THRASHERA – Ao Vivo em Hellcife

CD 2024 - Vários Selos

Álbum

Uma das coisas que a gente busca, quando se insere num contexto de identidade – ser um headbanger, por exemplo – é uma cosmovisão completa: Além da música, a gente procura uma iconografia, um visual, uma forma de expressão. A gente procura o “quem sou, de onde vim, pra onde vou” que, quando falta, é motivo pra sérios problemas psicológicos. Enfim, a gente procura PERTENCIMENTO.

 E Existem algumas bandas que…bom, a gente desenvolve um afeto, digamos, diferenciado. Seja por nos trazer lembranças, seja por fomentar esse pertencimento, seja lá qual for o motivo, parece que, quando rola o som, o coração bate diferente. O THRASHERA é, no meu caso pessoal, uma delas.

 Tenho em minhas mãos, neste exato momento, o ultimo lançamento do THRASHERA, o álbum “Ao Vivo em Hellcife”, gravado durante a “Bastardos da Noite Nordeste Tour 2023”, mais precisamente no dia 05 de agosto, no Darkside Studios em Recife, Pernambuco. Desde o primeiro contato visual, eu já percebo todas as características que fazem do THRASHERA um arquétipo do metal nacional:

 Logo de cara,  na capa, a diaba gostosa padrão do contexto “Thrasheirense”, sem querer agradar ninguém e politicamente incorreta, como tem que ser. A contra-capa mostra, além da coleção de clássicos que qualquer admirador da banda conhece de cor e salteado, a realidade do underground, no fato de o cd ser lançado por um “pool” de selos. 07 para ser mais exato.

 Abrindo o encarte, simples e direto, encontramos os agradecimentos e a ficha técnica do álbum. Novamente você encontra representada a massa produtora do underground  – nossa Lucifer Rex está ali – como nomes bem conhecidos de quem milita pelo underground, como o Emerson Maia, criador da ilustração de capa e o Diego Do’Urden responsável pela gravação, mixagem e masterização.

 Digno de menção, também é a ilustração do fundo da caixa acrílica, com uma montagem com fotos da tour, bem naquele padrão que vem desde um “Morbid Visions” ou um “Scum”, exacerbando e mostrando com orgulho toda a estética headbanger.

 Falar do set-list é chover no molhado. Tem tudo ali: Os discursos ácidos do Chakal – Vou repetir uma frase que to cansando de dizer: “um cara a ser mais lido”. De verdade, procurem os livros dele – , as letras “soco no estômago”, a velocidade “kreatoresca” ou “destructionresca” – anos 80! – que caracteriza o estilo  e o “cheiro” do undeground! No Rules! Fuck your creed! Fuck your god!

 Não tem como falar em destaques, porra…Tem tudo: “Partidário ao Metal”, “A Viúva do Capeta”, “Bandeira Negra”, “Bastardos da Noite”. Tem até uma furiosa versão de “Guerreiros de Satã”, do pai da porra toda, o VULCANO, com ninguém menos que a Ashmedai do PRAGA nos vocais.

 Enfim, são 12 sons pra você fechar os olhos e se transportar pra dentro da Matrix  do metal mais underground do underground. Eu não preciso te convencer do que tem aqui, afinal é só digitar num youtube da vida e você tem ali, pra ouvir e tirar suas próprias conclusões. Mas caralho, se essa porra  de sentimento underground existe em você, lançamentos como esse são a essência. Definitivamente me representa. TNC, até me emociono escrevendo essas parada.