TÍTULO ORIGINAL: Acide|Ano de Produção2023 | França e Bélgica
DIREÇÃO: Just Philippot
ROTEIRO: Just Philippot e Yacine Badday
ELENCO: Guillaume Canet, Laetitia Dosch, PatienceMunchenbach, Marie Jung, Suliane Brahim, Martin Verset, Pascal Parmentier, Michaël Perez, Clément Bresson, LoretteNyssen, BlandineLagorce, Mathieu Peralma, Régis Maizonnet, Maxime Tshibangu, Vincent Do Cruzeiro, Marie Bokillon
PRODUTORAS: BonnePioche Productions, Pathé Films, France 3 Cinéma e Caneo Films
DISTRIBUIDORA: Prime Video
Duração: 99 min
SINOPSE: No meio de uma onda de calor intensa, uma nuvem sinistra aparece no horizonte, trazendo consigo uma chuva ácida letal. À medida que a chuva começa a cair, a devastação se espalha rapidamente, transformando o ambiente em um cenário apocalíptico. Em meio ao caos, uma família separada precisa se unir para sobreviver a essa catástrofe climática. Michal (Guillaume Canet) e Élise (Laetitia Dosch), pais de Selma (PatienceMunchenbach), enfrentam desafios inimagináveis enquanto tentam proteger sua filha e encontrar um caminho seguro em um mundo que está desmoronando ao seu redor.
RESENHA:
Dirigido por Just Philippot, “Tempestade Ácida“ é um drama de ficção científica que tenta abordar de maneira impactante as consequências das mudanças climáticas. Um tema muito em voga na nossa sociedade, em meio aos constantes discursos negacionistas que temos sobre as condições climáticas no mundo.
O filme se destaca por sua abordagem realista e efeitos visuais impressionantes, que trazem à vida a devastação causada por uma chuva ácida letal. A trama segue a história de uma família separada que precisa se unir para sobreviver a essa catástrofe, explorando temas de sobrevivência, empatia e união familiar.
O ponto forte do filme reside em sua temática relevante e urgente. Em um momento em que as questões ambientais estão no centro das discussões globais, “Tempestade Ácida” oferece uma reflexão poderosa sobre os impactos das mudanças climáticas. A escolha de uma abordagem mais realista, ao invés de exageros típicos da ficção científica, aumenta a sensação de urgência e perigo, tornando a experiência ainda mais envolvente.
Os efeitos visuais em específico são o destaque do filme. A representação da chuva ácida e suas consequências é feita de maneira impressionante, criando um cenário de devastação que é ao mesmo tempo belo e aterrorizante. Esses efeitos não apenas servem para impressionar, mas também para reforçar o forte apelo ecológico implícito na narrativa do filme, mostrando de forma palpável os perigos das mudanças climáticas.
O elenco, liderado por Guillaume Canet e Laetitia Dosch, entrega performances convincentes que adicionam profundidade emocional à trama. As atuações são intensas e emocionantes, ajudando a ancorar a narrativa em uma realidade palpável. A química entre os atores principais é evidente e contribui para a credibilidade da história. PatienceMunchenbach, como a filha do casal protagonista, adiciona uma camada de vulnerabilidade e esperança à trama, enquanto Marie Jung e Martin Verset complementam o elenco com suas performances sólidas.
Obviamente, e como é o meu papel apresentar os principais pontos fracos, devo informar que embora com o tema muito bem construído e narrativa engajada, “Tempestade Ácida” apresenta significativas falhas. A narrativa, apesar de interessante, pode não ser tão comovente quanto esperado, o drama esbarra muitas vezes em uma certa superficialidade de contextos. De forma mais clara e objetiva, o desenvolvimento dos personagens é superficial, o que diminui o impacto emocional em certas cenas. Esses pontos fracos na construção da narrativa e dos personagens são aspectos que poderiam ter sido melhor trabalhado para aumentar a imersão do espectador. No entanto, é uma obra acima da média.
Comparado a filmes como “Guerra dos Mundos” (2005)e “O Dia Depois de Amanhã” (2004), “Tempestade Ácida” se destaca por sua mensagem ecológica, politicamente engajada e abordagem realista. Enquanto esses filmes também exploram desastres em grande escala, “Tempestade Ácida” introduz conceitos de ecoterrorismo e uma forte mensagem climática, diferenciando-se dos demais. Essas referências ajudam a situar o filme dentro do gênero de ficção cientifica / catástrofe, mas que ao mesmo tempo nos apresenta um risco palpável realístico, não tão distante da nossa realidade social.
“Tempestade Ácida” acaba sendo uma boa experiência, válida para o espectador, especialmente para aqueles interessados em temas ambientais e dramas intensos. Apesar das falhas na narrativa, o filme oferece uma reflexão importante sobre as consequências das mudanças climáticas e a resiliência humana diante de desastres. É uma obra que, com seus pontos fortes e fracos, contribui sobretudo para o debate sobre o futuro do nosso planeta.
*Ivan Rios: O Mago Supremo é sindicalista, historiador, crítico de cinema, escritor e graduando em Direito. Ivan é um militante cultural ativo no Estado da Bahia. Além disso, ele é membro do Comitê Baiano de Solidariedade ao Povo da Palestina. Em 4 de dezembro, a Câmara Municipal de Santo Antônio de Jesus (BA) homenageou-o com a Medalha Pedro Kilkerry, reconhecendo seu compromisso com a cultura, justiça e solidariedade. Inspirado pelo poeta simbolista Pedro Militão Kilkerry, Ivan Rios continua a contribuir para a sociedade compaixão e dedicação.
Instagram: @ivansouzarios
** Resenha originalmente publicada no site Cine Horror.