THE TROOPS OF DOOM – A Mass to the Grotesque

CD 2024 – Alma Mater Records / Voice Music

Álbum

Estamos chegando ao final deste ano e não poderíamos deixar de resenhar um dos lançamentos mais importantes do Metal Nacional em 2024, o segundo álbum do The Troops of Doom, A Mass to the Grotesque. Devido à evolução meteórica da banda formada em 2020 por músicos experientes, já se esperava que neste segundo álbum fosse superado o debut lançado em 2022, Antichrist Reborn. E isso de fato aconteceu, uma vez que a banda incorporou elementos novos à sua sonoridade já característica.

Ao ser entrevistado por este portal, seu líder, Jairo Guedz já havia anunciado quais seriam os elementos novos que este último álbum do quarteto traria: Death-Thrash Metal na linha Old School das fases iniciais de bandas como Slayer e Kreator, com alguns elementos de Black Metal. Cito suas palavras: “A gente queria, realmente, definir uma hora onde a gente vai começar a estar trabalhando e mostrando o nosso próprio som, com a nossa própria identidade. É claro que tudo que eu componho junto com Marcelo, principalmente, toda essa pegada do Sepultura antigo – as nossas influências são Sepultura antigo, dos anos 80 e início dos 90, até 94, Kreator, Slayer, Sodom, Possessed, Death – tudo isso corre na nossa veia, corre no meu sangue, no do Marcelo”. Veja a entrevista toda clicando aqui

Essas referências percorrem todo o álbum composto por 11 faixas e 49 minutos. Embora direto e sem muitas firulas, o álbum não deixa de oferecer variações, com faixas mais simples e outras mais intrincadas, variações de ritmo e até mesmo uma bem-vinda variação nos vocais, como na faixa “Chapels of the Unholy”. Temos uma longa faixa épica de oito minutos chamada “Psalm 7:8 – God of Bizarre”, um dos destaques ao lado da também longa e mais “Death-Doom”, a faixa que encerra o álbum chamada “Venomus Creed”. “Dawn of Mephisto”, “Faithless Requiem” e “The Impostor King” são outros destaques, mas qualquer outra faixa poderia ser mencionada, pois é um álbum coeso do início ao fim.

Para reproduzir essa sonoridade da segunda metade dos anos oitenta, a banda recrutou o produtor André Moraes e o trabalho de mixagem de Jim Morris no lendário Morrisound Studio em Tampa na Flórida. Para não deixar por menos, foi convocado Dan Seagrave para a arte da capa, cujo tom predominantemente azul faz referência a clássicos do Death e Black Metal como Dark Funeral e Dissection. Da mesma forma, as letras apenas reafirmam a missão da banda: Make Metal Evil Again!

Enfim, embora não seja surpresa, a banda conseguiu oferecer o que de melhor se poderia esperar a essa altura, com um trabalho que a torna definitivamente uma referência mundial do gênero e uma presença certamente constante nas listas de melhores do ano, não apenas do Metal Nacional. Fica a expectativa para ver quais serão os próximos passos do quarteto no futuro.