Indy Sales é uma voz singular no cenário literário contemporâneo, destacando-se por sua ousadia e autenticidade.
Nascida em 1993 no interior de Minas Gerais, ela encontrou na escrita uma forma de explorar suas experiências pessoais e os labirintos obscuros da mente humana. Ao optar por se publicar de maneira independente, Indy não apenas assume o controle de sua obra, mas também reafirma seu compromisso com a liberdade criativa, sem as amarras das convenções editoriais.
Seu estilo, descrito como “erótico-demoníaco” ou Ero-demo, é uma ousada junção de erotismo e horror, que provoca e desafia o leitor a confrontar temas que muitas vezes são considerados tabus. Ao explorar o ocultismo, a apostasia e a profanação, Indy não tem medo de adentrar em territórios considerados “sujos” ou “nojentos”, transformando suas próprias inquietações em literatura visceral e impactante. Ela dá voz aos demônios que habitam sua mente, criando uma narrativa que é ao mesmo tempo íntima e universal, cheia de simbolismos e referências que enriquecem sua obra.
Indy: “Não vejo problemas em dizer que minha literatura é suja e nojenta. Dou voz aos demônios que se arrastam pelos esgotos da minha mente insana.”
Influenciada por grandes nomes da literatura, como Baudelaire e Hilda Hilst, bem como pelo cinema de terror, sua escrita é marcada por uma estética que desafia a beleza convencional, revelando a crueza das paixões humanas e a fragilidade da vida. A combinação de suas influências literárias e sua perspectiva única resulta em uma produção que não apenas entretém, mas também provoca reflexão e incita o leitor a mergulhar nas profundezas de suas próprias emoções e medos. com sua coragem e originalidade, se posiciona como uma representante do underground literário, atraindo aqueles que buscam uma experiência de leitura que desafie normas e explore o que há de mais obscuro e intrigante na condição humana. Sua obra é um convite a transgredir, a repensar e a sentir, em um mergulho profundo nas sombras que habitam todos nós.
A literatura se tornou um refúgio e uma forma de expressão em meio a um ambiente hostil. Começar a escrever na infância, inspirado por livros que estavam “esquecidos” na estante, revela um desejo inerente de explorar mundos e emoções além do cotidiano. Essa descoberta precoce da escrita pode ter sido uma forma de fuga das pressões e expectativas de uma sociedade que muitas vezes não aceita as diferenças.
Na adolescência, quando a intensidade da escrita aumentou, é possível que tenha experimentado tanto a liberdade criativa quanto os dilemas da autoaceitação. A adolescência é um período de formação da identidade, e essa busca por se afirmar artisticamente pode ter sido acompanhada de um medo de rejeição, especialmente em um ambiente cercado de moralismo e conservadorismo. O preconceito e o julgamento por ser diferente podem ter deixado profundas marcas, tornando a escrita um espaço seguro onde se podia ser verdadeiramente autêntica.
Esconder seus textos, por sua vez, é um reflexo do conflito interno entre a vontade de se expressar e o desejo de se proteger de críticas e reprovações. Essa dualidade é comum entre artistas e escritores que, mesmo diante de um cenário desfavorável, continuam a criar. A escrita, nesse contexto, torna-se não apenas um ato de resistência, mas também uma forma de libertação, um caminho para reivindicar seu espaço e suas histórias.
Indy: ‘’Por muito tempo, achava que minha literatura não era digna de ser compartilhada. Só criei coragem para mostrar meus textos aos 26 anos, e não parei mais.’’
Após publicar seu primeiro livro, buscou parcerias, leitores, etc… Recebeu inúmeros “nãos”, além de muitas críticas moralistas. Tentou então, achar um nicho, e se encontrou no cenário underground, sendo bem recebida e até fazendo amizades.
Indy: ‘’ Pela primeira vez, me senti valorizada. Decidi abandonar os meios tradicionais, e me firmei no underground.’’
No dia a dia, Indy é uma mulher comum, que leva uma vida comum, tem um emprego comum e geralmente, se mantem anônima.
Seu último lançamento foi o livro “Rata Subterrânea”, uma obra de poesia pornográfica e maldita. Seu próximo lançamento será “Julguem-me!”, um livro de poesia com foco na resistência de todos aqueles que são condenados pela sociedade e lutam contra a padronização.
Uma reflexão que deixo a quem estiver lendo esse texto é: se o seu modo de viver está incomodando conservadores, você está no caminho certo. Que se foda esse povo todo!
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INSTAGRAM: @indy_sales
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