É fato, que o céu na cidade de Salvador se tornou negro há muitos anos, e a chuva que nela cai, é carregada de enxofre e azedume. Também é fato que essa nefasta tempestade, chegou ao interior da Bahia, em cidades como Feira de Santana, Alagoinhas, Itabuna e $anta Maria da Vitória. Há poucos anos atrás, o sistema meteorológico detectou uma anomalia na cidade de Euclides da Cunha.
Essa chuva ácida abriu um portal para uma dimensão fétida, trazendo um espírito de doença e morte chamada TÖHIL, dando origem à mais um representante do Death metal baiano.
A banda conta com 2 eps: “Trophy of Skulls” de 2021 e “The Macabre God of Decadence” de 2022, ambos lançados em formato digital. Agora, em 2024, através do selo Arauto da Morte Records, estes dois trabalhos são unidos em CD com o nome de “Ascending Underworld”. Um material de alto nível, tendo um cuidado nítido em toda sua necromântica arte , desde as cores e imagens sob a responsabilidade de Diogo Lobo Ferreira (diogogordeath@gmail.com), quanto o layout e designer por Rubens Snitram-Azoth Artwork (rubenssnitam@gmail.com)
Os espíritos agonizantes do Sibalbhá contemplam as melodias do caos deste compêndio, que se iniciam com a faixa exaltando o deus da guerra, do fogo e do sacrifício ‘Töhil‘. O cartão de visita deste trabalho, já demonstra às características latentes da música feita pela banda; Death Metal sujo e pesado, como realizado por muitas bandas chilenas, à citar o Unaussprechlichen Kulten, assim também, bandas como Incantation, Mortiferum e Dead Congregation. Bases pesadas, afinação densa, dá um clima de trevas no início da música, juntamente com um vocal cavernoso, como se o próprio Töhil vociferasse: “Traga-me seus corações arrancados. Deixe o sangue jorrar!”. A faixa seguinte, chega rastejante como a serpente, mas é rápida como seu bote. ‘Popol Vuh‘ é um arregaço de composição, sendo violenta e veloz, mas com variações de tempo, como a serpente na criação, que rasteja lentamente pelas águas, mas que perfura rapidamente a escuridão com seu olhar. Em ‘Trophy of Skulls’, os riifs rápidos e devastadores, celebram a vitória dos guerreiros maias. Os vocais de Humberto Amorim ecoam do abismo, trazendo ainda mas peso a faixa. A primeira parte desta compilação termina com ‘Caves of Despondency‘, onde as baquetas de Athayde Neto se destacam, como martelos pregando o inimigo em cruzes do seu próprio deus de ilusão.
A segunda parte se inicia com a fudida ‘Vucub-Caquix‘. Uma música poderosa e violenta, marcada pelos riffs que sobrevoam como a ave assassina, rasgando a carne dos sofredores. ‘Shouts of Conflagration‘ surge de repente, como um trovão, anunciando a devastação, o caos e o inferno para os inimigos. Naquela variação entre partes mais rápidas e outras cadenciadas, criam passagens de extrema escuridão, praticamente um grotesco Doom Metal. ‘Thirsty Catharsis‘, segue a mesma linha, com suas variações de tempo. O trabalho é bem executado pelas cordas de Marcos Augusto e Athayde Neto. Essa jornada tem seu fim em ‘The Macabre God of Decadence‘, glorificando o deus da morte com bases pesadas e muita selvageria. Os vocais giturais acompanham a melodia de forma precisa, uma exaltação a coroa de olhos humanos. Uma composição que exala tormento, bem como, a qualidade musical desses filhos dos nove inferno.
Aquisições via ARAUTO DA MORTE RECORDS.