O último sábado foi marcado por mais um evento que os bangers pernambucanos e dos Estados vizinhos aguardam ansiosos, por ser um evento que já se consolidou e a cada ano se supera. Sim, o Ato Iconoclasta chega a sua sétima edição e a cada ano nos surpreende com seu cast, local e público. Este ano não foi diferente, a organização sempre busca trazer um local para melhor receber as bandas e o público, assim como; o pessoal que expõe seus merchans (lojas, distros, camisarias, acessórios…) estejam bem acomodados. O local escolhido deste ano era uma casa de recepções, bastante espaçosa, ‘’aberta” e com espaço de palco bacana. O som estava muito bom, porém as bandas tiveram um pouco de “dificuldade” na passagem de som, mas nada que não foi ajustado e resolvido, entregando uma boa qualidade.
05 manifestações se fizeram presente; a primeira foi o projeto Midnight Necrotomb projeto criado em 2019 na cidade de Cruz das Almas/BA.
Isso mesmo; one man band do Terror Holocausto, conhecido por integrar a banda de speed/trash/black Carrasco onde assume a bateria. Assim, Terror Holocausto atendeu ao chamado de iconoclastia e recrutou outros amigos, amigos estes; veteranos da cena e conhecidos; como o “Armagedom” que assumiu a bateria (Necrolust Alcoholic e Final Creation) e o Moysés Riberio (Alcoholocausto) para poder subir no palco e fazer a primeira apresentação do projeto.
Em 2021 foi lançado o EP de estreia “Before Coffins, Hells and Nightmares”, então tiveram o que mostrar, e mostraram toda sua brutalidade no palco; é difícil ainda “rotular” este som, quando a gente percebe muitas influências de bandas norte americanas e europeias, que misturam o melhor do Death metal e Black metal, acredito que a intenção do M.N seja fazer com quem esteja ouvindo perceba as variações de influências e apenas curta e não ter uma proposta direta ou até mesmo fazer algo que fuja do convencional. Na apresentação também trouxeram cover, como do Incantation, que fez a galera agitar e cantar junto. Já espero poder ver em breve uma próxima apresentação.
Kastiphas era uma das bandas mais aguardadas desta noite, subindo logo em seguida da M.N. Kastiphas definitivamente deixou sua marca nesta noite, trazendo uma energia intensa e uma interação contagiante com o público que era difícil de ignorar. A evolução da banda desde sua primeira apresentação no Brazilian Ritual é notável; a confiança demonstrada no palco nesta ocasião era palpável, e isso criou uma conexão mágica. O momento culminante da apresentação foi, sem dúvida, o cover de “An Elizabethan Devil Worshipper’s Prayer Book” do Mystifier.
A presença de Draconiano, vocalista e baixista da respeitada horda Cearense Hecate, apenas acrescentou uma camada extra de emoção e autenticidade. A ideia de “abrir o livro negro” com ele no palco não apenas fez o público delirar, mas também simbolizou a união das forças do metal brasileiro em um momento de pura celebração. Enquanto a banda cuspia fogo, o público se deixava levar pelas riffs pesados e pela atmosfera carregada de misticismo.
É sempre impressionante ver como o Kastiphas consegue equilibrar originalidade e reverência às raízes do metal, a apresentação foi única e inesquecível. Com certeza, a noite foi marcada por um espetáculo que permanecerá na memória de todos os presentes.
A Pantáculo Místico, estreando-se no PE, foi a terceira banda a subir ao palco. Com o seu som marcante de Doom metal, proporcionaram uma actuação incrível. Apesar do cansaço que poderiam estar a sentir, este não afetou em nada a qualidade da sua performance, pois um dia anterior se apresentaram em Natal/RN, porém, Demonstraram a todo momento grande entrega e comprometimento, alternando entre as suas diversas composições dos trabalhos já lançados. O público foi capaz de perceber toda a energia que estava a ser canalizada, mantendo-se atento a cada pormenor da 
apresentação.
Morbid Perversion trouxe uma energia eletrizante ao palco, capturando a essência do metal extremo com maestria. A atmosfera densa e carregada que a banda criou fez com que o público se conectassem profundamente com a música, enquanto suas letras provocativas e riffs pesados reverberavam pelo local. Com uma performance que não deixou a desejar e com bastante intensidade, eles mostraram por que são considerados uma das forças do gênero. Foi uma apresentação memorável que certamente deixou os amantes do metal clamando por mais.
Fechando a noite Open the Coffin, Desta vez, o coveiro e sua pá não enterraram, o coveiro e sua pá transformaram o “velório” em uma verdadeira celebração ao metal old school. O momento de despedida se tornou um espetáculo de resistência, com os “mortos-vivos” se levantando de seus caixões. Os músicos, com suas performances intensas e riffs ensurdecedores, homenagearam as raízes do gênero, despertando memórias de grandes clássicos e trazendo à tona a essência crua e visceral do metal. As rodas de “polgo” se formaram espontaneamente, com o público se entregando. O repertório contou com as músicas do último lançamento, o full de 2022 “The World Is a casket”, trouxeram também uma música inédita, que tocaram pela primeira vez e que estará presente no próximo material “Tomb number 666”, outra surpresa foi o cover da banda Sueca Dismember, com a música “Casket Garden”.
A atmosfera estava carregada de adrenalina e camaradagem, enquanto os “mortos-vivos” se uniam aos vivos em um tributo poderoso à música que desafiou a mortalidade. As vozes se levantavam em uníssono, celebrando não apenas a música, mas a liberdade e a conexão que o metal proporciona. Assim, a noite se despediu de forma triunfante, com os ecos do death metal ressoando na memória de todos, deixando claro que, no mundo da música, a morte é apenas uma ilusão e o verdadeiro espírito do metal nunca morre.
A cada edição, o Ato Iconoclasta se reafirma como um ponto de encontro para aqueles que respiram o underground, trazendo novidades e surpresas que tornam cada ano único. A expectativa já começa a crescer para a próxima edição, que certamente trará mais surpresas e momentos inesquecíveis.
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