Vermis Mortem é uma banda que existe há onze anos e, muito tempo depois desses anos trabalhando nas sombras, lança seu primeiro álbum intitulado “…Of the Occult”. Obviamente que eles já lançaram material antes de sair seu álbum como a demo “Evil Never Dies” 2014 e na conta um split com a banda peruana Enygma, banda que encerrou suas atividades, este split foi lançado em 2015 chamado “Southern Evil” lançado pelo selo peruano Mercyful Hell Prod.
O som da banda é uma boa mescla de influências dentro do Speed Metal dos anos oitenta com o Death Metal dos anos noventa, sobretudo as bandas holandesas como Asphyx e Soulborn aparecem várias vezes nas composições do Vermis Mortem. A gravação está de alta qualidade, assim como as composições das músicas com aquelas referencias que citei acima, mas que a banda consegue dar personalidade própria em muitos momentos, momentos esses, cruciais para a identidade dela.
O trabalho de guitarras é muito interessante e tem uma preocupação com a timbragem soar empoeirada, enferrujada e isso dá muitos pontos para a sonoridade atingida pela banda no seu registro, outra questão que me chamou atenção foi a precisão da bateria, dos andamentos e que dá muita segurança aos sons, jogando para a frente o ritmo intenso das músicas. A voz de The Evil One tende muito para as figuras de Tom Warrior (Celtic Frost) com as de Martin van Drunen (Asphyx), boas escolhas de encaixe e uma musicalidade de boa técnica.
As letras mostram-se com ar sobrenatural e um tanto abstratas, não são tão transversais e reveladoras como as bandas de Black Metal mais explícitas, talvez dando margem para que a banda não carregue rótulos ou construções simbólicas dentro de alguma concepção Satanista, por exemplo. Talvez seja essa expressão mais direta que falte a banda, por outro lado, analisando o caráter musical e o resgate da sonoridade antiga eu possa crer que não há uma “preocupação” da banda em explorar um conceito mais aprofundado da vertente que seria o “estilo de vida” e sim, e apenas, a concepção musical.
Em todo o material a musica que mais me cativou e chamou minha atenção foi a última faixa “Venomous Winds of Pazuzu” com uma introdução muito bonita feita pela ITST (Irmandade Teísta Satanismo Tradicional) chamada “Faça ele Desaparecer” em homenagem a Pazuzu, a musica da Vermis Mortem em si aborda a inversão da oração de São Francisco que já fica evidente na primeira frase “Senhor, fazei-me instrumento de vossa destruição” onde se segue “Onde há amor, traga-nos ódio/Onde há perdão, lesão/Onde há verdade, alimente-os com mentiras/Onde há fé, dúvida…”
A arte gráfica ficou a cargo do próprio vocalista Marcelo The Evil One assim como as letras e as músicas que ele divide com o guitarrista Thanatos. O encarte é bem elaborado, contém foto dos músicos, ficha técnica e as letras, ao mesmo tempo que é simples e objetivo. Vale muito pra quem gosta desse tipo de música que mescla passado e presente, com sons enfurecidos e coisas do genero.
Formação:
Marcelo The Evil One – vocal
Thanatos Guitareaper – guitarra
Caio Satan – Baixo
De La Muerte – Bateria
Tracklist:
- Agouro (instrumental)
- Inhuman Entities
- Your Dead Messiah Will Never Return
- Spectrum of Catacomb
- The Key of the Bottomless Pit
- Scarlet Whore
- Flesh Devotion
- Perpetual Night
- Venomous Winds of Pazuzu