VULCANO – Epilogue

16° Album da banda - lançado independente -13 de abril 2024

Álbum

Meio de surpresa eu tive a oportunidade de resenhar o último álbum da lenda absoluta do Black Death Thrash Metal nacional, “Epilogue” do VULCANO.

Primeiro eu gostaria de fazer uns comentários gerais:

-O VULCANO parece uma banda com pressa. Tipo, “bora galera, vamos logo que essa porra de mundo tá acabando”…Ou algo como uma invasão relâmpago, uma tomada de assalto, uma “blitzkrieg“.

-Logo de cara eu senti uma vibe meio “Bloody Vengeance” na produção. Mas de maneira consciente e mesclado com a fase atual. No decorrer da resenha acredito que vocês vão me entender.

-Senti também esse trabalho mais crumais raw, como dizem atualmente -, um pouco distante da super produção que, pelo menos eu, senti nos dois últimos álbuns do VULCANO, “Eye in Hell” e “Stone Orange“. Lógico que eu adorei as duas obras-primas mas, pra mim, assim fica melhor. Mais a cara do VULCANO.

-Sobre os músicos, o Bruno Conrado, baterista, tá tocando pra caralho, altas viradas e muito blastbeat! Tive a informação que o Cleiton Nunes e o Zhema revezaram guitarras e baixo e me parece que o Cleiton trouxe uma certa influência. O Luiz continua sendo um dos maiores vocalistas do metal extremo nacional. E tô falando em técnica mesmo.

Feitos os comentários gerais, vamos à resenha:

A arte da capa me remeteu a praticamente todas as letras do álbum. Se você se der ao trabalho de acompanhar as letras vai ver: Tem o mago, referências à serpente que fecha um ciclo em si mesma, o livro, o espelho…Uma alusão ao Salvador Dali, que remete ao tempo, com aqueles relógios…

As letras do Zhema são um capítulo a parte. Além dos elementos herméticos e ocultistas que ele sempre faz questão de trazer, as letras desse álbum me passaram uma certa cronologia da história do VULCANO, refletida até nas referências das músicas. Bora falar sobre as músicas:

A intro me remeteu ao EP/Single “The Awakening of an Ancient and Wicked Soul – Trilogy“, que ficou um tempo apenas virtual.

E a “The Wizard“, não sei se vou mudar de opinão conforme for ouvindo, mas é a que mais me pareceu mesclar o VULCANO novo e o velho, trazendo aquele “sopro“, meio “Blooby Vengeance” que falei.

-“On The Wings“, me remeteu a um dos meus albuns preferidos, que é o “The Man, the Key, The Beast”. E eu correlacionaria a temática da música com a harpia clássica dos álbuns do VULCANO. Como diz a letra: “Você voará pelos céus, Nas asas do tempo, Você procurará criaturas iguais a você e ao seu veneno”. 

– “At The Dawn” eu achei a mais diferente de todas. Uma porrada Death Thrash Metal, mas ainda assim, remeteu ao Antropophagy…Ela é diferente pelo riff mais lento no meio da música, que aliás é puro anos 80.

-“The Mirror“, em certos momentos me mostrou uma influencia punk. Mas deixa eu explicar: na realidade me remeteu às influências punk do Celtic Frost, com uns momentos meio “In to the crypt of the rays“. O solo e as mudanças de andamento, mais urgentes, digamos assim, são sensacionais!

-E a partir daqui, me parece que o album entra numa especie de “Capitulo II”, sendo que o “Capitulo I” descreve algo como uma profecia da trajetória do VULCANO e o capitulo dois prepara para o legado.

– “The Book“, ao mesmo tempo que tras à mente o livro negro do álbum de 2004, me remete ao conceito do ciclo, do eterno retorno nietzscheano, bem representado pela serpente Oroboros na capa.

-Tanto “The Book” como a próxima, “The Clock Time” alternam bem os tempos mais cadenciados, mais mid-tempo e uns blasts brutais! A propósito, a frase “A smile appears on my lips” da musica “The Book“, se me falarem que é o Angel ali eu acredito!

The Clock Time” é mais uma das que, em determinados momentos me levou ao “Bloody Vengeance“. Novamente o trampo de guitarras é sensacional!

-Depois vem “The Renegade”. Um retrato perfeito do som dos anos 80. E do conceito que os anos 80 trouxeram. A letra é um manifesto da integridade no metal. Integridade que o VULCANO encarna. Pra mim a melhor do álbum!

-Fechando o album vem “Epilogue“, a faixa título, que começa bem atmosférica e, pasme, repete a invocação da “Bloody Vengeance“. A faixa é naquela pegada mais lenta, aliás, como a própria “Bloody Vengeance“.

Mas tem uma coisa que eu quero entender: Epílogo, pra quem não sabe é como uma pós-conclusão. Algo que vem depois de uma obra literária ter concluido sua narrativa. Meio que faz um resumo geral e encerra a obra.

Eu senti esse pegada desde o começo do álbum. Desde a capa, aliás, que remete a elementos de toda a obra do VULCANO. Desde as letras que, como comentei no texto, trazem uma expressão de profecia e de legado. E desde o som, que também trás referencias à toda a obra do VULCANO.

Bom, eu ficaria realmente muito triste se fosse uma despedida. Ao mesmo tempo, fico muito feliz de ter acompanhado toda a trajetória do VULCANO.

Enfim, uma aula de integridade, uma aula de metal! Hail VULCANO, orgulho nacional!

Link para o Album:

BANDCAMP – VULCANO

Redes Sociais: 

INSTAGRAM – VULCANO

FACEBOOK -VULCANO

HOMEPAGE – VULCANO