Confesso que quando vi o trailer desse filme, fiquei empolgado para assisti-lo. Mas isso se deu ao simples fato de poder ver David Dastmalchian como protagonista. A primeira vez que prestei atenção nesse ator, foi curiosamente a primeira vez que ele atuou no cinema, fazendo o papel de um comparsa do Coringa, no Cavaleiro das Trevas. David, não só chamou a atenção, como me despertou uma curiosidade tremenda sobre seus trabalhos. Mais algumas pontas, como uma participação no seriado Gotham, praticamente atuando nos mesmos moldes do cavaleiro das trevas. Depois outra ponta Oppenheimmer, onde interpreta um burocrata sério. Essas distinções no papel, chamou atenção, não só dos cinéfilos como da crítica especializada. Poder ver David Dastmalchian como protagonista em Entrevista com o Demônio, só provou o quão distinto e versátil e esse ator.
Bom, voltando ao filme, confesso também que conseguiram surpreender com toda a trama. No maior estilo found footage, ambientação excelente, faz você se sentir nos anos 70 e experimentar do gosto mórbido e bizarro que a teve americana era naquela época.
Em 1977, Jack Delroy (David Dastmalchian), apresenta um talkshow de sucesso, onde o mesmo perde a audiência pela desmotivação com a morte de sua esposa. Depois de se recuperar do luto, Jack volta desesperado a ponto de qualquer coisa para voltar a ter audiência e ser a estrela que fora em outrora. Com isso, Jack convida a única sobrevivente de um suicídio coletivo Lilly D’abo (Ingrid Torelli) e sua tutora, a para-psicologa Laura Gordon (June Ross-Mitchell). Em sequencias e mais sequencias ao melhor estilo found footage, os diálogos dentro e fora das câmeras, mostra uma certa realidade das maluquices e bizarrices que os programas fazem por ibope. O que era pra ser uma noite divertida, acaba por se transformar num desencadeamento frenético e sobrenatural, onde coisas estranhas começam a acontecer.
A obra trata o sobrenatural de forma simples, mas prova mais uma vez, que possessões demoníacas ainda tem seu lugar ao sol nos filmes de terror. Ambientação, roteiro e claro, David Dastmalchian dão todo o brilho e genuinidade a obra, onde mais uma vez, mostra o lado doentio da fama e dos seres humanos. Sem contar que ninguém menos que Stephen King adorou a obra e disse que quando começou a assisti-lo, não conseguiu tirar os olhos do filme ate o fim.
Um ponto baixo da obra são os efeitos especiais, que mais parece com defeitos especiais, porém, em se tratando do ano em que se passa e do estilo de filmagem, juntando com o conceito, talvez possa ser proposital eles apostarem em efeitos especiais da forma que eram feitos na época. Mas tudo isso não tira o brilho, nem sequer mexe ou abala alguma estrutura do filme, fazendo sim, com que o gênero terror sempre conseguira sair de estereótipos.
Rodrigo Leonardi.
Escritor, músico e entusiasta do cinema.
Como escritor, tenho 5 livros publicados, participação em diversas antologias.
Como músico, fui baixista e vocalista da banda Abuso Verbal e atualmente vocalista da banda de Metal Punk “Roto”.
No cinema, já escrevi críticas para o site Cineset, diversos fanzines como, Sindicato dos Assassinos e também divulgo análises no feed do meu instagram.
