A Black Heart além de nos presentear com as excelentes revistas das edições Black Heart também nos brinda com vestimentas com uma linha de roupas de diversos design com temáticas voltadas ao lado obscuro, vamos conversar com seu idealizador, o Weder Ferreira.
Você é a mente por trás da BlackHeart, conte como teve a ideia de criação deste trabalho?
Weder Ferreira – Opa como vai Alan? Desde já agradeço por esse espaço. A Black Heart Cult já era uma ideia que estava em meus planos desde o início quando ainda comecei com a BlackHeart Magazine. Fazer uma marca que trouxesse um pouco mais de minha filosofia e ideal, dentro do ocultismo e a música extrema. Como designer pude então criar e fazer parte desse projeto criativo, e esse já era um papel que eu vinha desempenhando por anos, criando para outras marcas. E a vontade de produzir algo com 100% de liberdade, sendo responsável pela sua produção artística, era o que mais desejava.
Como surgiu a ideia de criar uma marca de vestuário para o público da música extrema?
Weder Ferreira – Eu sou uma pessoa ligada a moda Street Wear desde a adolescência, e certas marcas dos anos 80 e 90 estão muito presentes em minha vida de forma nostálgica e me influenciou em todo o meu processo criativo durante os anos, a música extrema é a responsável por eu conhecer o satanismo, então por fazer parte da história do metal extremo brasileiro, nada mais justo do que trazer essa lembrança para a marca. A Black Heart Cult, em sua filosofia, tem como inspiração o Satanismo não teísta de Anton Lavey, figura que conheci através do metal extremo, onde o King Diamond, o Acheron, eram grandes propagadores dessa filosofia, e em sua estética de arte usamos bastante os conceitos do metal extremo e também do hardcore. Não somos uma marca que simplesmente usa as simbologias e conceitos por um apelo mercadológico, cada estampa produzida por nós manifesta um sentimento real, presente em nosso conceito. A junção de nossa filosofia e influência das marcas antigas, trouxe o que chamamos de Satanic Wear.
Você é um artista bem versátil, também é tatuador, qual o estilo que mais se inspira em suas artes?
Weder Ferreira – Eu por muito tempo me intitulei como tatuador tradicional, mas durante todos esses anos, atuei em vários segmentos da arte e da cultura, hoje me intitulo como escritor e artista plástico, pois acredito abranger de forma um pouco mais ampla meu trabalho. Minhas artes têm influências e seguimentos diversos, o tradicional americano (tatuagem oldschool) está muito presente, mas fiz muita coisa mais abstrata para vários lançamentos de álbuns do metal extremo, Satyricon, Drudkh, Rotting Christ, Dark Throne… assim como desenhos mais gore com pontos para produções que lembram o Death Metal dos anos 80… assim como também o design mais gráfico presente no street wear dos anos 80 e 90, ou seja, a qualquer momento posso usar qualquer uma dessas técnicas que são muito diferentes entre si, para uma produção da Black Heart Cult. As influências são diversas e me sinto inspirado por todas elas.
As artes feitas para os designs tem estilos diferenciados, esse estilo se baseiam nas ideias de design?
Weder Ferreira – Eu quando desenvolvo um conceito para uma estampa penso primeiramente no artista com vai desenvolver essa estampa, se for eu o artista eu trabalho dentro do meu conceito de imediato, mas quando é um artista convidado monto a ideia e sempre sou surpreendido positivamente com ela.
Como funciona o conceito de criação das estampas?
Weder Ferreira – O conceito inicial é satânico! Depois disso vai depender de como está o meu humor, pode sair algo mais de boa, ou algo mais ácido, acho que tudo depende disso. Na área esportiva, por exemplo, onde temos adentrado, eu tento visualizar o atleta ou o praticante de atividade física que não sente-se representado pelas marcas ou o esteriótipo presente em determinado esporte, então desenvolvemos diversos conceitos dentro desse nicho, com a ideia de trazer algo que represente a pessoa que vai estar usando e lógico com um visual impactante, pois as outras marcas, geralmente tem um conceito religioso, místico e cristão, então não tem nada melhor do que fazer um treino com uma camiseta dizendo que Satã é seu motivador favorito!
A temática visual dos trabalhos aborda sempre o ocultismo e satanismo, futuramente teria espaço para uma temática envolvendo terror?
Weder Ferreira – Sim! Mas estamos pensando em algo assim, acabamos de fazer uma camiseta que não tem o satanismo presente, e sim o horror, acredito que esse é um tema que será bastante explorado por nós em breve, principalmente em filmes e literatura que foram também pilares no desenvolvimento lírico do metal extremo.
Você acha que hoje com a globalização de notícias onde tudo corre muito rápido e de fácil acesso com a internet fica mais fácil atingir outros públicos fora da música extrema?
Weder Ferreira – A Black Heart Cult por ter um pilar que é a Black Heart Magazine é muito natural que envolva o metal extremo em seu conceito, mas não é nosso objetivo já que a Black Heart Magazine é a responsável por essa missão, com a Black Heart Cult além do metal extremo, atingimos outras camadas da cultura alternativa onde qualquer pessoa que curta o ocultismo ou horror pode aqui sentir-se representada.
Esse trabalho a frente da BlackHeart já atingiu um público internacional?
Weder Ferreira – Sim, mas infelizmente por questões de logísticas de envio acabamos por não conseguir atender, mas, esperamos que a política de envios possa mudar e assim atingirmos como a Black Heart Magazine conseguiu, chegar em todos os continentes do mundo.
Outro ponto muito interessante é o trabalho com imagens, pois a imagem vende bem, isso é fato… e com a BlackHeart parece investir bem nas imagens com modelos, existe essa preocupação com esse trabalho?
Weder Ferreira – A verdade é que quando começamos esse foi o nosso primeiro problema. Primeiro por não estar dentro do circuito de produção da moda alternativa, vamos assim simplificar. E outra é a preocupação de quem vai nos representar, já que, a imagem é algo importante, mas a ideologia e onde eu preso, então o conceito estético de fotos das modelos estão atreladas a isso, não queríamos, por exemplo, ter alguém cristão ligado a nós e durante esse breve tempo de caminhada vetamos muito nesse sentido, oportunidades que dentro do mercado poderia ser muito interessante, mas temos um compromisso com a nossa verdade, antes de tudo.
Quem são os principais desenhistas da marca? Pois os estilos são bem diversificados…
Weder Ferreira – Hoje a marca tem 3 artistas que desempenham a função criativa de estampas, eu faço o que está mais ligado ao design mais gráfico e a tatuagem oldschool, temo Alexandre Kool um grande artista que é meu amigo a mais ou menos 20 anos, ele atua muito na criação de capas de bandas e cartazes de shows, já atendeu bandas como Ratos de Porão, Cemitério e outras, gosto muito do seu estilo, mais ligado ao Street wear e skate anos 80. O outro artista é um velho conhecido de todos que está conosco desde o início da BlackHeart Magazine e sem dúvida para mim é um dos artistas mais importantes do metal extremo brasileiro, o qual é o Emerson Maia.
Você como um bom design de moda e um excelente artista, te pergunto… o que é mais difícil a criação do design ou da arte?
Weder Ferreira – A criação do conceito inteiro é um trabalho muito prazeroso, pois penso inicialmente no consumidor final, a pessoa que vai usar nossa roupa. Então após isso vem a inspiração e aí começa a criação e isso envolve muitos processos, escolha de tecido ao corte da roupa, quando você faz uma camiseta você pensa só na estampa e qualidade da malha, mas quando é uma peça feminina, por exemplo, o trabalho torna-se mais complexo, então o processo de design é muito mais trabalhoso, pois baseado nele a arte final será executada.
Esse espaço é todo seu, deixe suas palavras finais para os amantes de seu trabalho…
Weder Ferreira – Bom, agradeço muito por essa oportunidade de demonstrar mais um pouco de meu trabalho, e principalmente a todos que tem nos prestigiado em todos os sentidos, desde a nossa editora e agora a nossa marca. Para aqueles que estão nos conhecendo agora nos siga nas redes sociais e acompanhe nosso trabalho com a Black Heart Cult.
Hail Satan!
Até mais…
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