HORROR TALES – Conto VI: “Estupro Cerebral”

Horror Tales

Marcela estava em pânico, ainda que em silêncio. Fraca e sedenta em virtude de que já não a alimenta ou a dera de beber há quase dois dias. Quando entrei na meia escuridão do cativeiro, apenas iluminado pela lâmpada amarela que pendia presa a um arame no teto, aspirei um forte odor de fezes e urina pois sequer deixei que Marcela fosse ao banheiro desde o início do sequestro.

Não queria morrer. Suas roupas estavam imundas de seus próprios dejetos e seu rosto ainda apresentava marcas de maquiagem desfeitas pelas lágrimas. Seu olhar era um misto de terror absoluto e súplica. Não compreendia a razão de estar ali. Na verdade nem sequer eu sei ao certo… Talvez a única resposta para isso fosse o prazer. Sim… Foi pelo prazer. Era divertido assistir aquela mulher indefesa tentando livrar-se das algemas. De certa forma uma grande sensação de felicidade me consumia ao vê-la vomitando bile, visto que sofria de úlceras. Foi prazeroso vê-la definhar até o ponto de praticamente não aguentar-se sequer sentada.

Quando lhe mostrei a furadeira que trazia em punho Marcela ainda fez um último esforço, implorando por clemência. Ligando a ferramenta na extensão, apertei o gatilho a fim de ouvir o som agudo do motor em funcionamento, abafando os já fracos gritos da mulher. Aproximei a furadeira de seu rosto. Marcela estava imóvel, petrificada. Escorando sua cabeça contra a parede, levei a ferramenta até o meio de sua testa e de supetão empurrei com força a broca para dentro de seu crânio e aquela mulher foi morta dentre os berros mais estridentes que ainda pôde dar.

Seus olhos estavam brancos, completamente mortos. Magníficos olhos de papel. Ao remover a broca de sua testa um esguicho de sangue espirrou em minha perna e tamanho o silêncio ao desligar o motor da furadeira, ainda fui capaz de ouvir uma última golfada de ar esvaziando seus pulmões.

Estava linda, Marcela… A perfuração assemelhava-se com um pingente de rubi, escorrendo sangue vermelho vivo em dois feixes, um para cada cavidade dos olhos, percorrendo seus caminhos ao redor das covas em suas bochechas, para enfim unirem-se mais uma vez e respingar pelo queixo.

Parte de sua massa encefálica escorria pelo orifício da testa e por alguma razão um filete de sangue fluía para fora de seu ouvido esquerdo. Pelo buraco em sua cabeça também era possível notar pequenos fragmentos do crânio que desciam vagarosamente, levados pela grossa mistura de massa cinzenta e sangue pulverizados pela broca, porque por mais que o maior tamanho de bucha disponível para a furadeira fosse o de número 12, ainda revirei a ferramenta ligada dentro de seu cérebro pela enorme curiosidade de assistir o que aconteceria após alguns instantes de perfuração. Isso fez com que o furo em sua testa possuísse um diâmetro bem maior do que o usualmente aberto por uma broca daquele calibre.

Fantástica foi a sensação… Aquela bela mulher… Mal pude controlar o desejo e tive uma gradual, porém forte ereção ao ver aquele corpo sensual e sem vida sentado diante de mim. Marcela mantinha a boca e os olhos abertos. Sentei-me de frente ao cadáver por alguns instantes observando sua feição. Marcela mantinha impressa a mesma expressão que tinha minutos antes de morrer: uma mistura de pânico e dúvida e esta combinação naquele rosto delicado era simplesmente irresistível e convidativa. Ainda sentado, desafivelei o cinto e abaixei as calças até a altura dos joelhos. Meu pênis estava completamente ereto e não pude me conter, começando uma leve masturbação diante do corpo daquela linda mulher, fixando meu olhar no orifício no meio da sua testa.

Penetrei Marcela pela cavidade que criei. E à medida que meu pênis avançava para dentro de sua caixa craniana, confortado pelos macios e ainda quentes restos de seu lobo frontal perfurado, um enorme regozijo veio a consumir-me. Pousei minhas mãos na nuca de Marcela e puxando seus cabelos, introduzi e retirei meu pênis de dentro do buraco em movimentos rítmicos e contínuos. Inimaginável o prazer que proporciona… Aquela bela mulher morta… Ensanguentada e farta. Sem vida. Sem nada. Antes que desse por mim, gemi o seu nome aumentando a velocidade das estocadas e estes pequenos sussurros aliados ao estranho som da penetração eram os únicos ruídos que se ouviam naquele local.

O suave toque de meus testículos em seu nariz foram extremamente excitantes, e à medida que este vai e vem de meu pênis dentro do crânio de Marcela aumentava em frequência o tesão tornou-se incrivelmente grande. Puxando e empurrando a cabeça da morta pelas orelhas com força e velocidade não mais consegui conter-me e nosso ato sexual foi enfim consumado. A ejaculação foi intensa e lembro-me com clareza de meu pênis latejando a cada esguicho de sémen dentro do cérebro de Marcela.

Retirando o membro da cabeça do cadáver notei que toda a região do meu púbis estava fortemente ensanguentada pela massa que ainda vazava pelo furo em sua testa e, ao enfim soltar seus cabelos, o corpo caiu debruçado para frente e mais uma vez observei a secreção que fluiu da fenda em sua cabeça em uma estranha mistura vermelho acinzentada de esperma, sangue e massa cerebral.

Estuprei o cérebro de Marcela novamente no dia seguinte. Depois de dois dias tranquei e vedei o quarto. Não sei em que estado encontra-se o corpo. Não abri mais a porta. Às vezes um forte odor de podridão é exalado do quarto, mas ultimamente tem diminuído gradualmente. Marcela ainda está lá… Morta e pútrida. Linda como sempre e ao mesmo tempo linda como nunca.

Fim.

 

Por: Infragalaxia