Bia Cunha tem 45 anos e nasceu em Joinville-SC.
Suas primeiras lembranças relacionadas à música, são de quando era criança e ouvia música sertaneja que rolava muito no rádio, também dançava e cantava na frente da televisão acompanhando os participantes do extinto Programa Globo de Ouro.
Muito curiosa, desde criança se sentia atraída por temáticas consideradas macabras, como por exemplo: livros e filmes de terror, cemitérios, animais peçonhentos, etc… Esse encanto pelo macabro perdura até hoje (Bia também produz artes manuais diversas), mas foi na adolescência que encontrou maior liberdade e pôde experimentar novas possibilidades, começando ali uma história de grande admiração pelo metal, que uniu tudo aquilo que ela já gostava: filmes, livros e música.
Em 1995, então com 16 anos, voltando do colégio para casa, viu pela janela do ônibus, uma galera reunida na praça central da cidade, todas aquelas pessoas vestidas de preto chamaram a atenção e se sentiu conectada imediatamente.
Aos poucos foi fazendo amizades e conhecendo um pouco mais daquilo que havia tido oportunidade até o momento (Metallica- Black Sabbath-Raul Seixas- ABBA),e, como já estava trabalhando, conseguia adquirir alguns materiais na Rock Total (Venom, Amen Corner, Samael, Bathory, Sex Trash, etc…)
Também foi em 1995 que conheceu a pessoa com quem teria a maior parceria artística da vida, o “Kabong” Antônio Gonçalves! De início já desenvolveram uma amizade incrível, culminando em um relacionamento duradouro. Ele, muito experiente (Necrópsia- Vomit- Virgo Sacrum), e guitarrista há algum tempo, na época estava na Impuro, banda de black metal. Findada a Impuro em 1998, deu-se início a Luciferiano, banda também de black metal, cujo os integrantes eram todos amigos e remanescentes de outras bandas da região.
Nos bastidores, Bia acompanhou a trajetória da Luciferiano até 2019, quando iniciou como integrante da banda assumindo o contrabaixo. No entanto, antes de falar um pouco mais sobre isso, é preciso relatar algo fundamental que ocorreu um pouco antes, em 2015.
Naquele ano, em junho, voltavam de um evento e ambos sofreram um gravíssimo acidente de automóvel, ficando debilitada por um longo período. Foi uma época de muito caos, levando Bia a depressão. O processo de reabilitação foi longo e necessitou de todos que estavam em sua volta, incluindo família e amigos. Durante uma das inúmeras consultas com o médico ortopedista, surgiu a indicação médica para que tivesse como alternativa terapêutica, algo que desse fôlego para suportar tudo o que ainda viria. Kabong sendo seu companheiro e também professor de guitarra e violão, aliou sua experiência à necessidade do momento, então passou a ser sua aluna no contrabaixo. Como não tinha o instrumento, iniciou tocando com o violão que já estava com ela e posteriormente conseguiu comprar um contrabaixo usado que lhe acompanha até hoje.
O planejamento inicial era tocar um instrumento de forma lúdica, sem muitas pretensões, mas a prática se mostrou tão prazerosa, que não parou. Sempre com acompanhamento, foi se dedicando cada vez mais e assim formaram uma dupla muito coesa. Inicialmente foi fazendo acompanhamento para algumas músicas que gostava, então ensaiava, gravava o resultado e postava na mídia. Esse exercício, acabou lhe levando a primeira experiência com banda: a “Menos Pausa”, uma banda de mulheres (Jessica-vocal/Izzy-guitarra/Jennifer-bateria/Bia-baixo), que decidiram se reunir para tocar covers (Ramones- Alice Cooper- Joan Jett- Judas Priest- Twisted Sister).
BIA CUNHA: “Nossos ensaios foram inesquecíveis e muito divertidos. Desta amizade, surgiu a formação da segunda banda que fiz parte, a Apócrifos (Victor-vocal/ Antônio-guitarra/Culver-bateria/Bia-baixo), cujo vocalista é marido da vocalista da Menos Pausa.
Extraordinária é a palavra que define para mim a Apócrifos, pois tudo o que eu via enquanto plateia agora acontecia comigo como protagonista para o público. Tive a oportunidade de experimentar as primeiras apresentações ao vivo, processos de gravação de vídeo clipes, gravação de músicas para o CD homônimo que lançamos, enfim, para mim tudo era novidade.
Com o desempenho legal junto à Apócrifos, em 2019 surgiu o convite para assumir o contrabaixo na Luciferiano, e confesso que relutei um pouco, porque não estaria iniciando em algo “do zero”, estaria me incorporando a uma banda com mais de duas décadas de existência, essa responsabilidade pesou bastante na decisão, mas decidi arriscar e comecei a ensaiar as músicas. Atualmente estamos lançando o terceiro álbum da Luciferiano (Antonio-guitarra/Bia-baixo/Dian-bateria/Willian-vocal), intitulado “Hipocrisia Angustiosa”, sendo o primeiro em que estou como baixista.’’
O ano agora é 2021, o caos se fez presente mais uma vez, todos confinados, não podia se encontrar para ensaios ou tocar ao vivo, então durante esse período, diante de toda a insanidade que estávamos vivenciando, procuraram canalizar sentimentos em algo que pudesse ser apreciado de longe por outras pessoas, nasceu assim a Delírio. Inicialmente com Antônio-guitarra e vocal, Bia no baixo, a bateria das músicas eram gravadas para que pudessem acompanhar. Começaram a lançar as músicas uma a uma nas redes sociais e a galera recebeu muito bem, muitos relatando como se sentiam próximos e conectados com os temas de cada uma delas. Com a Delírio, lançaram um álbum, alguns vídeo clipes, fizeram lives, participaram da trilha sonora de um filme (Brother’s Keeper), nos EUA com a música título do cd “A Insanidade”.
Após um período de apresentações em formato trio (Antonio -guitarra e vocal/Bia-baixo/Kelwin-bateria), voltaram ao formato inicial de dueto ( Antônio e Bia), um formato mais simples e ao mesmo tempo dinâmico.
BIA CUNHA: “Sintetizo o caos através da Arte, pois foi assim que transformei minha forma de entender o mundo”
Bia Cunha é: baixista da banda de black metal catarinense Luciferiano, baixista do projeto Delírio e baixista da banda de Dark doom metal Apócrifos
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