POWER THRASHING DEATH – A imprensa underground muito bem representada

Entrevista

E aí bangerrrrrsssssargh, hehe, a empolgação é total, entrevistar uma das figuras mais carismáticas da nossa cena, Reinaldo S. Steel, a mente criativa por trás do programa online Power Thrashing Death. Conhecido por sua inabalável paixão por música underground, seu compromisso em promover bandas undergrounds e sua abordagem única ao compartilhar conteúdos bem interessantes da cena, o mesmo já fez parte de algumas bandas/projetos.

Nesta entrevista exploraremos a jornada do Reinaldo no mundo metal, discutiremos a evolução do programa Power Thrashing Death, conheceremos as histórias por trás da escolha de conteúdo, além disso teremos um insight sobre as tendências atuais no cenário underground e descobriremos o que podemos esperar do canal no futuro.

Preparese para uma conversa intensa sobre metal e cultura underground e a paixão que impulsionou o programa Power Thrashing Death.

E aí meu amigo Reinaldo Steel, como está essa força underground?! Mah, faça um breve relato da figura do headbanger “Reinaldo Steel Underground”, e, como surgiu a ideia de criar o canal POWER THRASHING DEATH.

Saudações meu amigo Metalhead, por aqui na correria de sempre, mais sempre se fortalecendo! Bem, eu comecei a ter acesso ao Heavy Metal desde cedo, aos 09 anos de idade isso em 1988, o meu finado irmão chegou em casa com um monte de LPS debaixo do braço, provavelmente fruto de seu primeiro salário e no meio de vários discos me deparei com o “Bark at the Moon” (Ozzy Osbourne). Mesmo sendo ainda uma criança, aquela arte de capa e aqueles riifs iniciais de “Centre of Eternity” causaram algo em mim! Mas foi nos anos 90 através dos programas de TV, como: Som Pop, da TV Cultura, Clip Trip, da TV Gazeta, Kriptonita e o Furia Metal (MTV) e programas de Rádios FMS como: Backstage (97 Rock), Oitenta & Noise (89 FM) que moldaram inicialmente meu caráter de Metalhead. Depois vinheram as revistas especializadas, os primeiros shows e finalmente as primeiras bandas por onde passei, Primitive Future (Thrash/Black), Mortuária (Thrash Black), Power from Hell (Black Thrash) e a última, Guerreiros Headbangers (Thrash Black) A ideia do programa Power Thrashing Death, surgiu em 2009, quando eu dividia a locução de um programa que se chamava Metalhead (Web Rádio Exmera) e para suprir a necessidade de algo mais direcionado para o público Thrash, Metal Punk e Speed, acabei criando algo que divulgava essa vertente e com o tempo fui entrando de cabeça no underground brasileiro, e pegando amizade com as bandas, mais foram com as bandas do RJ (Ap Raids, Flagelador, Diabolic Force, Sodomizer, Imperador Belial, Grave Desecrator, Farsacepe, etc) que fiz mais amizade. Foram 11 anos trabalhando com locução em Web Radios (Exmera, Radio Metal e Dark Radio), até que em 2020 decidi criar um canal no Youtube e estamos aí completando 3 anos no mês de outubro.

Quais referencias undergrounds e jornalistas, mas te influenciaram a criar o P.T.D.?

Desde criança eu sempre acompanhei programas de TV e Rádio ligados ao Heavy Metal, eu citaria os apresentadores: Gastão Moreira (Fúria Metal), Vinícius Neves (Stay Heavy), Vitão Bonesso (Backstage), Pepe Gonzales (Oitenta & Noise) e o Clinger (Heavy Metal Online) E não poderia de mencionar, os jornalistas de revistas que sempre acompanhei, como: Fernando Souza Filho (Rock Brigade) e Ricardo Batalha (Road Crew).

Como você avalia essa atual efervescência cultural musical, a avalanche de bandas e o boom das boas velharias voltando aos palcos?

Para dar uma resposta exata, temos que voltar aos anos 90, quando a cena brasileira era formada por ótimas bandas e excelentes músicos, mas eram poucas bandas do gênero extremo comparado a leva de hoje. Mas pensamento bem, era algo mais fácil de consumir. Muitos desses, que com o passar dos anos, se tornaram referência para muitos que viriam a seguir. Só que aí, houve a expansão tecnológica. Oferendo de uma forma mais custo-benefício, equipamentos musicais antes nem sonhados por aqui. Redes Sociais, programas de downloads “gratuitos”. Com isso uma avalanche de bandas de repente foram formadas e eventualmente começaram a aparecer pela cena underground. Juntando se a isso, muitas bandas que estavam com suas carreiras em “Stand by”, decidiram, retomar as atividades dando a oportunidade para os headbangers dessa geração, também ter a chance de ver ao vivo! E hoje temos essa avalanche de bandas de tudo que é gênero e subgêneros!

Como é feito o cronograma do programa, digo, quais quesitos você escolhe nas bandas e, como dividir, sendo que a cada dia é uma programação (padrão) diferente? Aliás, apresente os atrativos e os dias do P.T.D., Momento Underground e demais…

Eu recebo a grande maioria dos materiais, seja ele físico ou digital. Depois seguimos à risca nossa doutrina, que é dívida em três passos: Primeiro, é apresentado esse material em nosso Grupo de WhatsApp (Fechado), ali cada um deixa sua opinião e avaliamos. Segundo: Esse material é resenhando por mim e pelo Marcel (M. Profanator) e Terceiro: A banda é convidada para uma Live! Atualmente contamos com 6 conteúdos em nossa grade de programação:  01 – Banger Force (Resenhas de lançamentos, principalmente enviados pelos selos que nos apoiam), 02 – Steel Underground Live (Entrevistas (AO VIVO), 03 – Made in Nordest (Apresentação de bandas e Entrevistas da cena do Norte e Nordeste), 04 – Momento Underground (Direcionado a divulgar eventos), 05 – Women of Steel (Divulgação do trabalho feminino) e 06 – Power Thrashing Death Especial (Coberturas de Shows).

Achei muito interessante essa divisão, e também a organização, que não deixa maçante o programa, não generalizando, mas “há muito do mesmo” em muitos canais de música BR, ou seja, o Ctrl c e Ctrl + v. O que você(s) tem a dizer/comentar acerca dessa onda de lives que se iniciou no período da pandemia com mais força, assim digamos.

Ótima pergunta! Uma das coisas que sempre me desanimaram em termos de canais foi essa “onda” de lives e podcast…eu explico. Eu particularmente gosto desse tipo de conteúdo, mas por exemplo, quando o entrevistado (a) coloca um limite de canais para conceder uma entrevista. Só que infelizmente, isso normalmente não acontece, aí aquele artista/músico que nunca aparece, der repente concede várias entrevistas fazendo com que se torne repetitivo. Um bom exemplo foi o Gerald Incubus (Ex Sarcófago) de repente estava todo mundo falando da banda e tudo já tinha sido abordado e esmiuçado. Eu mesmo já recusei várias bandas legais por conta disso, eu sinceramente odeio fazer o que outros já estão fazendo, por isso que vivo criando quadros novos. Acho que tem que rolar um bom senso de ambas as partes.

Como são feitos os contatos com as bandas para as entrevistas?

Normalmente são as bandas que entram em contato conosco. Mas quando acontece da banda não conhecer o canal, acabamos que nos mesmos entramos em contato e apresentamos o nosso trabalho.

Mais um ponto que acho interessante da equipe, de ir atrás do conteúdo, não só esperar “chegar”, e a interatividade com a galera do chat também é bem bacana, aliás, no chat é que vocês também fazer uma boa pesquisa de campo escolhendo e conhecendo bandas de uma região sorteada.

Desde o início do canal, sempre foi esse objetivo. As Lives além de nos dar a oportunidade de ter a interatividade com o público, faz com que a gente tenha informações certeiras do assunto abordado. Acho essencial esse tipo de conteúdo. Por exemplo no conteúdo que temos no canal chamado “Made in Nordest”, a cada edição sorteamos um estado brasileiro, donde posteriormente são escolhidas duas bandas para apresentarmos e graças a essa interatividade é que nos facilita nas escolhas, porque a galera indica várias.

Como é o ambiente de gravação e a equipe do P.T.D., digo, há reuniões, como são feitas as pautas, como foram selecionados os membros da equipe?

Ótima pergunta! Trabalhamos como se fosse realmente uma redação de revista, onde cada um sabe o que fazer e seu papel no canal. Desde quando eu iniciei esse projeto, sempre tive como meta, ter cada membro de um estado brasileiro, para que com isso, o canal tivesse acesso a toda cena underground nacional. Por enquanto a equipe conta além de mim, com: Raissa Brilhante de Natal (RN), Joaci de Fortaleza (CE), Marcel de Maringá (Paraná), Sônia de Campinas (Interior/SP) e Mary Desaster (Guarulhos/SP) e mais duas pessoas que sempre nos ajuda: Gabi (Revisora e Tradutora) e Diego Vieira (Fotografo).

Você tem noção que o P.T.D. se tornou uma referência em matéria de lives e entrevistas undergrounds! E, algo interessante que acho foi o evento online que vocês organizaram, achei fuderoso, ainda mais em se tratando de uma era mais conectada, assim digamos.

Hoje em dia eu já tenho essa percepção. Mais isso levou tempo, paciência e dedicação. Vou ser sincero que não queria fazer algo que outros já faziam, por isso que permaneci por 11 anos somente sendo locutor em programas de Web Rádios, e observando de longe, eu sempre dizia pra mim mesmo, “se fosse para ter um meio de comunicação através da plataforma do Youtube, teria que ser para levar bandas que quase ninguém tinha acesso ou peito para tomar um não e entender o motivo”, e por incrível que pareça foram raríssimas as vezes que nós da equipe passamos por alguma situação constrangedora, as poucas pessoas que no início mantinham uma resistência, acabaram acreditando em nosso trabalho e hoje são eles que nos procuram (risos).

Mah, e quanto ao Setembro Negro, evento que você fez a cobertura e até houve lives interessantíssimas.

Tudo começou meio que timidamente em 2022, com nossa primeira cobertura do show dos canadenses do Exciter em São Paulo. A galera gostou tanto que isso nos levou para outras coberturas como por exemplo: Witchtrap, Nocturnal, Paul Di Anno, Incantation e Suffocation, I am Morbid & Troops of Doom, entre outros e é claro os eventos: Ode to the Horrors, Ato Iconoclasta, Born By Evil Blood Ritual, Brazilian Ritual Final Attack, Black Goat Ritual, Rebelião das Hordas, Culto ao Macabro e muitos outros. Já o setembro Negro foram duas coberturas, a de 2022 e a desse ano que superou tudo que fizemos e oferecemos até hoje. Foram praticamente dois meses divulgando esse festival através do Momento Underground, foram apresentadas 30 bandas e agora teremos mais três conteúdos de 3 horas cada cheio de material desse fest!

Da cultura e a contracultura underground, reunindo um aparato de informações, houve alguma matéria que você fez e que saiu diferente do esperado? Digo, divergências nas informações colhidas e na live você teve esta surpresa?

Nossa equipe, costuma ler tudo que chega em nossas mãos antes de qualquer coisa, e analisar ao máximo tudo que envolve uma banda, desde sua atual formação, até um logo que fora trocado. Mas infelizmente, ainda há em nossa cena, algumas poucas pessoas, que não se atentam com coisas importantes, tornando nosso trabalho digamos um pouco mais árduo. Houve sim, algumas raras divergências, por conta de integrante que saiu e não queria mais que um vídeo fosse veiculado, logo trocado e não comunicado, álbum que saiu em um ano anterior e a banda reclamou por não estar em lista de melhores daquele ano, coisas normais para nosso ramo.

Já tive que ler este tipo de cobrança algumas vezes, mas, acho importante a imparcialidade, ou seja, o review feito a forma correta, sem a maquiagem de elevamento de ego e isso o P.T.D. faz com maestria.

Outra ótima e pontual questão. Sou de uma época a qual acredito que você também faz parte, em que poderíamos confiar quase 100% em um redator. Mas de uns anos pra cá, o que se vê é uma resenha muito rasa. Quem sou eu para dizer o que um Selo ou Banda deve fazer do seu material, mas eu já tive banda, sei muito bem o sacrifício e tempo dedicado em um álbum, para depois, ler uma resenha desse tipo, que só visa encher o ego dos músicos e acaba enganando os fans. Se o álbum não me agrada o suficiente eu pergunto para a equipe se alguém deseja resenhar, caso contrário não fico enchendo a bola, pode ser minha banda de coração, sou sincero e ponto!

O mah, a sacola quando você vai na Galeria do Rock já é padrão heim, kkkkk. Mah, sendo você um grande apreciador de música underground, conseguiria fazer a lista dos 10 melhores lançamentos de 2023 e se já os entrevistou ou fez matéria no canal?

Esse é um dos momentos mais prazerosos e mais sacrificantes de um redator, escolher lista de melhores álbuns! Porque depois de uns dias, sempre nos lembramos de um outro e acabamos meio que nos arrependendo, mas até a data de hoje, os melhores lançamentos de 2023 são:

01 – Eternal Sacrifice – Inclinavit Se Ante Altare Diabolvs Est Scriptor… Regere Sinister

02 – Blasphemaniac – Night of the Necromancer

03 – Wolf’s Legacy – Hostes Ocultas do Lago Vermelho

04 – Evilcult – The Devil Is Always Looking for Souls

05 – Justabeli – Screaming Triumph

06 – Agios Luciferi – Spiritual Liberation

07 – Torches of Nero- Mokk

08 – Grave Desecrator – Immundissime Spiritus

09 – Podridão- Cadaveric Impregnation

10 – Necrofilosophy – Comtenplations of The Seven Philosophical Foundations

Todas essas bandas já passaram pelo canal, umas através de Lives, outras de resenhas.

Mah, agradeço muito a amizade e o profissionalismo de sempre em apoiar o underground, e, deixo o espaço para algo mais que deseje relatar, o espaço é seu.

Meu amigo, eu quem agradeço a você e a todos dessa equipe ímpar que faz um excelente e honesto trabalho em nossa cena underground! Gostaria de agradecer a toda minha equipe, começando pela Mary Desaster minha esposa, que sempre me ajuda, e sempre me incentiva para estar dando continuidade nesse trabalho. Ao Marcel que chegou e realmente vestiu a camisa do canal e ainda matem aquele entusiasmo de adolescente quando por exemplo escuta a primeira banda de Metal! A Raissa, que abraçou o canal bem antes de fazer parte da equipe e que se dedica muito ao Made in Nordest! Ao Joaci que embora não aparecer muito, faz sua parte mantendo o perfil do Made in Nordest e indicando boas bandas do Norte/Nordeste. E por último a mais recente, a Sônia, que chegou com tudo e além de ser uma ótima produtora, está se saindo muito bem nos blocos de matérias. Em suma, agradeço a todos que estão na equipe e pelas pessoas que já fizeram parte como a “Fabbi Albamonte” e a “Krishna Talitta” e por último ao nosso amigo “Dhiego” (Fotografo) e a nossa tradutora/revisora “Gabi Barbarossa”, vida longa e saúde a todos vocês!!

CONTATOS:

Canal “Power Thrashing Death Online”

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