De primeira mão devo lhes dizer que fiquei muito satisfeito quando recebi este advanced, ainda mais por ser uma banda/projeto que admiro muito, o grau de ansiedade foi imenso para “conhecer” este novo trabalho, digo conhecer pois para quem já conhece a banda, o esperado é algo que dá ênfase a temas inspirados por JRR Tolkien, Heathenism, Magia Élfica e na Natureza, aliás, o nome Eldamar é derivado da região costeira de Aman, uma terra colonizada por Elfos.
Mas, pasmem, em Astral Journeys Pt. I: Creation o ELDAMAR mergulhou no cosmo existencial, mudando por completo o direcionamento musical para experiências existenciais profundas e envolventes, criando ambientes únicos, e vale ressaltar que a mente criadora do Eldamar é o norueguês multi-instumentista (Vocals, Guitar, Keyboard & Programming) “Mathias Hemmingby” (@eldamarofficial/) que também participa das bandas/projetos Askheimr, Belfalas e no Killing with Arrows.
Um fator importante (também) no Eldamar são as capas dos discos, sempre uma bela pintura, uma paisagem impressionante/deslumbrante, em Astral Journeys Pt. I: Creation quem assinou a arte/pintura surrealista da capa foi o artista polonês Mariusz Levwandowski (@mariusz_lewandowskiart/) que captou muito bem a espiritualidade da sobrenatural (e nova) jornada do Eldamar.
Quando se fala de Noruega logo nos vem à mente os “medalhões Black Metal”, mas o som que o Eldamar se propõe a executar é um Black Metal Atmosférico com elementos Ambients, verdadeiras paisagens sonoras que transportam o ouvinte para uma experiência cósmica única, assim como diz no release “O objetivo da música de Eldamar sempre foi evocar uma resposta emocional dos ouvintes, combinando o auditivo e o visual para criar uma experiência profunda e envolvente”.
Astral Journeys Pt. I: Creation é composto por 6 músicas sendo elas:
01. Akt I; First sight of a new realm… (10:36)
02. Akt I; …with forces good and evil (8:09)
03. Akt II; We dwell… (4:19)
04. Akt II; …together… (3:31)
05. Akt II; …with the ghost of… (1:32)
06. Akt II; …an eternal sorrow (10:44)
As músicas funcionam como um todo, um universo fragmentado que à primeira audição te cativa por completo (e que deve ser ouvido sem interrupções), um adendo que diversifica este álbum dos anteriores é a inclusão de mais elementos pesados nas guitarras. Acho que o único ponto fraco (que não é) do disco é o pouco tempo mesmo, 39 minutos é pouco para um full do Eldamar, mas observando os títulos das músicas (Akt. I e Akt. II), presume-se que seja algo da nova mudança no andamento do som.
Tudo se inicia com uma calmaria e lentamente constrói uma andança de “Akto I; First Sight Of A New Realm…”, com teclados mesclados à guitarras condizentes ao que tornaram marca registrada nos domínios do Eldamar, os vocais hora gritos agonizantes hora sussurrados variam ao longo de intervalos em quase todo os 10:36 deste ato.
Em seguida temos “Akt I; …With Forces Good And Evil”, um belo instrumental, bem voltado ao clássico, com uso de sintetizadores e pianos elevando junto aos demais instrumentos e vocais, deixando a música num tom mais Shoegaze/DSBM.
Encerra-se o primeiro ato e o ouvinte já totalmente cativado/hipnotizado, iniciasse o segundo ato com, onde “Akt II; We dwell…” (4:19), “Akt II; …together…” (3:31) e “Akt II; …with the ghost of…” (1:32) são mais curtas e diretas, dando a entender que se trata de uma única música fragmentada em 3 partes. Ambas calcadas num Post Metal que une teclados e pianos com melodias intensas, vocais/gritos que ecoam do cosmo e âmago do universo, uma construção de sentimentos agonizantes ao meu ver, estas 3 músicas juntas se enquadram como destaque do disco.
E para finalizar o disco temos “Akt II; …An Eternal Sorrow”, com seus inesperados 10:45 de duração, está em certos momentos me fez lembrar do Summoning e também o Caladan Brood, neste ato as guitarras já são bem mais pesadas que as anteriores, os telados em escala de repetição mais abrupta com tons mais altos tornam esta viagem mais densa, com efeitos sonoros dignos de filme de suspense. Um prato cheio para os corações que apreciam a música Shoegaze que passeia pelo Doom Metal e demais mudanças que esta jornada por elementos cósmicos permitir.
