O quão recompensador e´ ver uma banda trilhar por mais de duas décadas e meia no underground, sempre se mantendo fiel ao proposito inicial da banda, In Thrash We Trust!
A EVIL SENSE foi criada em 2000, e de lá pra cá já houveram várias formações nestas quase 2 décadas e meia de existência da banda, que aliás, no início o nome da banda era PHANTOM LORD, por qual motivo mudaram o nome e o estilo?
Tivemos 8 mudanças na formação desde a criação da banda, mas para nós o mais importante é que em nenhum dos casos houve algum tipo de atrito interno, foram motivados 100% por fatores externos. Costumamos dizer que o EVIL SENSE é uma grande família no qual mantemos os laços com todos que passaram por aqui. Sobre o estilo, a verdade é que gostamos de flutuar entre o Death metal e o Thrash metal, mas que em alguns casos pode ir até Heavy Metal, que é o carro da música título do nosso último álbum, Drink from Hell. Buscamos, acima de tudo, fazer o que amamos, sem muitos rótulos, mas certamente cientes de que isso pode agradar ou não o púbico.
O primeiro full CD da banda foi o “Fight for Freedom”, lançado em 2017 via Erinnys Prods, como se deu todo o processo para o lançamento desse CD, visto também que o Erinnyns é/era um selo mais voltado ao Doom/Black/Death?
Sabíamos do dever para com a cena underground de lançar nosso primeiro álbum. Quando demos por conta, estávamos com as ideias bem encaminhadas e quando o Alex Dog, da banda Tenebrário soube, logo nos convidou para gravar com ele, já que na época o mesmo tinha o desejo de diversificar um pouco os gêneros do selo. A verdade é que foi uma porta que se abriu no qual não estávamos esperando e somos até hoje muito gratos ao Alex por isso, já que o FFF foi um disco muito bem aceito por todos.
Em 2024 foi lançado o sucessor, o “Drink from Hell”, um álbum dosado com muito feeling underground, lembrando muito o som das “bandas de garagem” com uma produção muito bem trabalhada/orgânica, desta vez o selo Storm Atoom Records foi o escolhido, como se deu todo o processo até o lançamento, que se não me falha a memória foi em março.
Você capturou perfeitamente bem a ideia! Quisemos realmente remeter ao público o sentimento oitentista, old school! A verdade é que demoramos a lançar um novo álbum e sentimos na pele a falta que faz mostrar ao público que estávamos presentes não somente em shows, mas também motivados por coisas novas, por essa razão também lançamos nosso primeiro vídeo clipe logo após o lançamento do álbum. Quisemos mostrar que seguimos firmes e cheios de gás para continuar a tocar!
A arte e o título do Drink from Hell tem algo de referência daquele famoso filme da Sessão da Tarde? Ficou massa, eu curti a ideia, muitas das bandas Thrash Metal antigas tinham algo de influência de filmes…
Assim como o álbum em si, a capa também traz essa pegada oitentista old school. O Thiago Boller da FUG Design captou perfeitamente bem o que imaginávamos, que na verdade já vem fazendo trabalhos incríveis na cena, como por exemplo no novo álbum do Antroforce. Fica aqui também a indicação dele para todos que tiverem lendo a entrevista e necessitam de alguma arte.
Como vocês avaliam a divulgação do Drink em comparação ao Fight for Freedom, com o adendo da modernidade e uso das redes sociais que se tornou algo muito vindouro e furtivo alcançando mais rápido o público e atenção de bangers de outros países, a margem de número de visitas e acessos é o esperado?
A verdade é que ainda somos iniciantes nisso de rede social, alavancagem, publicações pagas e etc. Sabemos da importância das reder sociais para com o sucesso (ou não) de um álbum e para isso investimos tempos, artes e fotos promocionais para impulsionar nosso alcance. Em termos de alcance, o Drink from Hell este ano teve excelentes números, presente em 93 países e mais de 14mil streams (apenas no spotify). É difícil comparar com o FFF, uma vez que o resultado em 2017 foi mais sentido em quantidades de shows que fizemos e participação do público. Por outro lado, em 2017 a quantidade de shows que havia era bem menor do que temos hoje. Antes tínhamos 1 shows por mês em São Paulo, já hoje em dia temos vários shows e opções durante a semana, final de semana, o que resulta em uma dissipação do público.
Aproveitando o gancho, antigamente (não entrega a idade, (risos)), os vídeos clipes eram bem complicados de produzir, hoje em dia são mais acessíveis, assim digamos e muito mais fáceis de divulgar, quais faixas além da Drink from Hell foram escolhidas para vídeos? O processo da Drink foi bem de boas né, é um cotidiano de shows de vocês.
Nem fala! Era tão difícil que o Drink from Hell foi nosso primeiro vídeo clipe, gravado e produzido pelo grande Maycon Avelina da Starship Videos. Fato é que a gravação foi uma experiência única para nós! Foi tão leve que nem sentimos peso algum e pudemos tomar várias cervejas para fazer jus a música (risos). Sobre próximos clipes, temos algumas ideias, mas estamos buscando como viabilizar financeiramente, já que no nosso primeiro clipe, conseguimos por meio do nosso guitarrista, o Suco, que também é Luthier dono da Evil S. Lutheria. Ele fez uma guitarra no qual rifamos. De qualquer forma, esperamos em breve poder compartilhar novidades!
Mah, o Capú retornou pra banda, o vocal dele é bem portentoso, aquele feeling old (experiencia) do Thrash Metal veloz. Como ta a formação atual da banda?
Costumamos brincar dizendo que foi a volta de quem nunca foi! (risos). Ficamos triste com a saída e igualmente felizes pelo retorno! O Capu é nosso irmão, a cara do Evil Sense! Quem o conhece sabe o quanto ele é fóda!
Hoje nossa formação: Capu, no vocal e guitarra, Suco no vocal e guitarra, Guilherme no vocal e baixo e Ricardo na bateria.
No Drink from Hell, o Suco canta a Edge of a Collapse e o Guilherme canta a The Reaper. Capu todas as demais músicas.
Foi feita um tour para divulgar o Drink from Hell? “Cair na estrada” não é mais um termo tão fácil de assimilar, mas, quais frutos trouxeram desta tour e o que podemos esperar de shows para 2025?
Fizemos próximo de 10 shows pós lançamento do Drink from Hell em março de 2024. Nossa vontade era de fazer muito mais, inclusive tentamos algumas datas fora de São Paulo, mas acabou que não conseguimos. De qualquer modo, temos este ano todo de 2025 para seguir com shows pelo Brasil a fora para que então em 2026 lancemos um novo álbum, que já está em processo de criação. Nossa ideia é seguir tocando, criando e gravando!
A pandemia também deu uma acelerada no processo, mas também trouxe à tona os eventos online, creio eu que uma forma de as bandas não pararem…
É verdade, tocamos em alguns eventos online, mantivemos certa cadência em publicações e principalmente, utilizamos daquele período para seguir com ideias para o Drink from hell, obviamente tudo remotamente. Foram tempos complicados, mas no qual seguimos firmes e fortes!
“The Reaper”, baseado no clássico conto “O Estripador”, né isso? Essa música tem bastante viradas e uma sonoridade um pouco mais encorpada, beirando algo do Death.
Isso mesmo! Levamos tanto a Reaper quanto a Edge of colapse para uma pegada mais Death Metal. A verdade é que a base da música nos foi presenteada pelo Hugo Sampaio, um irmão nosso que compôs e disse que a música era nossa cara. Com uma leve repaginada, surgiu a The Reaper. Este também é um grande exemplo de como as pessoas de modo geral na nossa cena Underground é unida e amiga! Somos muito gratos a todos pelo apoio ao longo desses 25 anos de história! Seguimos mais firmes e mais fortes como nunca, com fome de tocar e compor!
Duas décadas e meia de sonzeira, não é pouca coisa heim, na atual situação da cultura BR onde tem aparecido vários documentários e livros contando/relatando acerca da nossa cultura underground, o Evil Sense já recebeu algum convite e/ou tem interesse em criar/participar de algum documentário?
É algo que já pensamos, mas hoje está um pouco mais distante de acontecer uma vez que estamos focados no nosso próximo álbum que pretendemos lançar em 2026. Fato é que nossa cena é riquíssima e documentários ajudam a manter essas histórias vivas para a eternidade. Se surgir alguma oportunidade, certamente abraçaremos como filho.
Creio ser isso, agradeço imensamente o bate-papo, e deixo este espaço para algo mais que vocês queiram expressar…
Agradecemos antes de mais nada por tudo o que fazem pela cena brasileira. É um trabalho incrível que já perdura por anos a fio e que podemos afirmar que é um dos mais importantes! Agradecemos também pela abertura e nos colocamos a disposição para eventuais projetos juntos. Abraço a todos os headbangers e saibam que seguimos firmes e fortes, em prol da cena!
Abaixo os canais e redes sociais:
- Facebook: evilsenseofficial
- Youtube: https://www.youtube.com/channel/
- Instagram: @evilsense_official
Contato:
- Guilherme Majzoub
- E-mail: guismajzoub@gmail.com ou evilsensethrash@gmail.com
- Telefones: (11)99140-4572