Em algum momento da vida, ou da morte, sei lá, a música tétrica tomou uma rota estranha, modalidades novas, nuances e peripécias musicais, mas, eis que chega em minhas mãos, este que, para mim é um resgate do Doom Metal, tétrico, misantropo, agonizante, como deve ser o Doom Metal. O Livro Proibido é uma obra-prima sombria que mergulha os ouvintes em um universo musical complexo e envolvente com uma narrativa ímpar, com uma combinação de letras profundas e melodias cativantes, este álbum oferece uma experiência muito agradável aos fãs da música tétrica, arrastada, melancólica e a dualidade do peso e pesar acompanhando a habilidade de contar histórias por meio da música.
As influências vão desde o Doom Metal dos 90s, beirando elementos mais melódicos e o Death Metal.
O CD contém 9 músicas, sendo a primeira “Prelúdio”, uma bela e sinistra intro que permeia imediatamente o clima obscuro/sombrio e misterioso que abraça todo o CD.
“Entre a vida e a morte” é uma faixa intensa e enérgica que combina perfeitamente os vocais expressivos com riffs de guitarra pesados, a letra entoa uma sensação de inquietude, criando uma conexão emocional profunda.
A faixa título, “O Livro Proibido” de imediato me fez lembrar do clima sorumbático que o Sadness fez com o Ames de Marbre (um dos meus discos de cabeceira), que faixa maravilhosa, a densidade e o peso orquestrado são magníficos.
“O Despertar” nos presenteia com uma abordagem mais melancólica e atmosférica, com instrumentação sutil e a voz trêmula criam uma atmosfera densa e angustiante, como uma sinfonia que exala dor e sofrimento de uma maneira poética e reflexiva.
“Perdido em pensamentos” é uma música mais introspectiva com uma abordagem caustica/caótica, mostrando a versatilidade e dualidade que traz à tona uma sensação de dejavu e nostalgia, a letra evoca memórias e arrependimentos, abordando temas universais que ressoam ao desespero.
“O Preço da Idolatria”, creio que esta é a mais Death/Doom do álbum, o uso de vocalizações mais densas torna a música uma das mais marcantes do álbum, uma aura enigmática e melódica, …o sangue derramado em suas mãos…
“Espelho da Alma” o título me fez lembrar de algo lá do passado do My Dying Bride, a tetricidade, a melancolia em dosagens milimetricamente injetadas na vêia, acho que a simplicidade da música em si é o que mais cativou meus ouvidos, a música tem somente 6:30, mas é algo viciante como morfina.
“Fantasma” versada em agonizantes delírios, guitarras distorcidas mergulhando profundamente na mitologia obscura, oferecendo uma narrativa envolvente com arranjos orquestrais, criando assim um ambiente denso e propicio.
“2020 (A Morte Entre Nós)”, que fecha de forma magistral o álbum com intensidade e grandiosidade, uma jornada sonora com explosão emocional e refrão grudento …sem despedida na hora da partida…
Realmente, um resgate do Doom Metal, a raiz de tudo, onde os Lamentos mergulham/afogam os ouvintes em um mundo de sombras e emoções profundas.
As mentes lamuriantes por trás desta magnifica obra são:
Paulo Brasil – Vocais.
John Silva – Todos os instrumentos, vocais adicionais
Arte da capa criada por TRINO Arts for Bands ( @ag.trino3 )
O CD foi Produzido, Mixado e Masterizado por John Silva entre 2022 e 2023.
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