primeiro registro. É desse LP que provém a música “Shoobydahbydoobah”, cujo videoclipe foi veiculado em rede nacional pela MTV. Por sinal, a MTV vai exercer um papel muito importante para muitas bandas de metal daquela época que darão uma visibilidade midiática muito interessante as bandas de Metal.

A banda vai crescer muito nessa época, conseguindo tocar nas regiões sul e sudeste, além de ter conseguido tocar em festivais em espaços abertos e ter feito sua legião de fãs também crescer. Um período de transição é muito definitivo para a consagração desta banda que lança seu terceiro álbum e, pela primeira vez, em formato CD, já que as versões em LP começam a entrar em novo estágio. “Boiling Point”, foi um álbum lançado em 1996 através da gravadora Cogumelo Records mais uma vez, porém é um disco que se rende a modernidade da época, das baixas afinações, do groove e de um estilo de Thrash Metal feito pelo fenômeno Pantera, é um álbum que destoa do histórico da banda e a coloca nas tendencias de grande parte das bandas de Thrash Metal, não apenas brasileiras, mas por muitas outras bandas mundo a fora.

Esse terceiro e definitivo álbum do Panic foi em um período em que sua formação contava com Eduardo Martinez (guitarra), Claudio Calcanhoto (bateria), Leo Lopez (baixo) e Fabio Seelig (vocal). Daí para a frente a banda continua sua caminhada, fazendo show e se dedicando ao seu recente lançamento, mas entra em um hiato, quando seu principal integrante Eduardo Martinez resolve se dedicar ao estudo de música e ingressar numa banda que vai ter maior visibilidade e notoriedade no mainstream brasileiro que foi a banda Hangar.

Nesse mesmo período de hiato do Panic que Eduardo também ingressa numa outra banda de Thash Metal chamada Lápide e gravou dois álbuns num intervalo de aproximadamente oito anos. Ao lançar o segundo álbum pela Lápide, é relançado em formato CD o primeiro álbum do Panic “Rotten Church” através do selo carioca Marquee Records subdivisão do selo Irlandês de mesmo nome. O fim da Lápide em 2009 deu margem para o retorno da banda Panic, desta vez como um trio Eduardo Martinez (guitarra), Hércules Priester (bateria) e Gabriel Siqueira (baixo e vocal), ex-vocalista da banda Unavenged, com essa formação o Panic voltou aos palcos e passaram a tocar as músicas do primeiro álbum e do segundo álbum da extinta banda Lápide. Essa formação vigorou entre 2009 e 2011. Hoje Panic continua em atividade, porém sobrevivendo destes lançamentos dos anos 80 e 90 e contanto com quarteto na formação Regener Fortes             (Vocal), Rexx Falk (Baixo, Vocals), Éverson Krentz (Bateria), R. Inamoratto (Guitarra).

Há algo que fica evidente na cena nacional, sobretudo na transição dos anos 80 para os noventa sobre um espaço que era ocupado pelo eixo dos estados do sudeste que detinham o poder econômico e político do Brasil e, por conta desta e de outras questões, menores, porém não desimportantes, concentravam todo o “mercado” naquele espaço forçando bandas de outras regiões a transitarem forçosamente, a fim de fazer seus nomes se expandirem e ficarem mais conhecidos, nestes estados do Sudeste, sobretudo a cidade de São Paulo. Não apenas assinando com as gravadores e produtoras locais, mas tendo que se mudar mesmo, praticamente investir na estadia, moradia nestes estados para conseguir construir suas carreiras, ficarem mais próximos de suas gravadoras e produtoras e garantir melhores oportunidades. Evidentemente que, a maioria das bandas não conseguiram seguir os passos de bandas como Avalon ou Panic, ou mesmo Leviaethan, assinando com esses selos e conseguindo fazer turnês ou shows em grandes festivais com nomes da cena mundial, mas ficou bem claro que as bandas que não fizessem isso estariam mais próximas do abismo do anonimato, independente da qualidade ou da espontaneidade de seu som, de sua obra, muitas bandas que não puderam migrar para estes estados não foi possível colocar seus nomes em vitrines como a MTV ou mídias de mesmo escalão.

Do outro lado da moeda, o underground se nutriu exatamente da falta destas vitrines e, depois desta sensível percepção, que não era tão importante circular neste meio e que a retroalimentação da cena estava nela mesma e não nos veículos de condução de carreira como selos/gravadoras ou produtoras. O underground conseguiu construir, ao longo do tempo, sua própria indústria cultural através de selos menores, produtoras idem, fanzines e ferramentas eficazes de parceria, festivais de curto alcance, lojas acanhadas em galerias de bairro e coisas do tipo.

Por fim, falaremos um pouco sobre o Restless, banda do Distrito Federal que teve seu primeiro álbum lançado em 1991 intitulado “Restless” (El Dorado) no mesmo ano de sua formação. Seu disco de estreia foi muito bem avaliado pela crítica e chega a ser um misto do Metal ríspido feito no Brasil com aquele Thrash Metal furioso que mescla o alemão e o norte-americano com muita eficiência e técnica, aliás esse era um bom trunfo para o Restless, sua capacidade de compor boas músicas e executá-las com a mesma categoria. Essa capacidade da banda tirava um pouco o descompromisso que muitas bandas tinham com a métrica musical e saber dosar bem refrão e sonoridade progressiva que muitas bandas de Thrash tentaram aliar. Ser progressivo no território do Thrash Metal parecia ser algo extremamente arriscado e correr esse risco poderia significar o início e o fim da carreira de uma banda no Metal Extremo.

No seu primeiro álbum, Restless contou com Fred (Baixo), Guiga (Bateria), Marcello Linhos (Guitarra), Gustavo Rosa (Guitarra, Vocal). Pesquisando sobre a banda, principalmente pelo fato dela figurar basicamente durante a década de 1990, foi muito difícil encontrar material escrito sobre eles, tive muita dificuldade de achar entrevistas na web ou mesmo em fanzines, talvez o fato de me dedicar mais ao Black Metal na minha história de vida, tenha contribuído para não ter acesso a outros meios que tratassem sobre esse assunto nos meus arquivos pessoais e isso empobreceu um pouco minha narrativa sobre as atuações da banda, fatos curiosos ou de bastidores, ou mesmo a atuação dos integrantes da banda na cena, talvez até em outras bandas.

Em 1996, Restless lançou seu segundo álbum pelo selo RVC Music chamado “Unspeakable”, um disco com muita influência do Sepultura, justamente na fase em que o Sepultura estava buscando novas experiencias com discos como o “Chaos A.D.” 1993 e o EP “Refuse/Resist” 1994. Como disse acima, a carreira do Restless tem pouca informação disponível para que eu pudesse explorar mais sobre sua trajetória, pelos motivos que também já expliquei. Com isso eu concluo esse retorno as series de artigos e deixo a expectativa para o próximo episódio que falarei da cena Thrash Metal de Salvador, principalmente no início de tudo.

Como força do hábito deixarei mais uma lista de indicações para aqueles que não conhecem ou que gostariam de relembrar ou ainda fortalecer o conhecimento da sonoridade de alguns álbuns seminais da cena Thrash Metal:

Restless – “Restless” 1991 (El Dorado)

Restless – “Unspeakable” 1996 (RVC Music)

Leviaethan – “Smile” 1989 (Rock Brigade Records)

Leviaethan – Disturbed Mind” 1992 (Rock Brigade Recors)

Panic – “Rotten Church” 1987 (Woodstock Discos)

Panic – “Best Before End” 1992 (Cogumelo Records)