O termo para o estilo Operatic Heavy Metal/Ambient cabe perfeitamente para o Poeticus Severus que absurdamente mostra nesse trabalho “Fulgor Sombrio” uma atmosfera viajante e muito bem composta, um trabalho que conta com 12 faixas sendo que 7 são instrumentais, a banda liderada por Cesar Severus que acompanhado de Cecília Katrini (teclados) mostra uma sonoridade bem original mostrando faixas compostas na medida certa, entre atmosferas viajantes, sombrias e pesadas. Uma obra acima da média e mais sólida comparada com o seu antecessor, o álbum “Ser Guerreiro é a Nossa Lei! Se não for a alegria do mundo, a nossa será!” de 2019.
A faixa inicial “Abadia” tem uma atmosfera sombria em seu início que ao mesmo tempo também mostra uma viagem épica, como uma trilha de filme onde mostra uma cena pós batalha, onde o clima é de tristeza, e de desolação, porém ainda resta vida. Já na segunda faixa “Para além do Inferno” temos um clima viajante com guitarras de andamento cadenciado e vocais mais extremos em uma sonoridade mais direta e dentro da originalidade da banda em uma viagem infernal, assim como na faixa “Sombras na Escuridão” que mantém uma atmosfera sombria e uma sonoridade onde riffs soam e é usada uma mescla de vocais limpos e sujos, uma andamento de riffs diretos, inquietantes e aos mesmo tempo perturbadores. As partes das faixas instrumentais são verdadeiras obras e isso é comprovado nas faixas a seguir, “A Grande Vitória” e “…Na Montanha” que sobra criatividade tendo seu início partes acústicas, que logo ganha riffs que acompanham batidas bem compassadas dando uma atmosfera medieval na música. A faixa “Uma Canção para Babalon” é uma de minhas preferidas com vocal mais limpo, uma viagem que tem uma atmosfera no melhor do estilo Bathory dos álbuns da era viking da banda. “Com Fervor” é outra faixa que me lembrou vagamente alguns andamentos musicais do Bathory (da era mais voltada ao viking), porém nesse álbum notamos referências nas canções, nada soa como uma copia, tudo tem sua própria identidade musical, isso é o que mais me conquistou, músicas de atmosfera viajantes, onde notamos uma sonoridade horas suja, horas épicas onde o direcionamento musical é sempre uma surpresa a cada faixa.
Um álbum muito bem composto onde podemos viajar pela sonoridade de guitarras levemente sujas com vocais limpos mesclando com vocais sujos da mesma forma que podemos viajar nas faixas instrumentais que acabei curtindo ainda mais, e ao ouvir cada faixa desse álbum percebemos uma novidade em sua atmosfera musical, e em todo clima colocada neste trabalho “Fulgor Sombrio”.
A capa é de Luciana Lupe, uma arte bela e bem simbólica. O material é um digipack 3 painéis, empastado (sem encarte), as letras estampadas nas partes internas do digipack, tudo simples mas bem elaborado, um trabalho magnífico com algumas participações nas canções de M. Ricardo (Moriendi) e Lamnferniis. Um ótimo trabalho que vale a pena conferir!
1 – Abadia
2 – Para além do Inferno
3 – Sombras na Escuridão
4 – A Grande Vitória
5 – …Na Montanha
6 – Uma Canção para Babalon
7 – No Campo de Guerra
8 – Com Fervor
9 – Iconoclastia
10 – Anelo Vestal
11 – O Arauto
12 – IAO