MORCEGOS – Death Metal Old School

Por Rodrigo Leonardi

Entrevista

Morcegos é uma banda alagoana de Metal Extremo desde 1988.

A jornada inicial aconteceu ainda em 1988, onde fizeram seus primeiros shows, e lançaram o primeiro trabalho, trabalho este ainda em fita cassete, de lá pra cá, o grupo tem mais de 200 lançamentos, em diversos formatos, de Vinil a DVD passando por Vhs, fitas, CDs , até Pen drive, inclusive foi a primeira banda do Brasil no estilo a lançar neste formato. Morcegos sempre fez sua própria música, foi o primeiro artista em Alagoas no estilo a lançar um LP e desde então seguiu a estrada fazendo turnês, que ultrapassa a marca de 500 shows, em cerca de 80 cidades por quatro países. Morcegos tem sua música em trilha sonora de quatro filmes nacional, dois do diretor catarinense Petter Baiestorf e dois do diretor paulista José Salles. Nas décadas de 1980 e 1990 teve o privilégio de seus fãs montarem Fã-clubes, foram tidos como oficiais, três em Alagoas, um no Piauí e dois no Rio de janeiro.

Morcegos é citado por alguns sites como a banda de Metal que mais lançou no mundo, a trajetória do grupo inclui lançamentos por gravadoras/selos internacionais, tendo alguns de seus trabalhos com lançamentos exclusivos pela Áustria, Bélgica, Estados Unidos, Bolívia e Peru.

Morcegos tem como proposta de banda ser um trio – bateria, baixo e guitarra, e assim tem feito por estas décadas sem nunca ter parado suas atividades.

Morcegos são:

Frankstone – Guitarra/vocal

Orlando – Bateria

Junior Core – Baixo

(Tirado do release oficial da banda)

01. Saudações Frankstone. Primeiramente queria agradecer a você por ter aceitado a dar uma entrevista para meu blog. E na sequência, gostaria de saber como era o cenário em Alagoas nos primeiros anos que a Morcegos surgiu?

Salve nobre amigo, grande honra pra nós da velha banda Morcegos, quanto o cenário nos primeiros anos da banda, era muito desbravador nobre amigo ,tipo, não tinha escola de música, quando tinha ensinava música erudita, e quem quisesse formar uma banda de Rock ou qualquer outro estilo, se virasse pra aprender sozinho…no mais era tudo muito precário, mas rolava os shows, a gente foi a única banda nos anos 80 a lançar material aqui em nosso estado, e existia várias bandas, todas buscando identidade, mas todas fazendo som autoral.

02. O metal extremo e o conceito principal de estilo da Morcegos. O quanto isso se alterou de estilos, de death para thrash, ou algo nesse sentido, perante os álbuns com o decorrer dos anos?

Como diria um político: NO BOJO fazemos de fato o mesmo estilo ,alguns álbuns mais velozes, outros mais cadenciados, mas todos com a mesma proposta musical, acredito que conseguimos construir em meio a tantas influencias, a nossa própria sonoridade, e lá vão estar elementos do rock ‘n’ roll, hardcore, death, thrash, grind, noise, punk…que achamos melhor nos rotular de METAL EXTREMO, já a parte lírica é introspectiva, que vai desde sofrimentos, morte, espiritualidade até a questão sócio política do cidadão, não partidária ,e sim de quem estar na pele do povão.

03. Falando em álbuns, a Morcego é uma máquina de compor. É a banda que mais lançou álbuns no mundo, batendo até o Agathocles. Qual é seu método de composição, e o que fazer para conseguir uma originalidade perante a tanto material?

Tudo é uma questão ao meu ver de cultura, de costume mesmo, eu como sou de um tempo que tinha que ter um som autoral pra poder se lançar no mercado ,acostumei sempre que pegar na guitarra para tocar ,já sai um riff, uma base, algo novo, aí vou guardando, não dar outra, sempre que eu pego na guitarra pra treinar, já vem algo na mente e saio gravando pra não esquecer…e para escrever é na mesma lógica, as vezes as histórias ficam tão grandes que temos que dividir em partes hehe.

04. Esse ano também vocês lançaram material novo. O ótimo Itsu Nocte Buio Del’animo Falls. As influências oitentistas estão convictas na obra. Como foi fazer mais esse álbum?

Quem acompanha a Morcegos, sabe que todo ano, tem um material a ser lançado, as vezes extrapolamos e saímos lançando sem parar…tipo teve ano que lançamos um trabalho por mês…Você sacou muito bem ,este álbum deste ano, eu utilizei material que foram composto nos anos 80,alguns até lançados em demos, e outros que estavam na gaveta, mas claro tive que sair incluindo arranjos e fazendo uma grande colagem, da Rifferama, pois sempre achei que riffs daquele tempo merecia uma produção mais nítida, e foi o que fizemos, teve gente que disse que se esta qualidade fosse na época que fizemos teria uma textura muito na linha do IRON MAIDEN, claro que as batidas e vocais seguiram nossa linha, hoje ouvindo cada faixa deste novo algum ,fico com a impressão de tarefa cumprida, era esta qualidade que estes riffs mereciam …é o quinto álbum produzido pelo mesmo produtor o amigo e musico EDYSKULL, que vem produzindo os álbuns da Morcegos desde 2020,a arte também é assinada pela mesma artista Aly.lovelart, que fez as artes dos álbuns de 2015 pra cá ,menos o de 2019,que foi patrocinado ,e os patrocinadores quis colocar a arte deles, ela é minha filha ,e desde criança já tinha este dom, e neste período mesmo começou a fazer a arte das capas da banda.

05. Qual a importância da mídia física para a Morcegos e especificamente para você?

Toda, relutamos bastante para que o mercado permanecesse ativo quanto a isso, mas a tecnologia venceu … a gente até tentou inovar, lançando álbum no formato pendrive, mas não foi aquela coisa de antes, que a gente não tinha a internet, e saia com uma caixa de CD pra os nossos shows e vendia todas as copias… tanto é que em 2010,a gente parou de fazer trabalhos físicos ,apenas postávamos em nosso canal no youtube e pronto, e em 2019 ou seja 9 anos depois um selo alagoano, que até então não era selo, o Alagoas Musical comandado pelo amigo e pesquisador Dimas Marques, resolve dar vida física aos álbuns que foram só postados no nosso canal, e lançam um Box com 10 CDs, os 2 que saíram em pendrive os só virtual e de bônus o nosso 1º LP que ainda não tinha recebido o formato CD, depois desta demonstração de amor pelo trabalho físico, decidimos que todo material que a gente lançasse daí pra frente sempre teria também no formato físico.

06. Preciso que me atualize em quais formatos a Morcegos já lançou seus matérias. Sei que uma vez vocês lançaram um material em pen drive. E sei também que foi a primeira banda que fez isso.

Verdade, como citei na resposta anterior…e acredito que sim lançamos em todos os formatos existentes, de FITAS CASSETES a DVD, de MCD a PEN DRIVE, de vinil LP a VCD…entre outros da época.

07. Sobre o reconhecimento da banda, até onde o som da Morcegos chegou (sei que já chegou em lugares distantes, rsrsrs)?

Acredito que de cada continente existam pessoas que tem algum material da Morcegos.

08. Deixe aqui suas observações e contatos para nosso público encontrar e poder conhecer a Morcegos.

Agradecer imensamente a você Rodrigo, pelo apoio, suporte e claro pela a amizade de anos, nossos contatos são:

FACEBOOK: facebook.com/morcegos/

INSTAGRAM: @morcegos.band/

YOU TUBE: @morcegosunderground
SITE: https://morcegos.comunidades.net/

SPOTIFY: https://open.spotify.com/intl-pt/artist/

Entrevista realizada por:

Rodrigo Leonardi.

Escritor, músico e entusiasta do cinema.

Como escritor, tenho 5 livros publicados, participação em diversas antologias.

Como músico, fui baixista e vocalista da banda Abuso Verbal e atualmente vocalista da banda de Metal Punk “Roto”.

No cinema, já escrevi críticas para o site Cineset, diversos fanzines como, Sindicato dos Assassinos e também divulgo análises no feed do meu instagram.

@rodrigoal81/