CHURRIL – Fábulas do Esgoto

CD 2024 - Underground Voice Records

Álbum

Criada, ou melhor,  expurgada dos esgotos de $anta Maria, no Rio Grande do Sul, a banda CHURRIL inicia sua fétida trajetória no ano de 2022. Formada por Luana nos vocais (Finita), Cássio F. Lemos no baixo (Human Plague), Guilherme Paim na bateria(Symbiopsy) e Ricardo Pirotti na guitarra (Malditos Jovens do Reggae), essa turma excreta uma diarréia musical de Death/Grind/Crust/HC com o singelo nome de “Fábulas do Esgoto“.

O caldo de desgraça começa com ‘Puta que Pariu’. Letra simples, reta, podre e desarranjada com um leve toque político; “…pátria armada Brasil“. Umas bases cavalgadas com cadenciamento, trazendo muito peso e variando com riffs mais velozes. O vocal de Luana faz um  gutural finalizando num rasgado com muita fúria.

A temática gore se faz presente na poética e nojenta  ‘Pau Mofado‘.  Bate-estaca acompanhado de  um vocal raivoso, caindo para um tempo cadenciado e com variações onde a lírica me faz pensar como um público cantaria em  uníssono: ” fui foder debaixo da ponte, olha o que encontrei, achei só pedaços de homem, montei um só e galopei“.  Finalizando com o refrão:” Chupei um pau mofado”. 

A faixa ‘Necrochorume‘  inicia com a cozinha a todo vapor, bateria e o “baixão” dando as ordens, enquanto a guitarra entra momentaneamente com bases pesadas e mais modernas, porém simples e direta. Agressivamente apresentam ‘Amputados pelo Diabo‘, onde satã com pitada  de sarcasmo se faz presente: ‘“o demônio surgiu putaço, estão me chamando pra que? Cuidado ao invocá-lo, ele pode desmembrar você“. Sonoramente um deathgrind bruto com muito peso e pancadaria. Aquela música pra fechar o repertório e colocar o espaço do show no chão.

A heresia termina na faixa “Tropecei no Cadáver de Deus”. Entre palavras e frases   como bosta angelical, o cu era uma fonte de Conaprole e merda divina,  uma melodia rastejante, nervosa e desgovernada. O peso característico se faz presente sempre variando em velocidade e trechos cadenciados, num Deathgrind poderoso.

CHURRIL nos acena de uma fossa séptica para nos afogarmos de chorume.

Fica o convite.

Aquisição via: Underground Voice Records.

Capa por Juliana Tessele e Cássio F. Lemos

Foto por: Ana Cunha