Beyond Chaos é um projeto de Death Metal formado em 2019 e tem como temática, Lutas internas, Guerra, Armagedom, Histórias de terror e tem em sua bagagem 6 álbuns, sendo que somente agora em 2024 ganhou uma versão física de seu trabalho lançado pela confraria U.B.L. que envolve os seguintes selos: Black Seal Prod. / Impaled Records / Belial Songs / Black Empire Prod. / Sangue Underground Rec. / Gerunda Prod. / Storm Atoom Rec. / Invisible Force of Evil. Vamos conversar com seu mentor Thiago Alboneti.
Beyond Chaos foi formado em 2019, como surgiu a ideia?
Thiago Alboneti – Eu tive a ideia de fazer o Beyond Chaos devido a várias tentativas de formar uma banda de death metal e nunca encontrar as pessoas certas. Sempre apareciam pessoas não tão interessadas quanto eu, ou que as ideias não batiam. Então por isso eu resolvi fazer tudo sozinho.
No mesmo ano de 2020 foi lançado “Home, Sweet Prison” e “Memories from Last December” em um intervalo de 4 meses, como analisa os dois trabalhos de uma forma geral e quais as diferenças?
Thiago Alboneti – E não só isso, em 2020 eu também lancei o álbum de estreia de um outro projeto meu, o Funeral Dawn hahaha.Mas voltando ao Beyond Chaos, o Home, Sweet Prison estava pronto logo em seguida que lancei o The Mind Trauma, e nele consegui me expressar melhor musicalmente pois já tinha mais segurança em questões de gravação, composição e coisas assim. Esse álbum significa muito pra mim, pois nele mostro o que realmente é o som do Beyond Chaos, foi consolidado neste álbum.
Já o Memories From Last December é onde eu começo a pegar mais pesado em minhas letras, com temas mais maduros e pessoais. Fora que ele é uma evolução natural do álbum Home, Sweet Prison e também o álbum mais técnico que lancei, creio que em toda minha história musical.
Fanaticvs Sanctvs tem uma temática bastante interessante, comente sobre!
Thiago Alboneti – Fico feliz em saber disso. Eu nesse álbum eu quis fazer algumas críticas a religiões e seus dogmas aos quais prendem as pessoas num conceito distorcido de certo e errado. E nele eu não falo apenas de uma religião, e sim crítico todas.
Fanaticvs Sanctvs é o sexto álbum, e somente agora ganhou uma versão física pela confraria U.B.L., comente qual a maior dificuldade em ter o material sendo lançado fisicamente?
Thiago Alboneti – Pra mim a maior dificuldade é a financeira mesmo. Como sabe eu sou sozinho e muitos dos selos aos quais entrei em contato cobravam uma parcela do valor de prensagem. E veja bem, eu não acho isso errado, afinal é o trabalho dos caras. Mas por eu ser sozinho qualquer 100 reais pesa no meu bolso já que não tenho 4 ou 5 pessoas para dividir o valor. Fora que depois disso muitos selos deixaram até de me responder e por muito tempo eu até desisti de lançar qualquer material meu em formato físico, deixando apenas o original no formato digital.
Desde o início você atua como uma “one man Band”, quais as vantagens e desvantagens de fazer tudo sozinho?
Thiago Alboneti – Na verdade eu não vejo desvantagem nenhuma hahaha. Mas brincadeiras a parte, a maior dificuldade nesse caso é financeira mesmo para poder bancar com divulgação, material físico, flyers e coisas assim. E por esse motivo até isso eu faço sozinho, e na verdade eu gosto disso.
Eu sei que sou chato e difícil de lidar, então hoje eu sei que seria muito difícil outra pessoa trabalhar comigo porque realmente eu gosto de fazer as coisas sozinho e do meu jeito. Eu acho que não levaria muito bem se eu mostrasse alguma música para algum integrante da minha banda (se ela existisse) e ele quisesse mudar algo, e vice-versa.
Sozinho tenho mais liberdade criativa, e fora também que eu não paro de compor nunca. Então sei que se tivesse outra pessoa comigo eu saberia que mesmo sem querer eu iria colocar pressão na pessoa, porque enquanto eu estaria terminando umas 4 músicas eu sei que a pessoa não iria ter feito nem a primeira letra ainda. Então prefiro ficar só nesse sentido musical mesmo.
Você também possui outros projetos, comente sobre seus trabalhos paralelos?
Thiago Alboneti – Como dei um pequeno spoiler ali, o meu primeiro projeto paralelo ao Beyond Chaos foi o Funeral Dawn. Eu criei ele em 2020 no ápice da pandemia de covid-19. Eu acordava e as notícias nunca eram positivas e sempre haviam pessoas mortas. Era realmente um “amanhecer fúnebre”. E como eu gosto muito de Marduk e esse nome é de uma música deles, achei que cairia bem no contexto da proposta.
Já o Infinity of Thoughts é um projeto de Black metal que fiz simplesmente por gostar do estilo, não tem nenhuma história por trás dele. A não ser que o nome vem da inspiração da música Into the Infinity of Thoughts do Emperor.
E em 2023 eu fiz o Chaotic Desolation, e esse tem um contexto por trás. Esse projeto na verdade era um duo entre eu e um amigo, porém esse meu amigo decidiu por não continuar no projeto, e como eu já tinha as músicas prontas, bastava apenas gravar os vocais, eu mesmo o fiz. Então esse projeto nasceu meio que sem querer.
O primeiro álbum se chama Biological Sonnet e é uma mistura de thrash metal com groove, porém como falei, ele nasceu meio que sem querer.
Agora na metade/fim de 2024 eu estou compondo o segundo álbum desse projeto, mas dessa vez de forma mais pensada. Eu mudei o direcionamento musical dele e o primeiro single dessa nova cara saiu dia 01 de agosto e se chama Neural Dystopia.
Tendo o primeiro trabalho lançado em versão física, o que almeja para um futuro frente ao Beyond Chaos, já pensou em tocar com outros membros?
Thiago Alboneti – Na verdade não. Eu não tenho mais pretensão de ter banda, gosto do jeito que as coisas estão.
Diante de nossa atual cena underground nacional, quais bandas você acompanha e acha que tem todo um destaque musical e temático?
Thiago Alboneti – Atualmente eu tenho ouvido muito Nightmare Slaughter, que é um death metal bem na linha do Behemoth antigo, e também é uma one-man band. Eu recomendo a todos que curtam um som na linha de Behemoth e Belphegor darem uma sacada nessa banda. Outra banda que gosto muito também é o Paradise in Flames, e vejo neles toda maestria que grandes nomes do Black metal sinfônico tem, não deve nada para nenhuma banda mais conhecida do estilo.
O espaço é todo seu… Deixe suas palavras finais para os amantes de nossa música extrema….
Thiago Alboneti – Antes de tudo eu gostaria de agradecer o espaço que me dão para mostrar meu trabalho ao público, isso faz muita diferença pois costumo dizer que nem só de bandas vive o underground, se não fossem veículos como esse também não seríamos nada.
Sobre meus projetos, para quem não conhece meus trabalhos eu recomendo a ouvir pelo menos um álbum de cada um deles, vai que ali você encontra um de seu gosto, afinal são 4 projetos de 4 estilos diferentes.
Grande abraço a todos que me acompanham e que apoiam a cena nacional.