Avé Lucifer Rex! Tenho em minhas mãos o primeiro álbum do SATAN’S SIGH, “Impaled Nazareno” e, antes de começar a falar do trabalho, eu gostaria de falar um pouco sobre o line-up da banda: A banda é tipo um “dream team” do underground brasileiro, com membros altamente experimentados do cenário e conta com o Vitor Giovanni, conhecido por sua participação em bandas como o Escarnium e o Rottenbroth, no baixo; Sürtür Impurus, que entre outros, participa de bandas como o Thrashera e o Praga, na bateria; e o Black Sin and Damnation, que também toca com o Poisonous, ex-guitarrista do lendário Grave Desecrator e com participações ao vivo no Podridão, nas guitarras e vocais.
O SATAN’S SIGH, transpira metal brasileiro da escola clássica, apresentando uma levada bem característica do que era feito nos anos 80, com nuances de death, thrash e black metal, o que nos remete, diretamente, a elementos que encontramos em lendas como o Sepultura da fase black/death, Sarcófago da era INRI e o todo-poderoso Vulcano dos dias do Bloody Vengeance.
O álbum, denominado criativamente de “Impaled Nazareno” – fazendo um jogo de palavras em portuguẽs e inglês remetendo claramente à banda quase homônima – é composto de 09 faixas, em cerca de 27 minutos, com predominância de faixas curtas e até na duração, remetendo aos clássicos citados.
A capa, muito bonita, faz um jogo de imagens com o nome da banda e a serpente que também podemos ver no logo. Não sei se existe a intenção mas o “Sigh” – do Sopro de Satã – passa uma sensação do sibilar da serpente. Se existiu a intenção ficou genial a analogia.
Dentro, no encarte, encontramos as fotos da banda e varias ilustrações, todas sensacionais e de autoria de outra lenda do metal nacional, o Thiago Caronte, da não menos lendária, banda Velho. É por isso que a produção de mídia fisica não pode desaparecer nunca…É revigorante ter acesso a esse tipo de simbiose na arte obscura. As letras do SATAN’S SIGH são excelentes também passando pela temática obscura padrão do metal extremo, mas com um profundo engajamento anti-sistema, não se limitando a aspectos misticos e atacando veementemente o inimigo.
Partindo pras composições propriamente ditas, todas elas me pareceram milimetricamente calculadas. Nos mínimos detalhes: Reverb na medida certa, alternância dos andamentos de bateria, bases cíclicas, hipnóticas, solos “morbidangelescos” e letras perversas e incisivas. Comentando sobre as faixas:
– “Satan’ Sigh” e “Eternal Evil” me trouxeram à memoria o Sepultura do “Bestial Devastation”, mas mais lapidado;
– A intro “Retundos Umbudos” me remeteu a “Voices from Hell”, do Vulcano;
– Já na “SSS”, percebi elementos de bandas como Possessed, Sarcofago e Morbid Angel;
– “Cold Dark” me trouxe lembranças de todo o background do guitarrista e vocalista Black Sin and Damnation. Pra mim a melhor do álbum: Demoníaca, lenta, arrastada, cruel…Os solos de guitarra são pura sensação de maldade escorrendo pelos ouvidos e, depois da metade, consegue soar mais demoníaca e hipnótica ainda.
– Mais uma intro em “Primitive Future”, – conheço esse nome de algum lugar – e começa “Herança Maldita”. Nessa confesso que eu senti uma certa influência heavy metal tradicional. Isso mesmo: um death metal clássico, com toda a brutalidade do estilo, mas com uma alma heavy metal. A base cíclica ficou angustiantemente fodida!
– “Desejos ardentes” é uma faixa atmosférica e instrumental, bem técnica e que passa uma sensação luxuriante, abrindo espaço pra faixa titulo, “Impaled Nazarene”, que conta com a participação brutal da Ashmedai do Praga, com seu vocal rasgadasso. Um som daqueles que você faz careta, mão de fogo e entorta a boca pra baixo…Fudido!
Enfim, um álbum que demonstra, sem o mínimo pudor, a construção ideológica e musical dos bangers que o compuseram! Excelente álbum de estréia. Feito por quem sabe o que tá fazendo. Sujeito a clássico no underground. Sem mais.
O CD foi enviado diretamente por Black Sin and Damnation para resenha.
Segue abaixo o link para a premiere do album e os links para os selos:
Lançamento oficial dia 10/01
Será lançado no Brasil em cd via:
Blizzard Records (RJ)
Misanthropic Records (DF)
Ihells Productions (BA)
Mundo Bzzarro Distro (ES)
Blasmorfose Prods. (RJ)
Capa Preta (MG)
Tormenta Distro (CE)
*Em cassete na Europa e no Brasil via:
Murder Records (NL)
Subterrâneo Maldito Records (PT)
@subterraneomaldito666.records
Auditive Cut Records(BR)