NOSFERATU – Filme

2024 ‧ Terror ‧ 2h 20m

Cinema

O tão aguardado remake do romance epistolar de Bram Stoker, Dracula, que tempos depois fora livremente adaptado como Nosferatu pelo cineasta alemão F.W. Murnau, chega aos cinemas brasileiros logo no início de 2025. Recebendo ótimas críticas especializadas, a obra de Robert Eggers, contribui para sua escalada no mundo do cinema, especificamente o terror.

A trama de amplo conhecimento já começa a todo vapor com a protagonista Ellen Hutter (Lily-Rose Depp) concedendo sua alma ao vampiro.

Seu marido, Thomas Hutter (Nicholas Hoult), um jovem corretor tentando sustentar sua amada esposa, aceita o trabalho de ir ao encontro do até então desconhecido Nosferatus, em uma cidade longínqua para a negociação da compra de uma antiga mansão. Sendo essa a grande oportunidade de ter maior prestígio profissional.

A viagem de Thomas para a Transilvânia é carregada de pesadelos e questionamentos, e às vezes até pensando que poderia ter sido um erro aceitar o trabalho.

Ao chegar no castelo do comprador, Thomas percebe algo muito errado, fazendo seus sentidos repararem que era tarde para qualquer arrependimento. Ao mesmo tempo, sua amada Ellen, passa por distúrbios e alucinações possessivas, onde Lily propriamente disse que se inspirou no conceito de histeria, distúrbio comumente associado à mulheres na época, nos entregando uma atuação complexa e divinamente original, arrancando elogios do nosso querido e espetacular Willem Dafoe.

Uma história já contada, porém a inovação aqui vem de Conde Orlok, onde o personagem deixa o romance de lado e mostra sua obscuridade e sadismo. Uma figura deplorável, arrogante e narcísica, sem limite de poder, quase megalomaníaco.

Um outro destaque vai para Willem Dafoe, interpretando o místico Prof. Albin Eberhart Von Franz, que surge na segunda metade do filme, refrescando e animando a obra com seu trejeito desvairado. Para Willem Dafoe, por outro lado, o mundo de “Nosferatu” não era uma novidade, ainda que permanecesse distante. Em “A Sombra do Vampiro”, de 2000, ele interpretou Max Schreck, o ator alemão que fez Orlok na produção de 1922, como se ele fosse de fato um vampiro.

Uma curiosidade é que Nosferatu é uma adaptação não oficial do conto de Bram Stoker, Drácula, e conta a história de uma mulher perseguida por um vampiro. O filme original foi processado pela família do autor irlandês, que ordenou a destruição de todas as cópias, mas sobreviveu e se tornou um clássico do cinema de horror.

Nosferatu mostra uma relação de sedução e controle um tanto quanto macabra e putrefata, com elementos novos que se entrelaçam na trama de 2024, mas que não ofuscam nem um pouco o brilho e o charme que a obra traduz.

Enfim, temos cinema de verdade feito por atores comprometidos a deixarem efeitos especiais e CGI de lado e contracenar com mais de 2 mil ratos, set em chamas, figurinos impecáveis, maquiagem artística e tudo mais que pudesse agregar total realismo na grande tela.

Rodrigo Leonardi.

Escritor, músico e entusiasta do cinema.

Como escritor, tenho 5 livros publicados, participação em diversas antologias.

Como músico, fui baixista e vocalista da banda Abuso Verbal e atualmente vocalista da banda de Metal Punk “Roto”.

No cinema, já escrevi críticas para o site Cineset, diversos fanzines como, Sindicato dos Assassinos e também divulgo análises no feed do meu instagram.

@rodrigoal81/