O underground seria de fato libertário?
O Brasil teve como base de seu modelo social a família patriarcal. Sendo assim, muitos aspectos são compreendidos a partir dele. As constantes mudanças das sociedades humanas e novas circunstâncias são o que fazem os principais enredos da História.
Dois exemplos deste enredo: Um é o dia 08 de Março, instituído pela ONU, que ficou marcado como o “Dia Internacional da Mulher”. Uma data originária de movimentos sociais e trabalhistas, no início do século XX, em memória das lutas das mulheres por melhores condições de trabalho, igualdade de direitos, reconhecimento social e político.
Outro seria o termo underground, tendo suas raízes na década de 60, onde é utilizado para descrever movimentos contraculturais que buscavam explorar novas formas de expressão.
Uma delas é o universo “metal” onde, teoricamente, deveríamos ter um lugar libertário em ideias e práticas.
Mas…será que isso ocorre de fato?
Infelizmente o underground ainda é um ambiente hostil para a figura feminina, onde nós mulheres, em muitas situações, precisamos estar nos “provando”, para reafirmar nosso lugar de direito, onde queremos estar, ou seja: participando de bandas, em programas de mídias underground, zines, como produtoras, como desenhista e em todas as áreas possíveis que alimentam este nicho.
É inegável dizer que o número de mulheres, tanto no público como no palco e outras formas de envolvimento, é consideravelmente menor, em relação ao masculino e, muitas vezes, acabamos ficando “vistas” como coadjuvantes.
A verdade é que o Machismo é ainda muito presente na cultura underground. Homens e mulheres podem sofrer com o machismo estrutural, porém as mulheres são as mais afetadas, pois o conjunto de crenças nos coloca, muitas vezes, como inferiores, estigmatizando nossos comportamentos e diminuindo nossa voz e vez perante a sociedade.
Vale lembrar que Underground é aquilo de foge dos padrões, logo não tem vez – ou não deveria ter – para machismo e preconceitos. Devemos combate-los, diariamente, inclusive entre as próprias mulheres que, muitas vezes, também vem com estes traços dogmáticos e que precisam ser rompidos, sendo um compilado de atitudes que se deve propagar. Se posicione, não se cale!
Fazendo assim, com que homens e mulheres repensam suas atitudes e a bandeira desta luta continue sendo erguida, por uma sociedade mais igualitária e justa.
O dia 08 de Março não deve ser romantizado e deve ser lembrado como um marco de luta, de resistência e de dor!
Um salve a todas as mulheres que fizeram seu papel na história! Foi isso que me permitiu estar aqui, escrevendo livremente e continuar esta luta diária para que nossas filhas, netas e todas as gerações seguintes, possam viver em uma sociedade com mais equidade.
* Um salve para VOCÊ, Raíssa! Em você, cumprimentamos todas as mulheres do underground! A equipe do Portal LÚCIFER REX está ombro a ombro com vocês nesta luta!