TERRIFER 3 – Filme

2024 ‧ Terror / Crime ‧ 2h 5m

Cinema

Damien Leone com toda certeza vem se firmando mais e mais no mundo do cinema, especificamente nos gêneros terror. A evolução da sua criação (a saga Terrifier), já se destaca desde a primeira obra. Leone surpreendeu a todos com o primeiro filme do palhaço, com um baixíssimo orçamento e mesmo assim entregou um slasher de responsabilidade digna de quem sabe o que está fazendo. Terrifier começou com atuações amadoras e a principal diversão era e ainda é a matança desenfreada, juntando com a carnificina e bagunça repletas de braços, pernas e cabeças decepadas. O segundo Terrifier, já começa a ter uma atenção maior para a trama, seguido de atuações mais plausíveis. Chegando no Terrifier 3, Damien Leone alcança o ápice da carnificina, mas com um quesito a mais. Uma história começa a se moldar de forma consistente na última obra. Já que nos dois filmes anteriores, pouco se importava a história ou não, no terceiro filme, ela já começa a dar mais plenitude a franquia que, pelo que percebemos, ainda terá mais alguns filmes.

O filme segue com Siena e seu irmão, depois de sobreviver ao massacre causado por Art, no filme passado, tentam levar suas vidas adiantes, porém Art retorna do mundo dos mortos afim de transformar suas vidas em um pesadelo sem fim.

Agora Art tem uma companheira, ao que parece, é dominada pelo palhaço e uma espécie de porta voz do mesmo.

As cenas são tão impactantes, regada de uma ambientação perturbadora, que é difícil as vezes se conter os olhos abertos em certas passagens do filme. Apesar de toda a carnificina, percebe-se que o diretor faz questão de homenagear os filmes trash oitentistas, começando pela própria resolução de imagem do filme, lembrando o bom e velho VHS.

E as referências (ou homenagens) não para por aí. Já no primeiro ato, o diretor faz uma releitura da clássica cena de O Iluminado, onde o personagem de Jack Nicholson tenta quebrar a porta com um machado, aparecendo seu rosto entre as frestas da porta.

Também, tem algumas cenas, depois de Art estripar de tudo quanto é forma suas vítimas, que o mesmo pega uma motossera, retalhando geral tudo que vê pela frente. Homenagem mais que merecida para o filme mais importante do gênero, O massacre da serra elétrica. Uma outra curiosidade é que em uma cena, aparece ninguém menos que o padrinho do Gore, Tom Savini, percebendo que, se o próprio Savini aceitou o convite de participar, está mais que claro, que Terrifier está aprovadíssimo por que realmente entende dessas coisas.

Enfim, Terrifier é um filme B, teletransportado para as salas de cinema mainstream, fazendo com que pessoas que estão acostumados a ver filmes de terror bonitinhos, saiam das salas perturbados.

Rodrigo Leonardi.

Escritor, músico e entusiasta do cinema.

Como escritor, tenho 5 livros publicados, participação em diversas antologias.

Como músico, fui baixista e vocalista da banda Abuso Verbal e atualmente vocalista da banda de Metal Punk “Roto”.

No cinema, já escrevi críticas para o site Cineset, diversos fanzines como, Sindicato dos Assassinos e também divulgo análises no feed do meu instagram.

@rodrigoal81/