Depois do excelente EP Wisdom – Vibration – Repent de 2022 o Mortuary Drape chega em seu sexto álbum “Black Mirror”, trabalho lançado pela Peaceville Records e contém 11 faixas, embora soe musicalmente mais limpo do que os álbuns de inicio de banda, o Mortuary drape consegui manter seu estilo único e característico da banda, com uma sonoridade obscura os deuses necromânticos mantém sua linha de baixo mais alta com um trabalho bem sólido de Simone Cappato sem deixar de mencionar o trabalho de bateria que mantém aquele mesmo andamento mais rápidos com bastante quebradas nos bumbos, o que também é uma característica da banda, um ótimo trabalho de Manuel Togni, as linhas de guitarras da dupla Dario Chiereghin e Simone Rendina também mantém aqueles velhos riffs com palhetadas cavalgadas e solos muito bem elaborados e marcantes, tudo isso regado ao inconfundível vocal de Wildness Perversion.
A faixa de abertura “Restless Death” tem uma abertura bem macabras com piano e vocais sussurrados e arrepiante até cair em riffs violentos com bateria socada mesclando momento atormentadores e arrepiantes e riffs inconfundíveis, onde em certos momentos ganha uma atmosfera mais lenta e perturbadoras, uma faixa com uma variação musical muito boa. “The Secret Lost” é uma faixa de início mais direto e bem pancada com partes que levemente me lembrou de algumas canções do Ghost, tudo em uma atmosfera tenebrosa e sem fugir em momento algum de suas características musicais. “Ritual Unction” é outra faixa maravilhosa que remete bem sua sonoridade, riffs marcantes e pesados em uma atmosfera bem obscura afinal de obscuridade a banda entende e mostra bem isso nesse trabalho. “Drowned in Silence” é outra faixa típica onde a banda mostra com maestria seu estilo nas canções mais rápidas. “Into the Oblivion” tem uma introdução musical com dedilhados obscuros e tenebrosos (outra característica preservada nesse ótimo trabalho) que após essa intro ganha riffs poderosos com um timbre de guitarras bem limpas. “Rattle Breath” (que é single desse trabalho) é aquela canção assustadoramente incrível, muito bem executada no vídeo promo dessa faixa mostra todo o clima de terror que inclusive tem cenas do filme Häxan – A Feitiçaria Através dos Tempos (1922) e em alguns andamentos a faixa ganha uma atmosfera que me lembrou muito algumas passagens mais antigas de Death SS. “Mistress of Sorcerer” é outra faixa de um introdução maravilhosa com uma atmosfera bem obscura e seguindo o mesmo andamento da maioria das faixas, riffs soando pesados e inconfundíveis. “Fading Flowers Spell” é outra faixa que destaco também entre tantas obras desse álbum, uma viagem onde inspira o lado oculto e necromante com um início típico da banda, que soa obscuro e macabro e como sempre, em todas as faixas ótimos solos colocado tudo na medida certa. E não poderia deixar de fora a faixa título “Black Mirror”, uma faixa onde te leva em uma viagem oculta com uma bela introdução, solos iniciais perfeitos ditados por um andamento inquietante de bateria, com Wildness Perversion fazendo um vocal inicial um tanto sussurrado com uma atmosfera que me lembrou algo de King Diamond o grande mestre do terror.
Black Mirror prova que Mortuary Drape sempre se manteve fiel ao seu estilo, com passagens em seu andamento horas pendendo para as batidas do thrash com pitados de death tudo elaborado de forma magistral com seus andamentos obscuros e perturbadores em mais de três décadas sendo fiel ao seu estilo que é único e surpreende por sua originalidade a cada álbum, na verdade o Mortuary drape nunca decepcionou em seus álbuns lançados.
01 – Restless Death
02 – The Secret Lost
03 – Ritual Unction
04 – Drowned in Silence
05 – Into the Oblivion
06 – Rattle Breath
07 – Nocturnal Coven
08 – Mistress of Sorcerer
09 – The Unburied
10 – Fading Flowers Spell
11 – Black Mirror