Criada, ou melhor, expurgada dos esgotos de $anta Maria, no Rio Grande do Sul, a banda CHURRIL inicia sua fétida trajetória no ano de 2022. Formada por Luana nos vocais (Finita), Cássio F. Lemos no baixo (Human Plague), Guilherme Paim na bateria(Symbiopsy) e Ricardo Pirotti na guitarra (Malditos Jovens do Reggae), essa turma excreta uma diarréia musical de Death/Grind/Crust/HC com o singelo nome de “Fábulas do Esgoto“.
O caldo de desgraça começa com ‘Puta que Pariu’. Letra simples, reta, podre e desarranjada com um leve toque político; “…pátria armada Brasil“. Umas bases cavalgadas com cadenciamento, trazendo muito peso e variando com riffs mais velozes. O vocal de Luana faz um gutural finalizando num rasgado com muita fúria.
A temática gore se faz presente na poética e nojenta ‘Pau Mofado‘. Bate-estaca acompanhado de um vocal raivoso, caindo para um tempo cadenciado e com variações onde a lírica me faz pensar como um público cantaria em uníssono: ” fui foder debaixo da ponte, olha o que encontrei, achei só pedaços de homem, montei um só e galopei“. Finalizando com o refrão:” Chupei um pau mofado”.
A faixa ‘Necrochorume‘ inicia com a cozinha a todo vapor, bateria e o “baixão” dando as ordens, enquanto a guitarra entra momentaneamente com bases pesadas e mais modernas, porém simples e direta. Agressivamente apresentam ‘Amputados pelo Diabo‘, onde satã com pitada de sarcasmo se faz presente: ‘“o demônio surgiu putaço, estão me chamando pra que? Cuidado ao invocá-lo, ele pode desmembrar você“. Sonoramente um deathgrind bruto com muito peso e pancadaria. Aquela música pra fechar o repertório e colocar o espaço do show no chão.
A heresia termina na faixa “Tropecei no Cadáver de Deus”. Entre palavras e frases como bosta angelical, o cu era uma fonte de Conaprole e merda divina, uma melodia rastejante, nervosa e desgovernada. O peso característico se faz presente sempre variando em velocidade e trechos cadenciados, num Deathgrind poderoso.
CHURRIL nos acena de uma fossa séptica para nos afogarmos de chorume.
Fica o convite.
Aquisição via: Underground Voice Records.
Capa por Juliana Tessele e Cássio F. Lemos
Foto por: Ana Cunha