JUVENTUDE ASSASSINA – Filme

1986 ‧ Crime / Thriller ‧ 1h 39m

Cinema

Em 1986, Keanu Reeves ainda não era tão famoso quanto é hoje. Nem de longe estava a ser o mega astro hollywoodiano que se tornou. Bill e Ted seria lançado três anos após, dando início a uma carreira próspera e consistente no qual já conhecemos. Por outro lado, Dennis Hopper já era um famosão de dar inveja. Conhecido pelo clássico Sem Destino (Easy Rider, 1969), onde o mesmo dirigiu o clássico road movie e também atuou ao lado de Peter Fonda. Já esses dois astros, um até então desconhecido da mídia e outro já consagrado, dariam uma explosão de curiosidades ao assistir essa obra. No entanto, o foco estava em um ator também em ascensão. Crispin Glover. Crispin já tinha feito o caricato George McFly, em De Volta Para o Futuro, onde o mesmo deu show em atuações divertidas e imortalizando o personagem. Em 1986, com Juventude Assassina, era a vez de Crispin finalmente brilhar como protagonista.

Foi o que aconteceu. Bom, pelo menos o ator entregou uma forte atuação, carregada de trejeitos e brilhantemente calculada uma atuação extrapolada, porém longe de ser medíocre.

Esses fatos fazem de Juventude Assassina, ser um filme subestimado e desmerecidamente ser tão pouco conhecido nos dias de hoje.

A história se passa numa típica trama adolscente nos anos oitenta, onde um dos amigos assassina uma amiga, aparentemente sem motivo algum. Ele mostra onde está o corpo da mulher para seus amigos e depois a trama gira em torno da curiosidade de ver o cadáver nu da garota, deixando mais uma sensação de atração pelo mórbido do que a própria sensatez em se ter um problemão nas mãos.

A ambientação se escorre em filmagens dentro dos confins interiorano americano, percebendo a precária eficiência das locações. Talvez isso possa soar positivo, dando um ar de filme b ou coisa do tipo.

Juventude Assassina recebeu críticas positivas na época e chegou a concorrer a alguns prêmios, porém fora nublado por filmes como Clube dos Cinco, e até Conta Comigo, já que muitos relataram na época que o filme poderia ser uma tentativa de concorrer a filmes sobre juventude com o primeiro citado.

Enfim, Juventude Perdida usa de um padrão muito usado na época para filmes desse gênero, como a emancipação de menores se relacionando com drogas e assuntos como assassinatos de forma absolutamente normal.

Crispin Glover brilha como protagonista, causando em alguns até um certo desconforto. Keanu Reeves faz sua parte sendo o `bonzinho` e Dennis Hopper usa e abusa de seu personagem como um traficante e sua namorada (Uma boneca Inflável), deixando claramente que não se esforçou nenhum pouco em esconder que usou do mesmo personagem (quase idêntico) em Veludo Azul, filme de david lynch, lançado no mesmo ano.

O único ponto negativo é que ele envelheceu mal, mas como sempre falo, às vezes pode ser positivo esse quesito, onde a nostalgia pode se tornar o fator principal em todos esses conceitos.

 

Rodrigo Leonardi.

Escritor, músico e entusiasta do cinema.

Como escritor, tenho 5 livros publicados, participação em diversas antologias.

Como músico, fui baixista e vocalista da banda Abuso Verbal e atualmente vocalista da banda de Metal Punk “Roto”.

No cinema, já escrevi críticas para o site Cineset, diversos fanzines como, Sindicato dos Assassinos e também divulgo análises no feed do meu instagram.

@rodrigoal81/