Esse álbum não é recente, saiu em maio de 2023, quase um ano atrás. Mas seria uma injustiça deixar passar essa resenha.
O GRAVE DESECRATOR é uma das lendas “cult” do cenário underground nacional, dos anos 2000 em diante. A banda começou ainda nos anos 90, mais precisamente em 1998, mas só veio a lançar sua primeira demo em 2001.
A formação atual conta apenas com o guitarrista e vocalista original, o Butcherazor, sendo que o atual guitarra solo e o baixista são bem recentes na banda, deste ano de 2023. Vale citar também o batera M.Kult, que tá com a banda desde 2016 e tocou no lendário NOCTURNAL WORSHIPPER. E não podemos esquecer que a formação que gravou esse Immundissime Spiritus, contou com o Grande Renato Black Sin and Damnation no baixo e guitarra solo.
O estilo do GRAVE DESECRATOR é aquele Death Black Metal com uma cara totalmente de final dos anos 80, começo dos anos 90, com riffs alternando entre o death, o black e o thrash, bateria destroçando no blastbeat e aquela produção perfeita, usando tudo que a modernidade permite, mais ainda assim, bem “Do it Yourself”!
As referências de estilo, pra situar a banda, se é que se precisa situar uma lenda como o GRAVE DESECRATOR, seriam bandas como o SARCOFAGO, da época do INRI, SEPULTURA, da época do MORBID VISIONS e o MORBID ANGEL, da época do Abominations. Eu vou mais longe: pra mim, se o SARCOFAGO tivesse seguido com a formação e a pegada do INRI, iria ser exatamente o que é o GRAVE DESECRATOR.
A banda possui 04 full lenghts, com bastante espaço de tempo entre eles: 2008, 2010, 2016 e esse IMUNDISSIME SPIRITUS, agora de 2023. Pela perfeição de cada álbum, é até razoável, esse tempo tão grande entre os 3 últimos álbuns. A banda possui ainda um álbum ao vivo e 4 seven eps – os compactos -, sendo 03 deles splits.
O álbum “Immundissime Spiritus” é composto por 10 faixas em cerca de 40 minutos, sendo 09 próprios e um cover do cara mais maluco que já pisou na face da terra, o GG Allin. Esse cara defecava no palco e depois comia. Falava que era um deus do rock e seus restos não podiam ficar espalhados!
A capa do álbum segue o padrão característico do estilo, em preto com letras douradas. O desenho apresenta uma entidade vestindo um manto de couro, com capuz. A entidade está olhando de lado e parece que está protegendo ou escondendo alguma coisa no colo.
Por dentro, o encarte é simples e apresenta as informações da gravação e as letras… Alias, que letras, meu amigo! Quem tiver a curiosidade, entre no “metal archives” e verifique as traduções: Pura poesia sepulcral de altíssimo nível!!
Alias são justamente as letras que me indicam um ponto que eu não sei se procede: Até o cover do GG Allin, “Fuck the dead”, as letras parecem todas as correlacionadas, tipo partes do mesmo conceito. As duas ultimas seguem temáticas diferentes.
E agora vamos pras músicas de referência! Eu vou seguir o meu padrão de citar 3 faixas mas, nesse álbum coisa: se fosse dar nota para o álbum, eu daria 10 para todas as musicas e pra essas 03 eu daria 11!!
A primeira faixa que eu vou citar é meio que uma intro da próxima faixa, mas.. Não dá pra deixar de citar: MISSA PRO DEFUNCTIS! Meus amigos, não tem como não se arrepiar, ouvindo isso aqui! Não dá, é perfeito demais! A atmosfera é arrepiante!
Depois dessa emenda comeu gostaria de indicar a subsequente: “FOGO FATUO!Pura brutalidade Morbid Angelistica, com umas pitadas de Mayhem, uns slides de guitarra que parece uma espada cortando a carne e uma narração, meus amigos.. digna de filmes do Zé do Caixão! O sotaque carioca do Butcherazor deixa mais cult ainda, mais filme de terror nacional ainda!
Era pra citar mais uma, mas…A faixa de abertura, Necromantical Hex, MATA!! O cover do GG Allin, MATA!! Occult Bewitchment, com violão na intro e uma pegada mais segunda onda do black metal, MATA! Deixo a escolha da terceira pros leitores
Em síntese, esse é o melhor álbum do GRAVE DESECRATOR Dai se consideramos que os 03 anteriores são perfeitos, imagina do que se trata esse álbum! Se eu viver mais 30 anos, eu me imagino ouvindo esse álbum nos próximos 30 anos! Melhor álbum de 2023, pra mim, e com certeza cabe na minha lista de melhores dos últimos 10 anos.
