Rafaela Bega, 34 anos, nascida e residente em São Paulo/Brasil. Começou a tocar bateria aos 11 anos, em virtude do seu pai ter uma banda que ensaiava aos finais de semana na garagem de casa, e pela facilidade de ter o instrumento disponível, ela se aventurava a “imitar” os movimentos que ele fazia, assim como praticava bastante “air drums” enquanto assistia videoclipes na MTV, rs. A princípio focava em tirar covers de bandas que ela gostava indo do punk rock ao metal, passando por Ramones, Motörhead, e alguma pretensão de tocar Saxon e Metal Church.
Rafaela: “ Confesso que embora eu tenha tido uma relativa facilidade em começar a tocar bateria, meu interesse era em cordas (guitarra, baixo) mas nunca tive grande aptidão para isso, rs.’’
Sua primeira banda foi aos 15 anos, focada em tocar covers. Nesta época começou a sair para rolês como a Led Slay e Fofinho, posteriormente passando a frequentar o Espaço Impróprio, M868, entre outros lugares que focavam em bandas de som autorais e que tinham a ver com a sua busca naquele momento, em fazer parte de uma cena e coisas do tipo.
Aos 20 anos, Rafaela retorna a ter projeto musical com alguns caras que conheceu do meio punk, e ficando por 2 anos nesta banda (Alcoolisão). Depois disto, rolaram alguns projetos sem muita pretensão voltados ao crust punk e grindcore e se aventurei em organizar alguns eventos em uma casa que se chamava Sattva Bordô no Centro de SP.
Depois de alguns anos sem tocar, mas circulando em gigs por SP, em 2017, se animou a voltar a tocar, mas desta vez focando no estilo de som que era uma paixão antiga: goregrind, e quem se aventurou com ela nesta empreitada foram alguns amigos que eram do Dead Fetus Collection e Social Nausea, após a partida do seu amigo Luciano “Tubarão” Batistini.
Nos primeiros dias de janeiro/2018 lá estávam iniciando o CxFx, uma banda de groove goregrind que durou até meados de 2019 com um full album lançado na França e Espanha.
Paralelo ao CxFx, Rafaela e Thales Gory (guitarra e vocais) após algumas cervejas e muita conversa (ou o contrário, rs), deram origem ao Trachoma.
Rafaela: “ Foi meu primeiro contato como vocalista e baterista e essa aventura só rolou graças a algumas mentes doentias (Carcass e Last Days of Humanity) que inventaram de ligar um Ultra Shifter/Harmonist super oitavado na voz, rs.
Acredito que com o Trachoma tive mais autonomia para criar riffs e letras para abordar temas que me fascinam, mesclando as leituras de conteúdos científicos sobre patologias com horror/filmes B. E seguimos em plena atividade!
Depois de 3 splits, alguns shows muito bacanas nos dois últimos anos, e com nosso segundo full álbum prestes a ser lançado, estamos imprimindo nossos esforços para que a nossa primeira tour européia seja feita da melhor forma possível. Vai ser um momento muito especial porque teremos um show em um dos maiores eventos de música extrema do planeta que é Obscene Extreme Festival (OEF) em Trutnov – República Tcheca.”
Rafaela também é responsável pela Morta Recs. Que surgiu no período da pandemia em parceria com sua grande amiga, a Ju Ornellas.
Rafaela: “Nós trabalhamos em alguns lançamentos mas optamos por dar um tempo no selo em virtude da correria de cada uma.. mas sem dúvidas é algo que nós queremos voltar em algum momento’’
A jornada na música extrema não é fácil, especialmente para mulheres. Não vejo de outra maneira senão uma forma de resistência. O underground embora esteja em crescente, ainda é um nicho e temos muitos problemas, falhas estruturais como sociedade que não devem se perpetuar. Então acredito que como mulher no undeground, nós devemos nos fortalecer, seja incentivando outras mulheres a tocar, curtir um som, enfim, apoiar umas às outras e mandar competições esdrúxulas pra casa do caralho.’’
A minha reflexão é: “Descubram e acreditem na sua verdadeira vontade. Foquem seus esforços mesmo quando as coisas parecerem nebulosas, difíceis.. E se precisar passar por cima de alguém que queira atrasar seu lado, não hesitem.”
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