Eclipsys Lunarys Prod, o que falar de um selo que já conta com um legado de ser um dos poucos apoiadores do Doom Metal no Brasil; o selo que tem como mentor o amigo Leandro Fernandes, um avido apreciador, um colecionador de velha escola (no melhor sentindo da música) underground.
Nesta conversa, o mentor da ELP nos fala sobre underground, música e dedicação à cena, isto tudo calcado em mais de uma década de apoio ao Doom Metal!
E aí meu amigo Leandro, mah, a primeira pergunta é um padrão logico da existência, o porquê de criar um selo voltado exclusivamente ao Doom Metal e seus subgêneros?
Salve meu amigo ZArtan, primeiramente agradeço ao espaço onde tens sempre contribuído pela divulgação de nosso trabalho!
A ideia de ter uma distro desde o final dos anos 90 onde criei uma pequena distro onde peguei algumas demos de algumas bandas da época mas como as coisas naquela época não eram diferentes da época de hoje eu acabei por investir em coisas pessoais e me dedicando somente ao colecionismo de demos, CDs e zines, a ideia veio meio que pela paixão no gênero que por muitos anos era criticado e ignorado por muitos por conta de algumas bandas que por sua vez não conseguiram alcançar uma personalidade, visto que com a facilidade hoje em dia de se ter ótimos instrumentos e equipamentos de qualidade percebi que algumas bandas se destacavam na qualidade de gravação e que cada banda trazia uma característica própria mesmo trazendo elementos da antiga escola do início dos anos 90, criei o selo em 2013 e só consegui ingressar com lançamentos em 2017 e acabei entrando no cooperativismo com outros selos e sem perceber já havia alguns lançamentos e acho que o estilo Doom sempre acompanhou como a sombra mas nada planejado!
Aqui no Brasil temos muitas boas referencias Doom Metal, mas, houve um tempo em que tudo era mais “fechado” à poucos apreciadores do estilo. Qual comparativo você faz acerca do time line Doom Metal?
Em termos de comparação existem vários fatores a se frizar, muitas coisas evoluíram para melhoria tais como:
– Melhores instrumentos e equipamentos e toda evolução tecnológica que temos acesso.
Eu acredito que muitas coisas naquela época e hoje em dia não somam, pois hoje a qualidade de divulgação é muito melhor e ninguém divulga ninguém, nem as próprias bandas que no passado gastavam pra xerocar flyers pra divulgar, hoje ficou mais fácil com a era da internet é só compartilhar mas o povo quer discutir política, futebol e afins e o que precisa ser melhorado não melhora uma divisão tremenda naquilo que no passado não tinha tanto, hoje se discute se o músico é flamenguista ou corintiano é uma guerra por coisas nada a ver, tem bandas que não compram mais material de bandas do próprio estado, não vai em shows se não for tocar, finalizando a pergunta o Brasil nunca deixou a desejar em questão de qualidade de ter ótimas bandas, o que acontecia no passado e ainda acontece é a falta de interesse das pessoas.
Se não me falha a memória, temos 37 itens lançados com o “selo E.L.P. de qualidade underground”, consegue fazer um comparativo do item 001 até o 037?
Então são 40 já lançados e o comparativo é bem simples com lançamentos em cooperativismo eu não tinha tanta autonomia quanto tenho hoje na parceria diretamente com as bandas, hoje lanço menos, mas tento opinar pra mudar alguns detalhes que ajudam no aperfeiçoamento da imagem, divulgação das bandas e sem deixar de citar que a cada lançamento uma nova experiência e aprendizado, pois com cooperativismo muita das vezes só sabia quando o material chegava!
Os lançamentos mais recentes são o Obscurity Tears e o Denial of Light, trampos fuderosos, com qualidade luxuosa. Como são feitas as parcerias de bandas + selo para terem o material lançado via Eclipsys Lunarys Productions?
Os últimos lançamentos foram Denial of Light, Eternal Solitude, Finita, Labore Lunae, Obscurity Tears e Corpses Conductor do meu Subselo Underground Voice Extreme Music, a parceria rola quando a banda se dispõe a investir e discutimos o que seria melhor para todos nós e possa agradar ambas as partes é algo bem fácil, lógico que que uma ou outra que não se dispõe então fazer o que, daí dividimos os gastos e as cotas de CDs.
Com a atual fase econômica defasada pós pandemia, onde a fabricação do CD encareceu, e a procura e consumo do digital crescendo muito; como é perdurar a essas adversidades?
É uma realidade dura que enfrentamos todos os dias pois as adversidades físicas e psicológicas do nosso dia a dia as vezes muda o rumo das coisas por isso gosto de tentar trabalhar com tranquilidade e confiança, pois se uma banda tem confiança no selo tudo flui naturalmente se nenhum fator adverso interferir e o que mantém a chama acesa é a verdadeira amizade, apoio, reciprocidade e confiança aí vamos seguindo com o apoio de todos.
Como está a divulgação do catálogo da Eclipsys Lunarys Productions fora do Brasil? digo, com mais esse empecilho também do estouro dos serviços postais.
Sinceramente eu já mandei para alguns países, mas como a economia do país e altos preços dos serviços dos correios que não ajuda eu acabei criando um Band Camp do selo pra que outras pessoas de outros países possam ter acesso aos lançamentos, mas conseguimos espalhar bem o material do selo e vemos isso por conta de vários e-mails que recebo de gente da gringa.
Você já se aventurou no mundo da música? digo, já tentou montar banda ou só mesmo faz raiva a muié em casa, kkk!
Sim cara acho que naquela necessidade de adolescente na época de participar de alguma coisa, chegamos até a editar um zine na época, mas enfim eu não tinha talento e ou nem paciência pra lidar com banda pois envolve muita dedicação e tem momentos na vida da gente que precisamos dedicar a família, estudos e coisas adversas, kkkk.
Você também já editou um zine, você lançou quantas edições? Nos relate um pouco da experiencia zineira. Há algum plano de voltar com o zine?!
Sim o zine se chamava Forever Underground a ideia inicial foi de um brother e juntos eram 3 amigos na mesma proposta e como viajávamos para festivais no entorno de MG sempre tinha uma resenha de show e eu escrevia muito na época e comprava zine, cd, dt e usava elas para resenhar, foi uma época muito difícil pelas condições pois éramos adolescentes e não tínhamos muitos recursos, hoje em dia não tenho tempo mas gostaria de poder editar algum informativo vamos ver se dá certo.
Aliás, o selo costuma apoiar zines/revistas, tudo na vida tem um custo, em se tratando da vida no Underground é viável este nixo de divulgação?
Sim a partir do momento que não tá te levando um tira de couro das tuas costas vale muito a pena pois a resposta e o respeito não são comprados tudo soa espontâneo e isso é gratificante pois não vivemos uma mentira pois quem apoia compra e quem não compra não apoia eu sempre compro de vários outros selos e apoio as bandas, compro camisas das bandas estou tentando fazer a engrenagem girar e não só vender como muitos fazem por aí.
Você criou um sub selo para lançar materiais mais extremos/brutais, relate esta empreitada e as recentes novidades, vi que lançou um CD recente.
Sim o Subselo Underground Voice Extreme Music foi criado nessa necessidade de apoiar a música Estrema pois eu nunca fui preso somente ao Doom Metal estamos no 8° lançamento a banda de Mauá do meu amigo Dingão o CORPSES CONDUCTOR e esse foi um resgate maravilhoso de 1997 onde tive o prazer de participar, estamos com vários projetos vamos ter novidades em breve.
Grande Leandro, agradeço imensamente o apoio underground de sempre, e, deixo este espaço para algo mais que deseje relatar. Stay Metal!
Poxa cara primeiramente agradecer por todo apoio amizade e divulgação, e na esperança de uma cena mais unida em termos de coisas que andam acontecendo, muitas vezes acontecem coisas que poderia ser evitado ou neutralizado como os altos números de pessoas lesadas por pessoas no próprio movimento outras pessoas financiar pessoas que nos roubaram pois se contratamos um serviço e ele não é entregue você foi roubado , afinal de contas o nosso sangue e o nosso suor tem que ser valorizado, a cultura do passar a perna no outro dentro do Underground precisa acabar, lutar por um movimento mais sincero, sério e recíproco afinal de contas eu também sou colecionador e sempre tô buscando apoiar os selos que ainda lutam para perpetuar a arte do material físico, que nunca acabou nos Estados Unidos e na Europa, mas no Brasil nunca foi entendido.