Pagan Throne chega em seu sexto álbum intitulado “Land of the Greeks” lançado pela Classic Metal, Heavy Metal Rock e Urubus Records, a banda vem mantendo uma sonoridade bem compatível com seu trabalho anterior, a álbum “Imperatoris, porem com uma pegada musical em alguns momentos levemente mais suja, a banda também vem mantendo a parte de produção com Rafael Ribeiro (que é mais do que um conhecedor da banda), ele consegue dar muita qualidade ao trabalho e mais importante; mantendo a mesma intensidade musical dos materiais anteriores.
As 11 faixas deste álbum “Land of the Greeks” mostra uma atmosfera musical que beira a perfeição onde mesclam Black Metal com fortes pegadas do Power Metal, o que resulta em um Black Metal sinfônico, porém sem deixar as canções com aquela sensação muito “melosa” e repetitiva, peso, velocidade e uma competência absurda, “Journey Through Greek Lands” abre o álbum já mostrando qual é o direcionamento musical da banda, ” The Son of the Sea ” mostra riffs bem Power Metal, um andamento musical onde poderíamos comparar com bandas do estilo do Power Metal mais clássico, e interessante que ouvindo este álbum em alguns momentos “Land of the Greeks” me fez lembrar a pegada musical do Ancient Rites nos últimos trabalhos da banda, uma consistência musical muito boa, outro destaque é a faixa “Gods and Titans” uma faixa bem épica que não tem como não lembrar de Grave Digger.
Outro ponto que chama a atenção são as temáticas da banda que não só nesse trabalho mas também em todos os materiais da banda, são temas muito bem colocados de quem sabem do que está falando, uma verdadeira aula sobre mitologia e história e podemos comprovar isso na faixa “Stone Eyes” que tem participação de Renato Trevas do Azul Limão nos refrões, uma faixa que traz a história de Medusa que é descrita na mitologia Grega como uma mulher condenada por Atena a eterna solidão, seus cabelos são formados por serpentes e seu olhar possui o poder de petrificar quem os encara, na narrativa o herói Perseu põe fim a besta em sua caverna cortando sua cabeça a mando dos Deuse ou na “The Bone Breakers” que conta a história do gigante Polifemo que após prender Odisseu e os seus companheiros que entraram no antro do ciclope e são presos e alguns deles devorados, após a fuga de Odisseu o gigante ciclope pede a seu pai Poseidon que se vingue de Odisseu, amaldiçoando os gregos durante a viagem… temas como estes faz desse trabalho uma obra muito bem feita, tanto musicalmente como tematicamente.
Com vocais agressivos de Rodrigo Garm, tudo na medida certa, uma dupla de guitarras perfeitamente entrosadas de Rafael Luís e Renan Guerra que tambe faz parte de orquestrações e piano, e com muita perfeição e isso podemos ouvir nas faixas ” Obscure Sailings”, “Lamentations of Olympus” e “Pandora’s Secrets” (Version Piano) uma verdadeira e maravilhosa viagem musical que finaliza o trabalho, linhas de baixo bem consistentes de Bruno Hage e o excelente trabalho de bateria de Alexandre Daemortiis.
Um trabalho muito bem elaborado, que coloca “Land of the Greeks” como um dos tantos trabalhos maravilhosos de 2023.
1 – Journey through Greek Lands (intro)
2 – The Son of the Sea
3 – Mourning Night
4 – Labyrinth of Flesh and Blood
5 – Pandora’s Secrets
6 – Obscure Sailings
7 – Gods and Titans
8 – Reasons for War
9 – Lost in the Deep Ocean
10 – Stone Eyes
11 – The Bone Breakers
12 – Lamentations of Olympus
13 – Pandora’s Secrets (Piano version)