CD enviado diretamente do QG da Black Seal Productions no BR, MÁVRA surge como um virtuoso projeto do talentoso e já bastante conhecido no underground, o guitarrista/vocalista Fernando Iser (Evil’s Attack, Exterminatorium, Fenrir, Herege, Iron Woods, Lalssu, Malediction 666, Morte Negra, Torqverem) junto ao baterista J.L. Índio (que também toca no Ürütaü e no Evil’s Attack) lançam a primeira demo, intitulada “First Recordings’2018” (limitada em 66 cópias), 7 anos após (2025) estas 2 almas empoeiradas convidam os amigos Paulo Henrique para assumir as guitarras e Uriel Erick assume o contrabaixo e lançam “Dark Incantations”, um álbum impressionante, que como diz um amigo “não trouxe nada de novo mas o que se propõem a fazer o fazem com maestria”, o quarteto consegue fazer a mescla/junção de tudo o old school doom heavy stoner metal pode proporcionar, riffs pesados e surpreendentes, atmosferas sombrias e uma abordagem ritualística que evoca o oculto e o transcendental, nuances psicodélicas e experimentais demonstrando a maturidade artística da banda.
Dark Incantations foi gravado no Sounder Studio (Ferraz de Vasconcelos, São Paulo / Brazil) entre June/2023 a September/2024. Masterizado por Iser no Mordor Studios (Suzano, São Paulo/Brazil).
A produção visual do encarte ficou a cargo do talentoso Alan Luvarth (Black Seal Prod), além do som ser para os novos velhos, o encarte muito bem diagramada, com fontes legíveis me agradou muito (só quem gosta de acompanhar a música lendo o encarte do CD vai entender, hehe). A arte de capa foi criada por Wagner de Matos, algo interessante, a capa é somente a imagem, não há logo ou título no mesmo, algo bem raro e inusitado (corajoso).
A produção musical impecável de Dark Incantations valoriza muito o peso, a atmosfera e os riffs hipnóticos típicos do Doom Heavy/Stoner Metal, mesclados a vocais, ora doom ora heavy narrativos, bateria e baixo densos, com referências/temáticas culturais e literárias, a escolha perfeita que posiciona o MÁVRA como uma das mais promissoras bandas/projetos do Brasil nesse nicho. Agradara a fãs de King Diamond, Paradise Lost, Running Wild, MDB, Cathedral, Blondee, dentre muitos outros.
Dark Incantations é composto por sete músicas densas (mais um cover/ghost song), onde cada uma tem seu destaque.
A primeira música é “The Awake of the Witch” uma intro sombria como manda o estilo, guitarras estridentes e cadenciadas.
“A Coffin Inside the Ship” já tem um peso mais melancólico com vocais dissonantes versando entre gritos e sussurros/lamentos
“Mr. Carter”, inspirada possivelmente nos contos relacionados a H.P. Lovecraft, esta faixa apresenta uma atmosfera claustrofóbica e tensa.”Níki”, já traz um refrão/coro grudento, aquele clima sorumbático característico e poderoso que parece celebrar a vitória (referência ao título, que significa “vitória” em grego), combina elementos de Doom Metal Old com toques de Stoner Rock e vocais limpos/versados.
“Moonlight” já é uma narrativa mais versada em duetos agonizantes e uma estrutura mais puxada para o Doom mas tétrico.
“EIMAI”, que pode ser traduzido como “Eu sou” em grego, aliás, esta faixa é cantada em grego, mergulhada em questões existenciais e espirituais. O riff principal é hipnótico, enquanto os vocais limpos introspectivos, criando uma experiência intensa, em alguns momentos me lembrou algo de Ames de Marbre (Sadness).
“Níki”, já traz um refrão/coro grudento, aquele clima sorumbático característico e poderoso que parece celebrar a vitória (referência ao título, que significa “vitória” em grego), combina elementos de Doom Metal Old com toques de Stoner Rock e vocais limpos/versados.
“Malleus Maleficarum”, a mais Black Sabbath de todas, inspirada no famoso tratado medieval sobre a caça às bruxas (a letra explora temas como perseguição, superstição e resistência).
A surpresa do CD fica a cargo de “Embers Fire” que encerra o CD de forma inusitada, não está creditada no box, aliás… uma faixa fantasma que me fez lembrar de um CD do Samael onde você esperava alguns minutos após a última faixa e do nada uma surpresa, trata-se de um clássico, uma música que ouvi muito (a versão original), um deleite aos reais apreciadores do doom metal mundial.
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