A banda de Goiás, Estado Revoltoso, chega em seu segundo álbum intitulado “Ouço Vozes, Vejo Vultos”, mostrando uma sonoridade única e bem interessante. Vamos conversar com o vocalista Roger faust para saber mais sobre a banda e o atual trabalho.
A sonoridade desse novo trabalho soa mais limpa que o anterior, porém com o mesmo estilo inconfundível da banda, quais as influências musicais da banda?
Roger Faust – Salve Alan … Primeiro agradecer em nome de toda banda a oportunidade aberta aqui para que possamos realizar essa entrevista de tamanha importância para nós….
Então… O que na verdade aconteceu foi que nessa caminhada tivemos uma evolução em termos de musicalidade…também buscamos equilibrar as ideias e influências de cada membro, captando e trazendo isso para os novos sons … Já que no restante o que mudou foi a tonalidade … Gravamos o ” Eles Caminhavam Com a Morte ” em Mi ( E ) e o Ouço Vozes, Vejo Vultos Em Ré ( D ) o que na verdade trouxe mais peso… Também tenhamos sido mais rápidos do que no álbum anterior, e nesse álbum contamos com um novo membro na Guitarra Solo , o “Joabes Raposo ” que talvez explique essa nitidez no som … As influências vêm de todos os lados dentro do Metal extremo né ? Do Doom ao Grind … Do Heavy. Ao Death/ Black … A Gente Gosta de moldar nossos sons assim. …
Como surgiu a ideia do nome “Estado Revoltoso”?
Roger Faust – O nome já estava moldado há muitos anos … Este nosso estado de revolta contra tudo que nos prejudica e aflige, a nossa revolta interna … A revolta incontrolável, que muitas vezes posta para fora surpreende e impacta a humanidade , a revolta daqueles que são rejeitados, excluídos, esquecidos, abandonados , humilhados, daqueles que se cansaram de sofrer e de assistir tudo calado… a revolta dos impossibilitados, dos atormentados e invejosos, há várias formas de revolta …. A revolta por aqueles que destroem nossos direitos de ter uma vida digna com um mínimo daquilo tudo ao qual nós temos direitos … O nome veio de ambas situações… física, mental e luta por nossos direitos…
A temática focada no terror é algo que me agrada muito, a banda teria planos para um álbum conceitual relacionado com essa temática?
Roger Faust – Na verdade esse tema abrange somente ” Amitivylle” que é realmente um tema de horror baseado em fatos reais…
todas as outras letras deste novo álbum estão passando uma mensagem ou contando um relato de experiência de vida de todos nós aqui da banda… A “Dança do Fogo” é a nossa visão de libertação de dogmas idiotas e de como quebrar de vez as algemas… ” Um lugar para nós ” fala de escolhas erradas na vida, de perdas de vidas e de um lugar onde se sepultam só Headbangers … ” Lamaçal sobre a cruz” fala da imposição e crimes das religiões cristãs, ” Ouço Vozes, Vejo Vultos ” em um relato meu de coisas que eu realmente via e o medo que eu sentia quando criança, claro que usando um pouco de licença poética na letra. ” Quer me jogar no Abismo ” relata a caçada dos invejosos e a nossa resistência ” assim Como ” Vai Morrer ” que fala da nossa disposição em enfrentar todo e qualquer ser que se rebele contra nós , lutando com as mesmas armas até o golpe final …. Então a gente não pode falar assim que não vamos fazer … Mas de momento temos outros focos … Que é continuar nesse segmento de letras que façam parte das nossas vidas.
Qual a principal dificuldade pra banda em relação ao underground nacional?
Roger Faust – Alan as nossas dificuldades são as mesmas das maioria das bandas que sobrevivem no underground como nós… O Brasil é um país imenso, a economia não nos ajuda e a galera que faz acontecer e produz como eu na ” Macabre Cemetery Produções ”
realiza com forças próprias ou com pouco apoio … Então muitas vezes ” tal ” produtor quer nos levar a tal cidade , mas não pode porque estes pontos dificultam isso ….Às vezes a logística se torna muito complicada devido estes fatos…. Pois tem lugar para lugar que vc só consegue ir de avião devido distância e tempo…pois bandas que tem membros como nós que sobrevivem de outras profissões , tem que fazer esse ” bate/volta” fim de semana e na segunda está lá as 08:00 como eu pintando carros na oficina … De restante hoje tudo tá mais fácil, tipo: comprar instrumentos, estúdios de ensaio, gravação, divulgação … Tudo está menos complicado hoje em dia comparado aos anos 80/90 né ….
Como está a repercussão do álbum “Ouço Vozes, Vejo Vultos”?
Roger Faust – Cara… Muito boa para nós …
muitos elogios, o material físico saindo bem, pintando entrevistas e convites para shows em ambas regiões do país…
Nas plataformas as audições estão a cada semana aumentando e trazendo novas visualizações em novos países e continentes … Tá bem legal para nós que não almejamos sucesso e sim que o som chegue a cada canto onde tiver alguém que se agrade com nossa sonoridade …
Comentem a ideia de arte da capa?
Roger Faust – Então essa ideia aí foi minha devido ao título do álbum …
Eu encarnarei os espíritos através dos traços bestiais do “Yuri Padial ” ( Que desenhou a capa )
foi um trabalho em conjunto , onde eu tinha idéias e dava a liberdade dele usar todas a sua criatividade para que isso chegasse onde chegou
Escolhemos ser uma mulher, para fortalecer que elas estejam sempre presentes no Underground, e se vc reparar é uma mulher morena e com traços bem brasuca …
Tudo ali tem um sentido e até uma homenagem ao Morbid Angel naquele fogo de fundo que tem rostos fantasmagóricos igual a capa do Altars of Madness …hell
E como anda a agenda de shows da banda depois do álbum “Ouço Vozes, Vejo Vultos”?
Roger Faust – Sim está muito boa.
Os shows estão pintando.
Muita coisa para ser acertado, shows para o fim do ano de 2024 confirmados, do começo do ano até maio quando estaremos no nordeste vários shows agendados.
No segundo semestre acertando para provavelmente estar em Manaus onde temos muitos amigos , estaremos de volta a BH em Outubro ou Novembro e por aí vai … Como eu disse antes … A dificuldade é a logística porque a vontade e os convites existem
Deixe aqui as palavras finais e um até breve aos leitores, apoiadores e eleitores da LUCIFER REX …
Roger Faust – O ESTADO REVOLTOSO vai seguir aqui na Caminhada, e para o ano de 2025 pretendemos fazer novas parcerias, tocar no máximo de lugares onde tenham bangers que queiram curtir nosso som, assim como vamos dar nosso sangue nestes shows que já estão marcados, tocando sons do primeiro álbum e apresentando a performance deste álbum recém lançado, também gravar um single com um vídeo Clip oficial em comemoração dos 10 anos da banda junto a uma gravação de show ao vivo para lançamento de um split com o “Desecration of Death” lá da nossa infernal Manaus …
Agora é trabalhar e seguir ao pé da letra as metas traçadas por nós para continuarmos espalhando nossas blasfêmias em alto e bom Português ..
Um salve geral do
Estado Revoltoso :
Stanley Cesar ( Bateria )
Alex Alves ( Baixo )
Joabes Raposo ( Guitarra solo )
Roger Faust ( Vocal / Guitarra )
