Quebrando um hiato de praticamente oito anos sem lançar material inédito, o poderoso Tsjuder volta a nos atacar com seu poderoso Black Metal, e desta vez em dose dupla, pois o trio lançou simultaneamente dois lançamentos. O primeiro é seu novo full álbum de inéditas, intitulado ” Helvegr” e o segundo um EP tributo a maior ( SIM ) Entidade a tocar o Metal das Trevas.. Bathory.
Pessoalmente eu acompanhei os noruegueses até o seu terceiro álbum, o clássico ” Desert Northen Hell ” lançado em 2004, depois apesar de brutal, seu som ficou ” Clean” pro meu gosto…com muitas partes soando simplesmente como um Death Metal genérico. Botei ” Helvegr” para rodar sem muitas expectativas, e já na abertura com ” Iron Beast ” pude perceber que o Velho Nag ( vocal, baixo e líder da banda ) voltou a boa forma, praticando um Black Metal rude e brutal, como se tivesse voltado no início da década de 2000. A identidade da banda está ali, com as mudanças de andamento, partes para bater cabeça e partes velozes ” afu” rsrs, ” Prestehammeren ” na tradução quer dizer ” o Martelo do padre ” mas eu duvido que o padre ou a igreja fiquem de pé após ouvir esse som..Riffs massacrantes e viradas de bateria marcando o tempo, como nos velhos clássicos da banda. Vale a nota que o batera está creditado como “Guest/Session ” Jon “The Charn” Rice, com passagens pelas bandas Job for a Cowboy, 1349 e Behemoth. E esse último me deixou de cara, pois achei que o som da banda pudesse ser levado a direção daquele Death Metal estéril e sem graça dos poloneses. Ainda bem que isso não aconteceu.
Temos uns Riffs aqui que carregam o DNA do Black Metal Norueguês clássico. Muito foda também a paradinha no meio da música, na verdade o Tsjuder sempre adorna suas composições com essas mudanças de tempo, viradas e paradinhas mortais, com muita influência de Thrash Metal dos anos 80.
” Surtr ” tem praticamente sete minutos, mais sua construção nos prende desde o início que surpreende nos levando direto ao magistral ” De Mysteriis Dom Sathanas ” aqui eu senti o poderio da mesma banda que gravou alguns dos melhores trabalhos de Black Metal pós anos 90, ” Gamle-Erik ” na tradução ” Velho Erik” já lembra os tempos antigos da banda, feroz e marcante, abrindo caminho para ” Chaos Fiend ” repleta de Blasting Beats e influência de Brutal Death Metal.
Quando assisti o vídeo não tinha gostado nenhum pouco do Single, agora ouvindo o álbum na sua totalidade ele me pareceu bem melhor, na verdade ainda destoa bastante pois soa bastante parecido com Dark Funeral atual.
Se aproximando do final temos a faixa título, um épico de sete minutos e meio, com várias mudanças e climas, dando espaço ao baterista convidado brilhar ( roubem esse cara do Behemoth por favor ), numa pegada Black Metal esquizofrênico temos ” Faenskap ” tem guitarras rasgantes, bateria bombástica e aura maligna, na verdade essa é uma das melhores músicas do álbum, incrível como o Tsjuder manteve seu DNA intacto após tanto tempo sem entrar em estúdio e sem seu baterista original que era grande responsável pela sonoridade explosiva do trio.
” Hvit Død ” é um número instrumental que encerra os trabalhos, não faria nenhuma diferença se não tivesse o mesmo, afinal vale a pena a audição, ou adquirir o novo álbum do Tsjuder?
” Helvegr ” é um puta álbum e vale sim a aquisição deste material em seu formato físico.
Formação do Tsjuder nesse álbum :
Nag = vocal e baixo, Draugluin =Guitarras Vocais (backing) e Jon “The Charn” Rice = bateria.
Curiosidades Infernais €, Jon “The Charn” Rice é o atual baterista do grande Uncle Acid And Deadbeats ( uma das minhas bandas favoritas fora do metal extremo) além de tocar também com o Cephalic Carnage. O cara sabe administrar seu tempo!
Pål Emanuelsen foi guitarrista do Tsjuder entre 2000 e 2001, além disso gravou as guitarras no disco ” Preludes To Death ” único full album da banda Krypt ( projeto de Nag).
Nesse novo álbum do Tsjuder ele tocou o solo na faixa 4 ” Gamle-Erik” além de produzir, mixar e masterizar, e fez um trabalho de alto nível, diga-se de passagem, Seidemann vocal do 1349, gravou uma participação na música ” Gods of Black Blood ” primeiro single lançado, inclusive ele aparece no vídeo clip da mesma. A Season of the Mist irá lançar esse trabalho nos formatos cd, cassete, vinil, nos formatos digibox/boxset ( em edição limitada).
No Brasil a Metal Army irá lançar uma versão deste álbum, então fique atento ao site e redes sociais. Seria uma boa nessa versão nacional vir incluso o EP que os noruegueses lançaram junto do novo álbum ” Tsjuder Tribute to Bathory – Scandinavian Black Metal Attack ” onde homenageiam o Imortal Bathory.
sonhar não custa nada.
1. Iron Beast
2. Prestehammeren
3. Surtr
4. Gamle-Erik
5. Chaos Fiend
6. Gods of Black Blood
7. Helvegr
8. Faenskap og død
9. Hvit død