Andrei Tarkovski, em seu terceiro filme, mostrou a ousadia em dar uma resposta ao ocidente, em especïfico à Stanley Kubrick e seu grandioso feito. 2001- Uma Odisséia no Espaço, onde Tarkovski achou a obra ocidental, precária em tecnologia futurista e sem um certo humanismo na mesma. Baseado no livro homônimo do escritor polonês Stanislaw Lem, Tarkoski quis trazer sagacidade emocional aos filmes de ficção.
Solaris sim, sem sombra de dúvidas pode ser comparado à 2001, como de fato abrange alguns aspectos minuciosos porém distintos.
A trama se passa com o psicólogo Chris Kelvin (Donatas Banjonis) enviado à estação espacial que orbita o planeta Solaris, onde o único residente do planeta é um oceano, que demonstra reações inteligentes. Lá estão apenas dois cientistas Dr. Snault (Juri jarvet) e o Dr. Sartorius ( Anatoly Alexejewitsch), Os mesmos afirmam para Kelvin que são os únicos na estação, porém há riscos de encontrar mais alguém. Kelvin perambula pela nave, e percebe de fato mais alguém.Tempos depois o psicólogo percebe que a outra pessoa que está a bordo é sua esposa, a falecida Hari (Natalja Sergejevna).
A desilusão dos cientistas fora o fato de Kelvin ser enviado à estação, porém com o encontro de Hari, o psicólogo entende o propósito dos estudos do planeta Solaris e seu oceano. A atividade do oceano em captar sentimentos de seres que estão á sua volta, faz com que uma réplica de Hari se torne `real`. Kelvin fica à beira da insanidade ao tentar esquecer que tudo isso é uma ilusão/projeção de sua mente.
Aparte humanista se dá justamente quando o psicólogo ignora todo o ceticismo e ciencia e decide viver com Hari pelo resto da vida naquela estação.
Solaris é rico em diälogos e questionamentos. Com longos takes e uma bravura filosófica dignas de humanidade.
Um grandioso filme sobre ficção científica, onde o magistral Tarkosvki enfim ganhou notoriedade e reconhecimento como um dos mais exímios diretores de todos os tempos.
Escritor, músico e entusiasta do cinema.
Como escritor, tenho 5 livros publicados, participação em diversas antologias.
Como músico, fui baixista e vocalista da banda Abuso Verbal e atualmente vocalista da banda de Metal Punk “Roto”.
No cinema, já escrevi críticas para o site Cineset, diversos fanzines como, Sindicato dos Assassinos e também divulgo análises no feed do meu instagram.